169 views 2 mins

Microsoft vai usar energia nuclear

em Tecnologia
terça-feira, 10 de outubro de 2023

Segundo o portal CNBC, a Microsoft pretende contratar um executivo para liderar o processo que pode levar ao uso de pequenos reatores nucleares próprios para alimentar os datacenters onde residem sua nuvem e suas aplicações de inteligência artificial.

Vivaldo José Breternitz (*)

Dado o crescente volume de dados nessa nuvem e o enorme aumento no volume de processamento gerado por aplicações de inteligência artificial, a empresa pretende reduzir o consumo de energia gerada por fontes convencionais, levando em conta razões de custo e impacto ambiental.

Cabe lembrar que Bill Gates, cofundador da Microsoft, também é presidente do conselho da TerraPower, uma empresa voltada à área de pequenos reatores. Apesar disso a TerraPower diz que não tem nenhum acordo para vender reatores à Microsoft.

No entanto, a Microsoft já se comprometeu a usar a energia nuclear como uma alternativa às fontes convencionais, tendo, em maio, anunciado a assinatura de um acordo para compra de energia da Helion, uma startup voltada à área nuclear; o fornecimento deve começar em 2028, e, coincidência ou não, Sam Altman, CEO da OpenAI, parceira da Microsoft em inteligência artificial, é um dos primeiros e maiores investidores na Helion.

O interesse de diversas empresas pela energia nuclear vem aumentando juntamente com as preocupações sobre as alterações climáticas, uma vez que os reatores nucleares geram eletricidade praticamente sem emissão de dióxido de carbono.

Em tese a ideia é boa, mas não podemos nos esquecer dos grandes acidentes que já ocorreram envolvendo energia nuclear, como o de Chernobyl, ocorrido em 1986 na Russia, gerando contaminação que, segundo a ONU, matou entre 9 e 16 mil pessoas.

Com um número menor de vítimas, mas também mostrando como a energia nuclear pode ser perigosa, vale lembrar os acidentes de Three Miles Island, acontecido nos Estados Unidos em 1979 e o de Tsushima, ocorrido no Japão em 2011.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.