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Política 28/11/2017

em Política
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Os dois projetos, que tratam de segurança pública, ganharam regime de urgência na última semana.

Senado pode votar propostas para área de segurança pública

Os dois projetos, que tratam de segurança pública, ganharam regime de urgência na última semana.

Logo após destrancar a pauta com a votação da MP que cria a Agência Nacional de Mineração (ANM), os senadores podem votar, hoje (28), dois projetos que tratam de segurança pública e que ganharam regime de urgência na última semana

Um dos projetos altera a Lei de Responsabilidade Fiscal para excetuar as ações de segurança pública da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias. O outro, institui o Estatuto da Segurança Privada e da Segurança das Instituições Financeiras.
O projeto livra a área de segurança pública de estados e municípios de um possível corte de verbas por parte da União. Isso porque coloca a segurança pública ao lado da educação, da saúde e da assistência social entre os setores imunes à suspensão de transferências voluntárias de recursos da União para prefeituras e governos estaduais. Esses convênios fixam obrigações para os beneficiários, que, se não cumpridas, sujeitam o ente à sanção temporária de não recebimento de novas verbas.
O outro projeto, faz parte do pacote relacionados à segurança pública que se tornaram prioridade da pauta do Senado nas últimas semanas. O estatuto trata dos serviços de segurança privada e sobre a segurança das instituições financeiras, disciplinando a autorização prévia e a fiscalização da Polícia Federal para os serviços de segurança privada e para o plano de segurança em dependências de instituições financeiras.
Também trata do funcionamento das escolas de formação; do uso de produtos controlados de uso restrito, armas de fogo e de menor potencial ofensivo; da prestação do serviço em espaços de uso comum do povo, transportes coletivos, estabelecimentos prisionais, portos e aeroportos, estabelecimentos públicos e privados e áreas públicas; dos requisitos para exercício profissional, bem como direito a seguro de vida, assistência jurídica e piso salarial fixado em acordos e convenções coletivas, que também podem ajustar a jornada de trabalho.
Ainda na área de segurança pública, os senadores podem votar, em primeiro turno, a proposta, que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança Pública, que passa a receber dois tributos pagos pelas indústrias de armas e material bélico: o IPI, recolhido pela União, e o ICMS, cobrado por estados. O fundo é formado ainda pelo Imposto Sobre Serviços (ISS) pago pelas empresas de segurança privada aos municípios (Ag.Senado).

Trabalhador que receber menos que o mínimo fará recolhimento complementar

O recolhimento complementar da contribuição será feito pelo próprio segurado.

O trabalhador que receber menos de R$ 937 ao mês (salário mínimo), ao realizar trabalho intermitente, deverá recolher alíquota de 8% de contribuição previdenciária sobre a diferença entre o que recebeu e o mínimo. O esclarecimento foi feito pela Receita Federal no Ato Declaratório Interpretativo (ADI) RFB nº 6, publicado na edição de ontem (27) do Diário Oficial da União.
A Receita Federal lembra que a reforma trabalhista, efetuada pela Lei nº 13.467 de 2017, trouxe a possibilidade de o segurado empregado receber valor mensal inferior ao salário mínimo, como no caso de trabalho intermitente, que permite o pagamento por período trabalhado, podendo o empregado receber por horas ou dia de trabalho. O recolhimento complementar será necessário caso a soma de remunerações auferidas de um ou mais empregadores no período de um mês seja inferior ao salário mínimo.
Segundo a Receita, o recolhimento complementar da contribuição previdenciária deverá ser feito pelo próprio segurado até o dia 20 do mês seguinte ao da prestação do serviço. Caso não faça o recolhimento, não será computado o tempo de contribuição para receber os benefícios previdenciários e para o cumprimento do prazo de carência. Essa complementação já era prevista para o caso do contribuinte individual. No caso de empregado não existia essa previsão.
A Receita esclarece que a MP estabeleceu essa previsão e criou para o segurado empregado a possibilidade de complementação da contribuição até o valor relativo ao salário mínimo, especificando que a alíquota aplicada será a mesma da contribuição do trabalhador retida pela empresa. “Todavia, a referida MP não fixou a data de vencimento dessa contribuição, nem deixou claro qual seria a alíquota aplicada, sendo necessária a publicação do ADI”, diz a Receita. A MP foi editada neste mês para ajustar pontos da Reforma Trabalhista (ABr).

