96 views 21 mins

Tecnologia 01/07/2015

em Tecnologia
terça-feira, 30 de junho de 2015

O desafio da interoperabilidade para o mercado de pagamentos móveis

Não é a primeira vez que o setor de pagamentos ou mesmo de telecomunicações discute o desafio da interoperabilidade. Primeiramente, foi a integração das maquininhas (POS). Com o fim da exclusividade das operações de cartões entre bandeiras e credenciadoras, o consumidor passou a poder pagar suas compras com cartão de débito ou crédito em qualquer estabelecimento que possuísse uma máquina POS, independente da bandeira

8667 temporario

Felipe Regis Lessa (*)

No setor de telecomunicações, a primeira integração de sistemas se deu com as mensagens SMS. Sim, já existiu uma época em que era impossível enviar mensagens de texto para números de operadoras diferentes! No pagamentos móveis, o desafio agora é encontrar a melhor forma de integrar as soluções desenvolvidas por operadoras de telecomunicações, empresas de processamento de cartões e bancos de modo que o cliente consiga realizar transações interbancárias e concretizar compras em diferentes aplicativos e carteiras digitais.
Apesar de ser uma das metas da Lei 12.865 que regulamenta os pagamentos eletrônicos no Brasil, a interoperabilidade dos sistemas de pagamentos móveis ainda deve demorar algum tempo para se tornar realidade, apesar de não haver dúvidas sobre os benefícios para toda a cadeia de pagamentos móveis e, principalmente, para o consumidor. Nesse primeiro momento, um dos grandes entraves dessa integração é justamente a competição por mercado e espaço dentro do segmento móvel. As operadoras de telefonia celular, os bancos e as bandeiras de cartão de crédito ainda estão lutando para conquistar e demarcar seu território nesse mercado que engatinha, mas que tem projeções significativas para os próximos anos. A consultoria americana Frost & Sullivan, por exemplo, estima que o total de usuários cadastrados para acessar os serviços de pagamentos móveis no Brasil deva chegar a 80 milhões até 2018.
Contudo, uma peculiaridade do mercado brasileiro, e que pode atenuar essa falta de conversa de sistemas, é o fenômeno dos aparelhos multiSIMcard. Da mesma forma que existem pessoas com duas ou mais linhas pré-pagas diferentes no mesmo aparelho, poderá, em um breve período de tempo, haver pessoas com duas ou mais carteiras móveis no mesmo telefone, usando SIMcards de diferentes operadoras. Importante destacar que a participação de aparelhos multiSIMcard chega a 18%, entre smartphones e featurephones.
Além de benéfico para toda a cadeia de pagamentos móveis, a interoperabilidade poderá também ajudar as instituições financeiras a se aproximarem dos cerca de 55 milhões de brasileiros desbancarizados, permitindo que, por meio de um celular ou smartphone, as pessoas possam pagar contas, transferir dinheiro, realizar compras online, entre outros.
Não restam dúvidas que os pagamento móveis são uma forte tendência e que vieram para ficar, porém o mercado precisa buscar soluções que conversem entre si e que agreguem mais que comodidade a seus clientes, mas um serviço útil e que se tornará indispensável nos próximos anos.

(*) É diretor de produtos e marketing da Pagtel, uma das primeiras empresas de pagamentos móveis do país.


