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Economia 03/12/2015

em Economia
quarta-feira, 02 de dezembro de 2015

Queda da construção civil aprofunda retração do investimento

Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins.

Resultado do PIB, récem divulgado pelo IBGE, comprova o forte impacto negativo da redução continuada da atividade da construção civil sobre a economia brasileira em 2015 e sobre os investimentos

Combinados, o quadro de recessão e a sazonalidade do setor, que registra desaceleração de suas atividades no último trimestre do ano, devem forçar uma revisão para baixo das estimativas. Os dados do IBGE somam-se a outros indicadores negativos para o setor, especialmente a redução de postos de trabalho.
“Esse resultado confirma a necessidade de o Brasil enfrentar seus problemas estruturais”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Não basta mais aplicar remédios, é preciso fazer uma cirurgia”, frisa, defendendo a adoção de medidas que revertam o cenário atual para além do ajuste fiscal.
Segundo o IBGE, a indústria da construção já caiu 8,4% nesse ano. O setor sofre impacto negativo de um conjunto de fatores como a suspensão dos investimentos, o atraso nos pagamentos de obras contratadas e executadas para o governo federal, o aumento de impostos e a escalada da inflação.
A deterioração continuada do cenário leva à perda de meio milhão de postos de trabalho em 2015. Martins reitera a defesa da adoção de medidas que viabilizem a retomada dos investimentos. Na sua avaliação, fatores como a incerteza econômica, a instabilidade regulatória, os custos de financiamento, o atraso dos leilões de grandes obras de infraestrutura, e a suspensão dos investimentos estão entre os principais fatores que retardam a recuperação do PIB (CBIC).

Fazenda e Turismo firmam acordo para preservar empregos

Ministros do Turismo, Henrique Alves (primeiro à esq.) e da Fazenda, Joaquim Levy (centro).

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a ser aplicado a partir de 2016 no envio de recursos para o exterior por agências e operadoras de viagem fica 26% menor que a proposta original. Com o fim da isenção do tributo, em 31 de dezembro de 2015, as empresas de turismo passariam a ter um custo total de 33% de IRRF nos pagamentos de fornecedores contratados fora do Brasil. A partir do entendimento costurado pelo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, com o colega da Fazenda, Joaquim Levy, a alíquota a ser aplicada será de 6,38%, a mesma cobrada em operações de cartões de crédito.
“É uma grande conquista que garante a manutenção de empregos e evita a perda de competitividade acentuada das empresas do setor”, comentou o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. Estudo encomendado pela Abav e Braztoa previa a eliminação de 185 mil postos de trabalhos diretos e outros 430 mil indiretos, num volume de perda salarial para a economia brasileira estimada em R$ 4,1 bilhões com o fim da isenção do IRRF sobre a remessa de recursos ao exterior.
“Se o governo passar a cobrar o IRRF no patamar previsto antes da isenção, inviabiliza o negócio das agências e operadoras de viagem que trabalham com o turismo internacional. Os valores teriam de ser repassados para o consumidor, que não poderia pagar”, comentou o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco. Para a nova alíquota de 6,38% entrar em vigor, é preciso aprovação da MP 694, sob relatoria do senador Romero Jucá, pelo Congresso Nacional (MTur).

Esteves repassou controle societário do BTG Pactual

O banqueiro André Esteves deixou o controle societário do banco BTG Pactual e da BTG Pactual Participations. De acordo “fato relevante”, foi feita uma troca de ações entre André Esteves e os chamados Top Seven Partners, grupo composto por Marcelo Kalim, Roberto Balls Sallouti, Persio Arida, Antonio Carlos Canto Porto Filho, James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme da Costa Paes, sócios e administradores do Grupo BTG Pactual.
Com essa permuta de ações, houve a alteração no controle societária das companhias, que passa a ser exercido pelo grupo. No último final de semana, Esteves renunciou aos cargos de diretor-presidente e de presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual e de companhia ligada ao banco. Persio Arida assumiu a presidência do Conselho de Administração das instituições.
O BTG Pactual também informou que vendeu ações da Rede D’Or São Luiz ao fundo soberano de Cingapura (GIC). Segundo o banco, a transação totaliza o montante total de aproximadamente R$ 2,38 bilhões (ABr).