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Negócios x crise: motivando equipes a continuar remando em meio à tempestade

em Opinião
sexta-feira, 09 de outubro de 2015

Carlos Passos (*)

Os problemas existem e estão nas páginas dos jornais, mas a questão é: como reagir à situação?

Basta abrir o jornal ou ligar num canal de jornalismo para ouvirmos “mais do mesmo” em 2015: a economia vai mal, as dificuldades aumentam, a pressão e o estresse se instalam… Notícias pessimistas do mercado contagiam os líderes e transformam desafios em problemas. É como tirar o pé do acelerador em uma subida íngreme. Porém, não é recomendável acreditarmos prematuramente que não vamos conseguir superar “a crise”, pois isso certamente resultará em queda de desempenho, quer seja do indivíduo, quer seja da própria empresa.

Depois, se empresários e líderes se deixarem levar pelo pessimismo da recessão atual do Brasil, todo o time responsável pela produção receberá o recado do mesmo jeito: a economia vai mal, a empresa poderá ir mal também. Porém, é justamente neste momento que é preciso tomar medidas drásticas. Tem que saber separar o que é boato do que é fato. Se por um lado há sim queda no desempenho geral e citações dramáticas sobre falências, desemprego, crise social, entre outras más notícias, surpreendentemente também existem empresas indo bem e superando as dificuldades.

Mas, porque muitas empresas estão indo bem quando outras, diante desse cenário adverso que se instalou este ano, dizem ser incapazes de continuar frente ao problema instalado? A frase de Roberto Setubal, presidente de uma das maiores instituições financeiras do Brasil, define bem o posicionamento que faz diferença nessa situação: “a questão não é ter problema, mas a forma como reagir a ele!”

Muitos podem se perguntar: qual a receita de sucesso daquelas empresas que estão se saindo bem? Os melhores ingredientes dessa receita relacionam-se a dois fatores importantes:

. ATITUDE – se ajustes financeiros são necessários, e isso às vezes se traduz em cortes de recursos (humanos e/ou financeiros), a liderança da empresa deve passar toda energia positiva possível, sendo cada um dos seus líderes o próprio modelo de referência positiva. Assumir a posição de levantar a bandeira e se posicionar à frente do time, motivando-o e instigando-o a avançar, dando cada um, o exemplo de velocidade, energia e competência que a empresa precisa para superar os desafios dessa “subida íngreme” do momento.

. COMPETÊNCIA – clientes mais exigentes, concorrência acirrada! Nem sempre neste momento a solução é baixar preço. O diferencial pode estar na excelência de atendimento ao cliente. Aqueles que estão mais preparados não temem as dificuldades, porque sabem como enfrentá-las.

Na contramão do que deveria ser feito, muitas empresas decidem cortar “despesas”, cortando atividades de treinamento. No momento em que essas empresas cortam recursos como esses, adotam atitudes com referencial negativo, promovendo a desmotivação e o pânico interno. Por outro lado, empresas que começam a se destacar das demais, promovem o incentivo e demonstram o zelo que têm por seus profissionais, capacitando-os cada vez mais no desenvolvimento de suas tarefas. Em várias situações, como na redução de pessoal da empresa, em que profissionais assumem outras funções para as quais não estão habilitados, “treinamento” é a palavra chave.

Diferente do que muitos erroneamente pensam treinamento não é despesa. Treinamento é motivação, é visão do futuro, é a demonstração mais clara de que a empresa se interessa por seus empregados, acreditando nas competências que irão ajudá-la a se posicionar bem na crise, hoje e no futuro. Preparar uma equipe com treinamento é se antecipar ao sucesso.

Em uma leitura recente de uma matéria que falava sobre como enfrentar a crise, o autor da referida publicação fez uma analogia correta desta ação que aqui colocamos como receita de sucesso e um surfista. Quando o surfista se prepara para “pegar a onda” – olha para trás, vê que a onda está chegando e investe toda a sua energia antecipadamente ao nadar com a prancha, colocando-a sintonizada à velocidade da onda.

Quando chega a hora, é fácil estar na crista da onda. Os outros? Perderam a oportunidade, perderam a onda e ficaram para trás!

(*) – Especialista em formação de equipes de vendas, desenvolvimento gerencial, treinamento, marketing e comercial, é sócio-proprietário da UpGrade – Consultoria Especializada (www.estilopropaganda.com.br).