É menos dinheiro sobrando para pagar dívidas e sair da inadimplência. |
Mais 2,4 milhões de consumidores tiveram os nomes incluídos em cadastro de devedores, entre janeiro e setembro, de acordo com dados da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil. No final de setembro, havia 57 milhões de consumidores registrados em cadastro de devedores. Esse total equivale a 38,9% da população adulta do país (faixa de 18 a 94 anos). Em setembro, comparado a igual período de 2014, o número de consumidores com contas atrasadas subiu 5,45%.
Os atrasos no pagamento de contas de serviços básicos, como água e luz, foram os que mais cresceram: 12,55%, na comparação entre setembro deste ano e o mesmo mês de 2014. As dívidas bancárias, incluídas pendências com cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e seguros, subiram 10,32%. As dívidas do setor de telecomunicações, atrasos no pagamento de telefone fixo, celular e TV por assinatura, cresceram 4,17%, enquanto as pendências no comércio tiveram alta de 0,85%. Segundo a CNDL, quase metade das dívidas em atraso são de bancos (48,17%). A segunda maior participação no total das dívidas é com o comércio (20,3%).
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a inadimplência está espalhada por todos os segmentos da economia, o que gera preocupação. Para ela, o cenário futuro também está ruim, com menos contratações no comércio no final do ano, aumento de desemprego, rendimentos menores e queda menor da inadimplência esperada para o final do ano.
Segundo Marcela, a inflação forte nos segmentos de alimentação, habitação e transporte dificultam a queda da inadimplência. “Não são itens específicos que a gente consegue trocar. É menos dinheiro sobrando para pagar dívidas e sair da inadimplência”, acrescentou.
Mesmo assim, a economista não acredita em descontrole da inadimplência porque os bancos estão emprestando menos. “O que limita a inadimplência é a base de crédito menor”, disse (ABr).