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Economia 17/01/2017

em Economia
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação.

Mercado projeta 9,75% ao ano para Selic em 2017

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação.

O mercado financeiro projeta que a Selic, a taxa básica de juros da economia, chegará a um dígito e encerrará 2017 em 9,75% ao ano

A estimativa está no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) feita com instituições financeiras. O mercado revisou a previsão para a Selic após o Copom do BC reduzir a taxa básica, na última quarta-feira (11), mais que o esperado, em sua primeira reunião em 2017. Em lugar da queda de 0,5 ponto percentual projetada, o Copom cortou 0,75 ponto percentual.
A decisão de reduzir a taxa básica de juros ocorreu depois que o IBGE divulgou que a inflação medida pelo IPCA encerrou 2016 em 6,29%. O patamar está abaixo do teto da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5% com dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.
O boletim Focus estima que a inflação pelo IPCA cairá mais, encerrando 2017 em 4,8%. Na semana passada, as instituições financeiras previam 4,81%. O mercado financeiro mantém a previsão de que a inflação chegara ao centro da meta em 2018, ficando em 4,5%. A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano permanece em 0,50% (ABr).

Aumentou a demanda do consumidor por crédito em 2016

Em relação a 2015, a demanda cresceu 3,7%.

De acordo com o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de pessoas que buscou crédito cresceu 3,7% no acumulado do ano de 2016 comparativamente ao ano de 2015. Apesar de positivo, foi o quinto ano consecutivo de fraco desempenho já que, no período de 2008 a 2011, o crescimento médio anual da procura do consumidor por crédito foi bem mais expressivo: 7,1% anuais, em média.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, a inflação ainda alta, sobretudo no primeiro semestre do ano, os esforços do consumidor em reduzir pagar suas dívidas, o elevado custo do crédito e o grau reduzido dos índices de confiança dos consumidores, determinaram um desempenho enfraquecido da demanda do consumidor por crédito no ano de 2016, a exemplo do que vem ocorrendo nestes últimos anos.
Vale ressaltar também que, observando-se tanto os dados das vendas do varejo como das concessões de crédito de 2016, depreende-se que a demanda por crédito no ano passado foi caracterizada pela procura de crédito para quitação/renegociação de dívidas do que para a expansão do endividamento de consumo/investimento do consumidor (Serasa Experian).

Inflação semanal registra alta

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta de 0,62% na segunda semana de janeiro, de acordo com dados divulgados ontem (16) pelo Ibre da FGV. O percentual é 0,12 ponto percentual maior que o registrado na semana anterior. Dos oito grupos que compõem o índice, quatro tiveram aumento nos percentuais em comparação com o período anterior.
Nesta divulgação foram levados em conta os preços coletados entre dias 16 de dezembro de 2016 e 15 de janeiro de 2017 em relação aos verificados entre 16 de novembro de 2016 e 15 de dezembro de 2016. Passando de 0,78% para 1,95%, o item educação, leitura e recreação foi um dos que puxou a inflação medida pelo IPC-S para cima. Os cursos formais variaram de 1,17% para 3,75%. Habitação passou de -0,28% para 0,01%, devido ao comportamento da tarifa de eletricidade residencial que variou de -3,96% e para -2,55%.
Os gastos com transportes tiveram alta de 1,06% na semana, contra 0,96% no período anterior. Nesse sentido influenciou o aumento da tarifa de ônibus urbano, que tinha ficado em 0,68% e chegou a 1,52%. Alimentação passou de 0,75% para 0,77%, sob influência das hortaliças e legumes que estavam em -1,38% e foram para -0,06%. Os gastos com comunicação mantiveram o mesmo percentual da medição anterior (0,36%). Outros três grupos tiveram queda, vestuário (de 0,27% para -0,41%), saúde e cuidados pessoais (de 0,66% para 0,56%) e despesas diversas (de 1,24% para 0,92%).

Superávit da balança comercial

Brasília – A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 120 milhões na segunda semana de janeiro, de acordo com dados divulgados ontem (16), pelo MDIC. Entre os dias 9 e 15 deste mês, as exportações somaram US$ 2,919 bilhões, e as importações, US$ 2,799 bilhões. No acumulado das duas primeiras semanas do ano, o superávit é de US$ 341 milhões. No período, as exportações somam US$ 5,939 bilhões e as importações chegam a US$ 5,598 bilhões.
A média diária de exportações nas duas primeiras semanas de janeiro foi de US$ 593,9 milhões, uma alta de 5,7% em comparação com a média de embarques por dia útil do mesmo mês do ano passado, de US$ 561,9 milhões. Já nas importações, a média por dia na segunda semana deste mês foi de US$ 559,8 milhões, crescimento de 8,5% em relação à média de compras de janeiro de 2016, que foi de US$ 516,1 milhões (AE).