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Generosidade no trabalho: o novo mindset buscado pelas organizações

em Tecnologia
sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Uma das habilidades mais subestimadas no ambiente de negócios, mas ainda imprescindível para líderes e profissionais em qualquer nível de atuação, é a generosidade. Um atributo que, em geral, é relegado à vida pessoal e, no trabalho, ainda observado com desconfiança pelas pessoas

Tatiana Herculano (*)

Quando falamos em gestão, o ato de liderar surge como algo que pouco tem a ver com gentileza e que tudo é sobre os resultados, mas os líderes inspiradores, que realmente motivam e engajam pessoas e times, são os que praticam a generosidade no seu dia a dia, seja no momento de um feedback negativo ou na contratação de um novo colaborador.

Mas afinal de contas, o que é ser generoso e por que as empresas buscam cada vez mais essa qualidade em suas equipes? Em primeiro lugar, generosidade é sobre tratar os outros com dignidade e respeito. Logo, ela está relacionada ao ambiente de trabalho que criamos a nossa volta, como nos relacionamos e colaboramos em grupo. Profissionais valiosos para as organizações são aqueles capazes de cooperar, de conectar-se com as necessidades alheias – seja o outro o seu cliente ou colega de trabalho – e de liderar pessoas de maneira eficaz.

O bilionário e empreendedor Mark Cuban, mais conhecido por sua participação na versão norte-americana do programa Shark Tank, disse uma vez que a generosidade é um segredo oculto para o sucesso. “Uma das habilidades mais subestimadas nos negócios agora é ser generoso. Eu não gostaria de fazer negócios comigo quando tinha vinte anos. Eu tive que mudar, e mudei, e realmente valeu a pena.”

Praticar a generosidade no ambiente de trabalho nem sempre será uma tarefa simples. Essa é uma ação que demanda integridade, coragem, vontade de ir contra a norma e altos níveis de inteligência emocional. Em compensação, os atos de bondade nos orientam a lidar com as difíceis conversas e negociações de uma maneira mais harmoniosa, já que alteram a nossa perspectiva dos problemas.

A generosidade pode também incomodar quem a recebe de forma gratuita, uma vez que ela incentiva os outros a serem melhores, a experimentem tarefas que não têm certeza se podem realizar e se irão gostar.

Um colaborador generoso é aquele disposto a ajudar aos demais, principalmente aos sobrecarregados, comemora as conquistas alheias, sabe ouvir com atenção, é honesto sobre as suas limitações e busca viver em harmonia com os seus pares, sempre pautado pela ética e pelo respeito às diferenças entre as pessoas.

Um líder generoso é transparente em seus feedbacks, ajuda as pessoas a se adaptarem às mudanças, é facilitador do crescimento estimulando a tomada de riscos, estabelece limites e metas com clareza, sempre subsidiado em valores organizacionais. Ele se interessa pelas pessoas de forma genuína, pois sabe que os grandes resultados acontecem quando o time está conectado com os mesmos objetivos. Para ele, todos são tratados como o CEO da empresa.

A generosidade nunca esteve tão em alta nos negócios. Ela é o que buscamos e o que devemos ser para crescer profissionalmente e inspirar pessoas a nossa volta.

(*) É Diretora de Operações da Concentrix, multinacional de soluções de customer experience.