Câmera com visão 180 graus ajuda a eliminar os pontos cegos

CameraVisaoDianteira temporario

Uma nova tecnologia de câmera que permite ao motorista ter uma visão de 180 graus da frente do carro é a novidade apresentada pela Ford Europa por um trânsito mais seguro. Com o sistema inovador chamado “Front Split View Camera” (câmera dianteira de visão dividida), disponível inicialmente nos modelos S-MAX e Galaxy, e em breve para o Edge, é possível identificar antecipadamente a aproximação de veículos, pedestres ou ciclistas, reduzindo o estresse e a possibilidade de acidentes nos cruzamentos.
O equipamento, inicialmente oferecido com opcional, dá ao motorista um ângulo de visão que até então era impossível de dentro da cabine. Veja como funciona neste link.
“Todo motorista já passou pelo estresse de pontos cegos nos cruzamentos. Às vezes, simples obstáculos como um galho de árvore pendurado ou arbustos também podem ser um problema”, diz Ronny Hause, engenheiro de Sistemas Eletrônicos de Assistência ao Motorista da Ford Europa. “Como as câmeras de ré, já amplamente difundidas, a câmera frontal dividida é uma tecnologia que as pessoas vão se perguntar como é que conseguiram viver sem”.
A tecnologia pioneira no segmento é ativada por um botão. A câmera de 1 megapixel na grade dianteira dá ao motorista uma visão em tempo real de 180 graus – tanto à esquerda como à direita – na tela colorida de 8 polegadas do painel. O motorista pode ver usuários que se aproximam de ambos os lados da pista e passam na frente do veículo. A câmera com apenas 33 milímetros de largura é limpa por um lavador retrátil, acionado automaticamente quando o limpador do para-brisa é ativado.
Dados do projeto SafetyNet do Observatório Europeu de Segurança nas Estradas mostram que cerca de 19% dos motoristas envolvidos em acidentes nos cruzamentos sofreram obstrução de visão. Segundo o Departamento de Transporte do Reino Unido, a visão limitada por fatores externos contribuiu para 11% dos acidentes de trânsito em 2013.
“Testamos a câmera dianteira de visão dividida exaustivamente em todos os tipos de estradas, ruas congestionadas e áreas repletas de ciclistas e pedestres”, diz Hause. “Também fizemos testes em saídas de túneis, ruas estreitas e garagens em todas as condições de luz para garantir o funcionamento da tecnologia mesmo com luz solar direta na câmera.”
Modelos da Ford como os novos S-MAX e Galaxy já oferecem as tecnologias de câmera de ré, sistema de alerta de pontos cegos, limitador inteligente de velocidade, assistente de pré-colisão com detetor de pedestre e farol alto antiofuscante.
“Sair de um entroncamento sem visão pode ser uma manobra complicada mesmo para motoristas experientes. Tradicionalmente, a melhor abordagem tem sido andar vagarosamente para frente para ter uma melhor visão, com as janelas abaixadas para ouvir veículos se aproximando. Mas os ciclistas são um risco especial, pois não podem ser ouvidos”, diz Keith Freeman, gerente de treinamento da AA no Reino Unido. “Essa tecnologia certamente permite sair de qualquer lugar com visão limitada de modo muito mais seguro e com menos estresse para quem está dirigindo.”

10 maneiras de tornar dados mais úteis e consumíveis

Lisandro Sciutto (*)

Assim como a maioria dos fabricantes, a indústria está nadando em dados que precisam ser consumidos rapidamente

