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Tentando prever o impacto de asteroides

em Tecnologia
quinta-feira, 01 de dezembro de 2022

Há algumas semanas um pequeno asteroide chegou à Terra na área de Toronto.

Vivaldo José Breternitz (*)

Embora tivesse apenas cerca de um metro de diâmetro e queimasse inofensivamente na atmosfera, a chegada desse asteroide foi marcante, pois foi um dos primeiros a ser detectado antes de chegar à Terra.

A descoberta do asteroide, chamado 2022 WJ1, foi produto do projeto Catalina Sky Survey, da Universidade do Arizona, que usa telescópios instalados nos arredores de Tucson. Ele foi detectado cerca de quatro horas antes de atingir a Terra, tornando-se o sexto a ser localizado antes da entrada em nossa atmosfera.

A detecção foi informada ao Minor Planet Center, um órgão da Associação Astronômica Internacional que se dedica reunir dados provenientes de diversas fontes acerca de corpos celestes relativamente próximos à Terra, coordenando o acompanhamento dos mesmos por astrônomos de todo o mundo.

Mesmo que esse asteroide em particular fosse pequeno e inofensivo, ser capaz de detectá-lo e alertar a população sobre sua chegada antes do impacto, é um passo importante para desenvolver estratégias de defesa da Terra, visando proteger-nos do impacto de um corpo maior.

Dentre essas estratégias, está o teste da espaçonave DART, lançada pela NASA, que conseguiu mudar a órbita de um asteroide ao colidir com ele.

No entanto, ser capaz de redirecionar pequenos asteroides é apenas parte da solução – a outra, e muito maior, é detectar corpos celestes potencialmente perigosos a tempo de enviar uma missão como a DART, o que atualmente exige anos de aviso prévio.

Nessa linha, a NASA está desenvolvendo o programa Near-Earth Object Surveyor, ou NEO Surveyor, que pretende localizar esses objetos antes que eles cheguem perto de nosso planeta. Pretende-se observar os corpos celestes que orbitam a menos de 50 milhões de quilômetros da Terra e que meçam mais de 150 metros de diâmetro – a NASA acredita existirem cerca 25 mil corpos celestes que se enquadrem nesses parâmetros.

Ao que parece, ao menos por enquanto e em função desse motivo, poderemos dormir tranquilamente.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.