Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. Foto: Valter Campanato/ABr |
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, disse ontem (20) estar preocupada com o “encolhimento do espaço democrático” na Venezuela. Também está apreensiva com os relatos de excessos cometidos por forças de segurança no país, ao alertar para a violência indiscriminada e o agravamento da crise que atinge todos os setores do país, afetando, sobretudo, crianças e grávidas.
“Estou profundamente preocupada com o encolhimento do espaço democrático, especialmente, com a contínua criminalização de protestos e dissidências pacíficas”, disse Bachelet, informando que nos primeiros dois meses deste ano foram documentados relatos de violações dos direitos humanos e abusos por forças de segurança e grupos armados pró-governo Nicolás Maduro.
A alta comissária disse que os assassinatos seguem “um padrão similar”: durante incursões ilegais promovidas pelas forças de segurança. Em seguida, o comunicado oficial é que houve ‘um confronto armado’. “A maioria das vítimas vivia em bairros pobres e participava de protestos contra o governo. Estou particularmente preocupada com relatos que indicam que esse tipo de operação é usado como uma forma de represália e intimidação”, disse Bachelet.
Bachelet se disse preocupada com as “restrições à liberdade de expressão e de imprensa”. Destacou a preocupação com o agravamento da crise econômica e social que atinge os vulneráveis, como crianças, mulheres grávidas, idosos e povos indígenas, ao ressaltar que a crise se estende para alimentação, saúde e serviços básicos. “O recente apagão de eletricidade exacerbou essa situação, reduzindo ainda mais o acesso das pessoas a comida, água e medicamentos, e afetando severamente os hospitais” (ABr).