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O futuro do Brasil

em Artigos
terça-feira, 07 de agosto de 2018

Edgar Serrano (*)

A TI é a base de todo conhecimento e do desenvolvimento socioeconômico atual.

Estamos falando de uma nova organização geopolítica, que interfere na vida de todos. Não há mais como nossos governantes, adiarem a criação de políticas para o desenvolvimento desse setor. As tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) exercem um papel cada vez mais importante em nossa vida.

A tecnologia tem mudado as relações de trabalho, o tempo do desenvolvimento científico, as relações financeiras e comerciais, a nossa cultura e a nossa individualidade. Trata-se da transversalidade, algo já presente e inevitável em nossas vidas. E é por isso, que necessitamos, urgentemente, de políticas, estratégias e atividades educacionais capazes de superar a exclusão digital das populações mais desfavorecidas, e a aceleração do desenvolvimento tecnológico.

Estamos falando de acesso universal da educação, de qualidade de ensino e aprendizagem, e do desenvolvimento de profissionais qualificados. Apenas dessa maneira o Brasil entrará na trilha da inovação e do crescimento sustentável. O Brasil precisa de política pública setorial. Criar um ambiente de mercado que englobe reforma tributária, defesa da propriedade, incentivo à qualificação do mercado, fomento para estruturas digitais, isenções para estimular a economia da informação, e estratégia de governo digital.

Esperamos que o novo governo esteja disposto a enfrentar os desafios que a economia global requer, compreendendo que só teremos condições de acompanhar as mudanças que estão ocorrendo no mundo, se o setor de TI for visto como estratégico. E é claro que isso passa pela forma como o sistema educacional incorpora as TIC.

O profissional do Século XXI precisa estar preparado para exercer uma atividade que se desenvolve na multidisciplinaridade. O crescimento econômico está diretamente relacionado com as habilidades tecnológicas do trabalhador, seja para ele aspirar a melhores posições dentro do mercado de trabalho ou para empreender.

Não à toda a própria ONU, em seus objetivos do milênio, tem impulsionado programas centrados em capacitação no uso das TIC, como por exemplo, o Programa de Seguimento e Promoção do Teletrabalho em Empresas Privadas da Argentina, que em síntese é uma iniciativa governamental dedicada a promover teletrabalho no setor privado, através de incentivos financeiros.

O objetivo do programa é promover a participação em mercados de trabalho a partir de casa ou de locais remotos. A redução da desigualdade está diretamente relacionada com a redução da exclusão digital, e somente através das TICs é possível implementar uma economia sustentável. Falta pouco para as eleições. Os pré-candidatos começam a ensaiar debates e pouco se fala de programa. Que a educação será prioridade nos discursos, não temos dúvidas. Se a tecnologia da informação será estratégica, já não tenho certeza.

Por isso, apelo a todos que comecem a construir plataformas adequadas ao momento que vivemos, que contemplem as TICs. Pois só dessa maneira pode-se pensar em futuro para o Brasil.

(*) – É presidente da Federação Nacional das Empresas de Informática.