Durante o primeiro dia de sua visita oficial a Pequim, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (24) que está em um país “capitalista”. A visita do brasileiro à China acontece no mesmo mês em que é celebrado os 70 anos da Revolução Comunista. Ao ser questionado por jornalistas sobre a pressão que tem sofrido por parte de seus eleitores para dar explicações sobre o fato de viajar para um país comunista, Bolsonaro afirmou que a nação é “capitalista”.
Durante sua campanha eleitoral, em 2018, Bolsonaro chegou a dizer que os chineses estavam “comprando o Brasil”. Hoje, no entanto, ele preferiu adotar uma postura neutra sobre a guerra comercial entre o governo de Xi Jinping e os Estados Unidos. “Nós queremos nos inserir sem qualquer viés ideológico nas economias do mundo”, disse. Bolsonaro ainda destacou que “a prioridade número um” do governo brasileiro e de Pequim é aumentar o comércio entre os países.
A expectativa é de que Bolsonaro encontre o presidente chinês, Xi Jinping, do Partido Comunista, hoje (25). “O que for possível para o desenvolvimento do país nós faremos”, acrescentou. A China é o maior parceiro comercial do Brasil e também um dos principais fornecedores de investimento em áreas cruciais, como infraestrutura e energia. No ano passado, o fluxo de comércio entre os dois países bateu a marca histórica de U$98,9 bilhões.
O primeiro compromisso de Bolsonaro foi uma visita à Grande Muralha da China. Logo depois, a comitiva brasileira se reuniu com empresários chineses em um evento organizado pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. A programação ainda inclui a participação no Seminário Empresarial 45 anos construindo laços bilaterais; um encontro com Jinping, com o primeiro-ministro Li Keqiang e com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Li Zhanshu, bem como uma cerimônia de assinatura de atos bilaterais, no Grande Palácio do Povo; e a participação em um jantar em sua homenagem (ANSA).