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Fundos quantitativos neutros ao mercado se mostram uma opção com melhor risco-retorno

em Mercado
terça-feira, 14 de novembro de 2023

Fundos quantitativos neutros ao mercado buscam oferecer um portfólio não direcional, que geram Alpha, são baseados em análises de dados e oferecem descorrelação a cenários econômicos.

O mundo vive um cenário de incertezas em meio à possibilidade de aumento da inflação global e em meio às diversas turbulências no cenário geopolítico mundial. Existem incertezas quanto ao caminho da economia americana que tem mantido as taxas de juros altas como meio de controle inflacionário, causando impactos globais. “Hoje, existem vários fatores geopolíticos que tendem a gerar insegurança.

As pessoas tendem a ficar mais avessas ao risco no cenário atual e o mercado fica mais defensivo”, avalia Fernando Vieira Santos Filho, sócio da Quantique, gestora de fundos quantitativos. Mas em meio a tantas incertezas, qual é o caminho para investidores não ficarem expostos diretamente a certos cenários?
Uma das possibilidades com melhor risco-retorno em meio a esse cenário são os fundos quantitativos não direcionais, que utilizam algoritmos que processam e interpretam uma grande quantidade de dados alimentando modelos de análise (utilizando ciências exatas e tecnologias que incluem inteligência artificial e engenharia de dados, entre outras) a fim de encontrar as melhores oportunidades para a alocação de recursos e realização de investimentos. Esses modelos utilizam diversos tipos de dados procedentes de todo o mundo e contam com a supervisão em todas as etapas de profissionais especializados.

Segundo Fernando Santos a grande vantagem desse modelo é que ele permite verificar distorções e idiossincrasias em ativos, possibilitando encontrar potenciais retornos através da neutralização do risco direcional e diversificação do retorno não sistemático. “Qualquer movimento de preço de um ativo que não é explicado por nenhum dado ou fato concreto é uma distorção ou uma idiossincrasia, algo muito comum em um mercado não maduro como o brasileiro (em comparação a mercados desenvolvidos)”, explica ele.

Fernando Vieira Santos Filho, Camila Fairbanks e Renato Ometto, sócios-fundadores da Quantique
Com isso, os fundos Quant, como são conhecidos, utilizam os mais variados dados como preços de ativos do mundo todo, balanços de empresas, resultados, estimativas de analistas, bancos e consultores sobre as performances de empresas e diversos fatores econômicos. Dessa maneira, visam trabalhar com o maior número possível de informações que possam interpretar comportamentos de preços.

“A Quantique não tenta prever o futuro. Analisamos milhares de relações entre ativos com base nas informações que temos em nosso extenso banco de dados proprietário. É diferente de realmente fazer uma aposta baseada no que a gente acha que vai acontecer com a economia no futuro ou de fazer previsões sobre direções macroeconômicas”, destaca o especialista.

Dessa forma, os fundos Quant agregam a carteira de qualquer investidor por proporcionar diversificação à carteira através de um portfólio não correlacionado com o mercado e sem viés direcional a qualquer classe de ativos. “Olhando para o portfólio, você não conseguiria dizer se o fundo Quant está mais otimista ou pessimista porque ele não está apostando em nenhum risco direcional que está relacionado a um sentimento de pessimismo ou otimismo”, afirma.

Fernando, por fim, aponta que, com carteiras diversificadas, os investidores possuem menos riscos direcionais, atrelados a uma mudança de juros ou a quedas na bolsa, passando a ter mais riscos relativos e geração de Alpha.