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O que a revolução digital trouxe de inovações para o mercado imobiliário?

em Opinião
sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Mudamos a forma de nos locomover, de assistir a séries e filmes, de abastecer a geladeira e armários com as compras da semana e, até, de nos relacionar com o outro. Não deixamos de fazer as nossas atividades diárias. O que mudamos foi a forma. A tecnologia permite sermos mais eficientes em tudo o que fazemos. Conseguimos desburocratizar processos e ganhamos agilidade, facilidade e, consequentemente, mais tempo para nos dedicarmos a novas atividades.

A grande preocupação do futuro, por sinal, é exatamente esta: o que fazer com o tempo livre que certamente conquistaremos nas próximas décadas? Acompanhar esta revolução tecnológica é condição sine qua non para quem quer sobreviver no mercado. Para quem quer crescer, no entanto, não basta acompanhar. É preciso estar um passo a frente e inovar a todo momento.

Podemos fazer um breve comparativo com o cenário de cerca de 20 anos atrás, quando a bolha ou o boom da Internet trouxe inúmeras ideias e empresas disruptivas para os mercados. Assim como hoje, vemos startups surgindo a cada minuto, há duas décadas, também víamos empresas inovadoras romperem a barreira do tempo e trazerem soluções que nunca imaginávamos. Entre os inúmeros mercados que sentiram na pele a revolução digital, podemos citar o mercado imobiliário.

Objeto de desejo e sonho para muitas pessoas, a busca por um imóvel também ficou na palma das mãos. A evolução começou há exatas duas décadas, quando alguns empreendedores perceberam que a Internet poderia revolucionar a forma como procurávamos imóveis. Até então, era uma demanda que, sozinha, garantia cadernos inteiros nos de jornais impressos com os famosos classificados. Era a grande oportunidade de começar a mudar.

No Brasil, a empresa pioneira neste segmento é o Imovelweb, primeiro portal de anúncios de imóveis. Romper com o hábito semanal de pegar um jornal e buscar breves informações sobre um possível imóvel era o grande desafio. Com a Internet, além de facilitar a busca, era possível ver fotos antes mesmo de falar com o corretor. Algo realmente inusitado que facilitava o processo e, consequentemente, economizava o precioso tempo de todos os envolvidos.

O consumidor mudou. Hoje, muitos que buscam o primeiro imóvel para comprar ou alugar já nasceram na era da internet. Para este público, os cadernos de classificados nunca existiram. Por outro lado, o consumidor que acompanhou toda esta transformação e busca a compra ou a troca de um imóvel por diferentes motivos, já sabe que a tecnologia é a sua grande aliada. Todos já se habituaram a conseguir informações rápidas, precisas e confiáveis nos portais de busca.

Em contrapartida, ao longo das últimas décadas, com conceitos como Internet das coisas e inteligência artificial, sabemos muito mais sobre as necessidades e as dores dos consumidores. A tecnologia também se tornou o grande aliado dos vendedores, sejam corretores, incorporadores ou construtores. Se os trâmites burocráticos para finalizar um contrato ainda se fazem presentes, a tendência é também solucionar e agilizar o processo.

Caminharmos sim, por exemplo, para plataformas que possibilitam o aluguel de imóvel sem fiador, com mecanismos que reduzem a demora no processo. Os hábitos dos consumidores estão em constante mudança. A tecnologia nos permite conhecer estes hábitos. Precisamos estar de olho no que o consumidor vai precisar no futuro. Ou seja, precisamos antevê-los. E é este tipo de iniciativa que irá solidificar e garantir a perenidade das empresas inovadoras.

(*) – Formado em Direito pela PUC-RS e em Administração de Empresas, pela UFRGS, possui MBA e Mestrado em Comércio Internacional pela Universidade Paris-Sorbonne, é CEO do Imovelweb, um dos maiores portais do mercado imobiliário do País.