Reforma é necessária para ‘evitar sacrifícios maiores’

O senador Sérgio de Castro (PDT-ES), disse esperar que a reforma da Previdência chegue logo ao Senado, para ser aperfeiçoado. O parlamentar lembrou que, assim como gerou polêmica em todos os países onde já foi discutido, o tema também enfrenta resistência da população brasileira.
Ele vê a rejeição dos cidadãos à reforma da Previdência como “algo natural”, uma vez que todas as alterações pretendidas pelo governo exigem sempre maior esforço da geração na qual acontecem. O senador disse que essas pessoas têm razão, já que não são culpadas pelos desequilíbrios financeiros da Previdência, o senador disse que o problema deve ser encarado com racionalidade.
Mas para ele as medidas, que deixaram de ser tomadas nas décadas passadas, precisam acontecer agora, pois seriam inadiáveis e evitariam que o Brasil sofra piores consequências. “E é imperioso agir logo, antes que esse quinhão de sacrifício se torne muito maior, ou que cheguemos a um desastre de proporções iguais ou piores que aquele enfrentado recentemente pela Grécia, depois de muita convulsão e de ações que resultaram em nada, a não ser, na debacle daquele país” (Ag.Senado).

Arábia Saudita cria aliança contra terrrorismo

A Arábia Sadita lançou uma coalizão para combater o terrorismo que conta com o apoio de 40 países muçulmanos, a maioria sunita. O anúncio foi feito em Riade pelo príncipe saudita Mohammed bin Salman. Batizada de Aliança Militar Islâmica (AMI), a entidade já tem sido chamada de “OTAN árabe”, em referência à Organização do Tratado do Atlântico Norte que une a Europa e a América do Norte em ações militares.
O príncipe herdeiro, de 32 anos, afirmou que os países “farão tudo o que puder para que o terrorismo seja apagado da face da Terra”. Além de expressar solidariedade aos 300 mortos do atentado terrorista de sexta-feira (24) contra uma mesquita da Península do Sinai, no Egito, Salman afirmou que ataques deste tipo consolidam a aliança entre os países muçulmanos.
A AMI reúne 40 países muçulmanos da Ásia e África, entre eles Nigéria, Somália e Paquistão. Outras nações do continente asiático resolveram não participar, como o Irã – rival xiita da Arábia Saudita -, Síria e Iraque. Na última semana, o príncipe herdeiro e líder da Arábia Saudita entrou em uma polêmica ao acusar o guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, de ser o “novo Hitler do Oriente Médio”(ANSA).

Aprovada a renegociação de dívidas de produtores do Proálcool

Roberto Balestra: produtores que aderiram ao Proálcool encontram-se em sérias dificuldades financeiras.

A Comissão de Agricultura da Câmara aprovou a renegociação de dívidas oriundas de operações de crédito rural ou agroindustrial contratadas por produtores rurais e suas cooperativas ao amparo do Proálcool. A medida está prevista no projeto do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que estabelece as seguintes condições:
• atualização do saldo devedor a ser renegociado pelos encargos de normalidade, com expurgo de multas ou quaisquer encargos por inadimplemento; – rebate na data da renegociação de 50% sobre os saldos devedores atualizados; – prazo de pagamento do valor renegociado de até 15 anos, com até três anos de carência; – taxa efetiva de juros de 3% ao ano;
• bônus de adimplência de 15% sobre o valor das parcelas pagas até a data de vencimento.

O Prálcool, que teve fim em 1990, foi um programa de substituição dos combustíveis veiculares derivados de petróleo, como a gasolina, por álcool combustível com financiamento do governo federal a partir de 1975 em razão da crise do petróleo de 1973. O relator na comissão, deputado Roberto Balestra (PP-GO), recomendou a aprovação da matéria. Ele lembrou que, passados mais de 40 anos do lançamento do Proálcool, inúmeros agricultores que aderiram à produção do biocombustível encontram-se em sérias dificuldades financeiras.
Segundo ele, o endividamento dos produtores e cooperativas foi agravado pelo controle governamental sobre o preço da gasolina, ao qual se vincula o mercado de etanol. “A renegociação proposta busca reverter esse quadro desanimador, pois estabelece condições que buscam a recuperação da capacidade de pagamento dos produtores”, defendeu o relator. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça (Ag.Câmara).

Instituição de política para combater violência contra jovem

Relator do projeto, Tadeu Alencar.

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou a admissibilidade da proposta que inclui, entre as obrigações do Estado, elaborar e executar, de forma articulada com as várias esferas do poder público e da sociedade civil, planos nacional, estaduais e municipais de enfrentamento ao homicídio de jovens. A proposta foi relatada pelo deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), que deu parecer favorável. Ainda segundo o texto, os planos de enfrentamento serão executados por meio de lei, de duração decenal.
A proposta é um dos projetos elaborados pela CPI da Câmara que investigou a violência contra jovens negros e pobres no Brasil. A CPI, concluída em 2015, foi presidida pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e teve como relatora a deputada Rosangela Gomes (PRB-RJ). Em outubro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um relatório que aponta que o Brasil tem a sétima maior taxa de homicídios de adolescentes (10 a 19 anos) do mundo, com 59 assassinatos para cada grupo de 100 mil adolescentes.
O País fica atrás apenas da Síria (330), Iraque (134), Venezuela (97), Colômbia (71), El Salvador (66) e Honduras (65). A proposta será analisada agora por uma comissão especial, criada especialmente para esse fim. Se o texto for aprovado, será submetido a dois turnos de votação no Plenário (Ag.Câmara).