Você está lidando com preços de produtos flutuantes e sensibilidade crescente aos preços, enquanto garante que está preparado para uma auditoria de qualidade ou de recall. Esses processos criam dados que, se usados adequadamente, podem se tornar um valioso recurso comercial e competitivo. Na realidade, é mais fácil falar em aproveitar sua inteligência de negócios e suas funções analíticas do que fazer. Mas pode ser diferente e mais produtivo, veja como:
1. Democratize dados para capacitar seus usuários
Na era em que tudo acontece em tempo real, os dados que chegam vários dias (ou até horas) após a solicitação são bons? Os processos dos negócios digitais de hoje estão criando mais dados do que nunca, e os funcionários estão cada vez mais orientados por dados.
Já sobrecarregados, os departamentos de TI estão lutando para dar suporte a este novo paradigma, e a solução é dar acesso aos dados a mais pessoas. O usuários devem ser capazes de analisá-los, de modo independente para torná-los significativos, sem suporte adicional de TI. As interfaces visuais, junto com a capacidade de ver os dados em tabelas e gráficos e personalizar relatórios, são fundamentais para tornarem os dados, não apenas acessíveis, mas também valiosos. De acordo com a Nucleus Research, ao eliminar a necessidade de treinamento intensivo de análise e dar mais acesso aos trabalhadores a aplicativos simples, é possível obter ROI maiores em seus projetos.
2. Filtre os dados que cada usuário recebe ao configurar as permissões
Nos dias atuais recebemos mais informações do que temos tempo para processá-las. Um estudo da IBM descobriu que 82% de executivos reconheceram o valor e a efetividade de integrar Big data e análise em seus negócios, no entanto, somente 24% deles acreditam que suas organizações possam lidar com o trabalho. Ao filtrar os dados por responsabilidade ou função, é mais provável que os funcionários selecionem somente os dados que realmente precisam para a realização dos trabalhos.
3. Implemente fluxos de trabalho com base em seus processos de negócio
Conectar sua inteligência de negócios e análises de dados aos processos de negócios permite uma tomada de decisão rápida e proativa, além da padronização de processos. Assim evitamos erros custosos e criar trilhas de auditoria, aumentando ao mesmo tempo, a produtividade.
Por exemplo, as interrupções causadas por problemas climáticos e geopolíticos podem criar problemas de formulações ou afetar negativamente seus custos relacionados à energia. O ajuste de uma fórmula, exige a garantia de que as pessoas apropriadas aprovem a mudança. Com um sistema de fluxo de trabalho automatizado, cada pessoa que precisa aprovar uma ação é notificada automaticamente quando sua contribuição for necessária, recebe informações sobre qual ação precisa ser tomada e sobre o prazo de finalização dessa ação.
4. Coloque à disposição alertas automaticamente baseados em eventos ou critérios pré-definidos
Os melhores dados são os úteis, e para transforma-los é preciso enviá-los diretamente aos usuários. Não os obrigue a procurar. Ofereça a informação, onde quer que eles estejam. Ao gerar alertas com base em eventos e critérios predefinidos, como quando o fornecimento de um ingrediente está acabando ou um equipamento está programado para manutenção, é possível obter dados relevantes para as pessoas que precisam, com o máximo de antecedência, e ainda evitar problemas.
No caso de um recall ou auditoria de qualidade, isto significa rastrear lotes individuais desde compras até fabricação e, por fim, na cadeia de suprimentos de produtos acabados. Se tiver problemas com um lote, todos os que podem solucioná-lo serão notificados imediatamente a respondê-lo.
5. Incorpore tecnologias sociais
Demorou um tempo, mas as empresas finalmente estão começando a aceitar as tecnologias sociais e reconhecer a função importante que podem ter para tornar as informações mais valiosas.
A inteligência de negócios e as ferramentas analíticas estão particularmente adaptadas aos conceitos que agora migraram do mundo do consumidor.
• A capacidade de “curtir” ou “seguir” pessoas, tópicos, ou até equipamentos: essas capacidades promovem o trabalho em equipe e a colaboração para garantir que a informação seja enviada de forma rápida e automática àqueles que precisam.
• Os recursos de bate-papo oferecem uma maneira de capturar o conhecimento sobre a empresa e evitar com que as informações fiquem escondidas em caixas de entrada de e-mail e discos rígidos, locais onde a Harvard Business Review observou que, normalmente o conhecimento institucional fica perdido.
• Recursos de busca empresarial: a busca permite com que os usuários encontrem rapidamente o que precisam e evitem se perder em um mundo de dados irrelevantes. Ao capturar esta informação e torná-la disponível para busca, você facilitará o conhecimento institucional a acessar, compartilhar e salvar.
6. Ofereça acesso móvel às informações
De acordo com Mary Meeker, da Kleiner Perkins, hoje, 25% de todo o uso da internet são para contas móveis. E esse número só tende a crescer. Seus funcionários não estão presos às mesas, estão no chão de fábrica, no depósito, em ligações de vendas. Eles precisam estar conectados. Manipular dados e criar relatórios em um dispositivo móvel pode ser o que os funcionários precisam, mas a maioria ficará satisfeita simplesmente por ter acesso no início. Um método em fases, dará a você, tempo para implantar as políticas de segurança corretas e testar os ambientes.
7. Escolha as soluções que ofereçam opções de implementação flexível, incluindo hospedagem em nuvem
A nuvem ajuda a reduzir os gastos de capital, a acelerar o acesso aos dados e simplificar a integração de solução; uma mudança para a nuvem também reduz o tempo gasto ao reagir às interrupções do serviço. Além de reduzir o custo total de propriedade e melhorar a segurança de dados.
8. Selecione as ferramentas que se integram facilmente com os sistemas na empresa, independentemente do fornecedor
Há possibilidade de obter uma mistura de aplicativos internos, soluções prontas para uso e software empresarial personalizado, de modo moderado ou intenso. Integrar todos esses sistemas é problemático, você precisa de inteligência de negócios e sistemas analíticos que podem se integrar facilmente com seus sistemas de produção, sistemas de RH, sistemas de relacionamento com o cliente, entre outros, sem forçar a substituição ou personalizar os conectores de código. Esses sistemas devem se comunicar perfeitamente entre eles, para que você tenha uma fonte confiável de dados, que seja acessível a partir de qualquer lugar.
9. Dê aos usuários o acesso para pré-criar análises e dados
Para as ferramentas analíticas atenderem às necessidades de sua empresa química, elas precisam trabalhar como o seu negócio trabalha. Escolha soluções que são desenvolvidas a partir de uma função específica em sua empresa (como finanças ou vendas) e que ofereçam modelos específicos ao segmento e relatórios previamente criados com base nos processos típicos de mercado e KPIs. Seus usuários terão ferramentas que falam seu idioma, já que trabalham com processos específicos para a indústria química, que podem ajudar a aumentar sua produtividade e seu compromisso.
10. Ofereça uma visão em tempo real de seu negócio
Acompanhar as demandas do cliente e, ao mesmo tempo, garantir a segurança e a conformidade com as autorizações regulatórias precisa de uma visão em tempo real de todos os seus processos de negócios.
O equipamento que está na sua fábrica está funcionando de acordo com a especificação? Seus custos de energia estão flutuando tanto que você talvez precise repensar onde mantém suas fábricas de produção?
A tecnologia facilitou a classificação de Big data em conjuntos menores, mais úteis que, em troca, permitem dividir os silos comerciais e aumentar a visibilidade. Como resultado, você tem uma oportunidade maior que antes para criar uma visão abrangente de 360º, em tempo real de interação entre seus sistemas de cadeia de fornecimento, compra e transação. É possível encontrar um problema, isolá-lo, analisá-lo e descobrir a causa e identificar uma solução, antes que crie um gargalo.

(*) É diretor sênior de produtos para a Infor LATAM