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Opep diz que equilíbrio de preços do petróleo começa este ano

em Manchete
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Divulgação

Opep espera um “processo de reequilíbrio” do preço do petróleo a partir deste ano.

A Opep anunciou que espera um “processo de reequilíbrio” do preço do petróleo a partir deste ano, porque a acentuada queda vai fazer com que a produção dos concorrentes, como os Estados Unidos, comece a cair. Segundo a Opep, a produção dos países fora do cartel teve sete anos de crescimento “fenomenal” e agora se espera um abrandamento. O petróleo continua a ser vendido abaixo dos US$ 30 o barril, sendo que no início de 2014 esteve a US$ 100 o barril.
“A análise indica que o ano de 2016 será orientado para a oferta, em que o processo de reequilíbrio começa”, diz a Opep em seu relatório mensal de janeiro. “Depois de sete anos consecutivos de expressivo crescimento da oferta fora da Opep, muitas vezes superior a 2 milhões de barris por dia, em 2016 está previsto um declínio da produção com efeitos profundos no corte do Capex (despesas de capital)”, acrescenta o documento.
O relatório indica que a produção fora da Opep nos próximos seis meses “será sensível à baixa enorme dos preços do petróleo e, por isso, o seu ponto de equilíbrio não será capaz de tolerar as condições de preço”. A previsão da organização para o crescimento global da procura de petróleo este ano foi ajustada ligeiramente para cima, para 1,26 milhão de barris por dia, para chegar a 94,17 milhões.
Os preços do petróleo, que estão cotados hoje abaixo dos US$ 28 dólares o barril, caíram acentuadamente nos últimos meses devido à desaceleração da economia chinesa e à perspectiva de o Irã voltar ao mercado após o acordo sobre os ensaios nucleares em julho passado.
O país agora está livre para começar a produzir, no momento em que há um excesso de oferta, o que – juntamente com a fraca procura e uma desaceleração da economia global – reduziu os preços em cerca de três quartos desde meados de 2014.
No passado, a Opep vinha respondendo às quedas de preços reduzindo a produção, mas desta vez a organização optou por manter a operação. Impulsionada pela Arábia Saudita, a organização quer manter a cota e retirar do mercado os Estados Unidos que, com o seu petróleo de xisto, precisam de preço mais elevado para ganhar dinheiro (Ag. Lusa).