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Parece que o Metaverso é mesmo um desastre

em Tecnologia
quarta-feira, 16 de abril de 2025

Podemos definir o Metaverso como um mundo virtual onde as pessoas, através de um avatar, podem interagir com outras pessoas, lugares e coisas digitais – é quase como um videogame muito imersivo, mas que pretende se tornar uma extensão da nossa vida real, pretendendo mudar a forma com que trabalhamos, estudamos, nos socializamos etc.

Vivaldo José Breternitz (*)

Mark Zuckerberg, o chefão do Facebook é o campeão dessa ideia, a ponto de ter mudado o nome da empresa para Meta, há cerca de quatro anos. A Reality Labs é a unidade da Meta responsável pelo desenvolvimento de realidade aumentada e realidade virtual, incluindo os headsets Meta Quest, os óculos Ray-Ban Meta e a plataforma de mundo virtual Horizon Worlds, que são os elementos centrais para a implementação do Metaverso.

No entanto, o Metaverso até agora, tem se mostrado um fracasso estrondoso. A empresa investiu dezenas de bilhões de dólares nesse conceito, com poucos resultados concretos.

As perdas contínuas trazem sérias dúvidas acerca da viabilidade do Metaverso, que consumiu US$ 45 bilhões até o início de 2025 – praticamente o valor que Elon Musk gastou para comprar o Twitter. E o pior é que Zuckerberg alertou no início deste ano que as perdas continuariam a “aumentar significativamente”.

A imprensa ouviu mais de uma dezena de ex-funcionários de alto nível da Reality Labs, que descreveram a divisão como disfuncional e desorganizada. Frequentes mudanças de liderança e reestruturações geraram ali o caos, que somado a uma estratégia de produto obscura, contribuiu significativamente para as perdas impressionantes da divisão, a ponto de o analista de Wall Street Gene Munster, da Deepwater Asset Management, ter dito que a Reality Labs é um “desastre financeiro” que está prejudicando a Meta como um todo.

Tudo indica que o Metaverso, sonho utópico de Mark Zuckerberg virará pó, como aconteceu com o Second Life, um projeto similar ao Metaverso que foi lançado em 2003 e do qual ninguém mais fala.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].