
A Nippon Telegraph and Telephone Corporation (NTT) é uma empresa japonesa de telecomunicações e tecnologia da informação.
Vivaldo José Breternitz (*)
Fundada em 1952 hoje é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, prestando uma vasta gama de serviços e com uma presença global significativa.
Fiel ao seu espírito inovador, a NTT anunciou que está desenvolvendo um projeto usando drones destinado a evitar os danos causados por raios. Após testes bem-sucedidos no início deste ano, espera-se que redes desses drones venham a ser utilizadas como medida de proteção em cidades e infraestruturas importantes.
Danos causados por raios não são tão raros; de acordo com a NTT, esses danos estão ao redor de US$ 1,4 bilhão ao ano, apenas no Japão. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, os prejuízos anuais são da ordem de US$ 1 bilhão. Há também os danos causados às pessoas – no Brasil, morrem a cada ano cerca de 80 pessoas atingidas por raios.
Levando em conta que os para-raios convencionais não fornecem uma proteção tão ampla quanto o desejável e que podem ser difíceis de instalar em alguns locais, como por exemplo no alto das torres de turbinas eólicas, a NTT começou a desenvolver o projeto que agora vem sendo testado.
A ideia básica é que equipamentos de monitoramento em terra avaliem o perigo de raios em uma área – quando tempestades se aproximam e flutuações no campo elétrico são observadas, enxames de drones são enviados à área.
Esses drones não são kamikaze – eles são equipados com uma gaiola resistente a raios. Em um voo de teste em 13 de dezembro de 2024, um drone foi levado a uma altitude de 300 metros para se aproximar de uma nuvem de tempestade e atraiu um raio – quando o raio atingiu o drone, ele conseguiu continuar voando mesmo com a gaiola danificada.
A NTT pretende continuar aprimorando seus drones, buscando aumentar a precisão na localização de raios e desenvolver sistemas para capturar e armazenar a energia dos mesmos.
Caso essa tecnologia possa vira ser efetivamente aplicada, ela poderá ser muito útil ao Brasil, pois nosso país é o que tem a maior incidência de raios em todo o mundo, com estimativas que variam entre 70 e 100 milhões de descargas por ano.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor – [email protected].