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Resiliência e liderança para o momento atual

em Opinião
sexta-feira, 07 de agosto de 2020

Luis Norberto Pascoal (*)

Durante este período de transformação, gostaria de reforçar um aspecto importante: a questão da Resiliência.

Isso é necessário por conta de várias situações e desafios que devemos liderar neste momento – o de construí-la, treiná-la e gerenciá-la em nossa equipe. Essa capacidade requer uma perspectiva diferente: aproveitar cada um com suas competências e sua resiliência natural, em prol de um desempenho mais sustentável no futuro.

O conceito é importante nestes dias para podermos trabalhar com o que é desconhecido e imprevisível, mas que tem consequências muito significativas. Desenvolvê-la e gerenciá-la requer mais do que apenas melhorar o que existe.

Devemos imaginar novas ideias ou sistemas, como o BrainThon (um programa inovador para desenvolver soluções rápidas e transformadoras) de engenharia reversa, em tudo o que foi positivo, para valorizar a nossa equipe, assim como as ações sistêmicas.

O mundo atual requer um modelo mental de negócios fundamentalmente diferente, que abrace a complexidade, a incerteza, a interdependência, o pensamento sistêmico e uma perspectiva em várias escalas de tempo, principalmente, o estudo de cenários, desde o menos desejável, porém, o mais demandante.

Somente uma equipe valorizada, auto reconhecida e motivada conseguirá. Além disso, ela deve lidar com riscos não identificados e considerar as adaptações e transformações que cada um de nós e a nossa empresa devem fazer, entendendo o desafio ambiental, econômico ou sistêmico, e encontrando uma nova visão.

Desafios mais comuns: insistência nas mesmas ideias sem olhar ao redor e não querer ver os fatos, criando um bloqueio que amortece as mudanças necessárias. O bloqueio humano em mudar é conhecido, mas quando torna-se redundante, é perigoso. Ele geralmente nega o quadro que já mostra sinais claros e o debate se torna inócuo, o que pode ser inconsciente.

A diversidade de respostas a um novo desafio ajuda os sistemas mentais e gerenciais a entenderem os movimentos, as vezes invisíveis. Melhorar o que está bom sem entender onde a empresa precisa chegar, cega o futuro. O design organizacional deve oferecer sistemas de conexão humano totalmente integrado, com responsabilidade individual e que coloque ritmo a partir da demanda dos cenários mais prováveis.

Por isso, a adaptabilidade é uma importante capacidade de evoluir por tentativa e erro. Requer um nível de abertura mental e diversidade, quase como um laboratório de pesquisa. A prudência envolve precaução e se algo puder acontecer, acabará ocorrendo. Isso exige o desenvolvimento de planos de contingência e testes de estresse para riscos plausíveis com consequências significativas, que podem ser previstos e preparados por meio de planejamentos de cenários.

Com isso, é preciso articular um propósito, ou seja, a maneira pela qual iremos atender os importantes fatores da sociedade, de nossos clientes e fornecedores. Um conceito-chave é a capacidade de preparar recursos humanos para essa empreitada. Somente as organizações que alocam recursos suficientes conseguirão mudar o centro de gravidade de negócios.

A liderança situacional é fundamental e a colaboração responsável será a maior transformação para as companhias aumentarem sua resiliência através da colaboração com outros players. Os ecossistemas de negócios, como plataformas digitais, podem aumentá-la através do acesso a novos recursos, maior flexibilidade e redução do custo fixo de entrada em empresas, no qual os ativos agora podem ser compartilhados.

Finalmente, os benefícios da resiliência são visíveis quando a empresa é confrontada com um estresse imprevisto e calmamente, que se coloca como Protagonista atuante.

(*) – É presidente da Companhia DPaschoal de Participações
(www.dpaschoal.com.br).