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Mercado literário brasileiro está em transformação, dizem escritores

em Especial
terça-feira, 29 de outubro de 2019

Um mercado em transformação, com novos consumidores potenciais e a carência de estratégias para a formação de novos leitores é a descrição do mercado literário brasileiro, feita por escritores

Mariana Tokarnia/Agência Brasil

O mercado reúne profissionais apaixonados pelo que fazem. “Nós todos que trabalhamos com escrita, com texto, com formas de abstração, somos todos sonhadores”, diz a autora e editora na Página Editora, de Belo Horizonte, Cláudia Rezende. “Acredito muito na literatura, na força de formar um leitor fluente, na diferença que isso faz na vida das pessoas”, acrescenta.

Cláudia publicou o primeiro livro este ano, Poli Escolhe, que tem como tema o processo de escolha das crianças. O lançamento vem junto com um trabalho já conhecido de autores, de divulgação, de lançamento da obra, de distribuição e vendas. “Há crise no mercado, temos editoras fechando, livrarias em dificuldade, mas, por outro lado, temos também uma facilidade maior de publicar. Na editora recebemos muita procura por publicação”, diz. Segundo ela, editoras pequenas, como a Página são as que “estão realizando sonhos. Antes, dependia-se de grandes editoras, agora não”, afirma.

A estimativa é que 44% dos brasileiros sejam não leitores, o que significa que não leram nenhum livro nos últimos três meses. Foto: Rovena Rosa/ABr

Cláudia destaca, no entanto, que a concorrência editorial é alta, sobretudo com livros impressos em outros países, de baixo custo. “A gente nem visa a determinados públicos porque não há como concorrer com dois livros a R$ 10”, diz. A estratégia tem sido, então, segundo ela, recorrer à maior qualidade, à busca por obras que reflitam as ideias de cada autor.

Editais e vaquinhas
Além das editoras, editais públicos e vaquinhas aparecem como alternativa, sobretudo para novos autores. A escritora Sílvia Amélia de Araújo, de Cidade de Goiás, recorreu às duas estratégias. Ela já tem livros publicados e outros ainda na gaveta, quase prontos para serem lançados. Foi com recursos do edital de Literatura do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás que Sílvia publicou o livro No meio do caminho.

A obra, vendida a R$ 15, reúne histórias de pessoas que compartilharam com ela viagens em transportes públicos. De quem sentava ao lado e falava da vida. “Fiz o livro voltado para pessoas de baixa escolaridade, pessoas adultas que se alfabetizaram recentemente ou que têm pouco estudo, que não vão conseguir ler um livro denso de letra pequena, mas que também não se interessam por livros infantis”, conta.

O edital, segundo ela, tornou a obra mais acessível. “O brasileiros têm um hábito de leitura ainda muito baixo, mas valor da leitura é alto no país. As pessoas acham importante ler, acham valioso e esperam que seus filhos sejam leitores. Acho que existe campo para trabalhar e, nesse sentido, os editais são importantes porque permitem esse tipo de coisa que eu propus, distribuir os livros ou vender muito baratinho”, diz. A estimativa é que 44% dos brasileiros sejam não leitores, o que significa que não leram nenhum livro nos últimos três meses, de acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro.

A autora conseguiu ainda, por meio de uma vaquinha online, financiamento para lançar mais dois livros: Álbum de histórias e Guia Casar Bonito. Como está grávida, a contagem para o lançamento é também pelo tempo do bebê. Ela pretende lançar um livro antes do nascimento, previsto para fevereiro, e outro depois. Apesar dos projetos em andamento, Sílvia diz: “é difícil viver só da literatura, só da venda de livros, é raríssimo encontrar alguém que viva só disso. Mas, é possível construir uma carreira em torno disso. Eu dou oficinas de escrita, é algo que me dá uma renda e tem relação com o que eu quero fazer”.

Cenário de transformações
Para a diretora executiva da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Fernanda Garcia, o livro no Brasil está passando por transformações. O Painel do Varejo de Livros no Brasil, pesquisa da Nielsen Brasil e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), mostra leve melhora de 0,96% das vendas de livros entre setembro e outubro de 2019, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2018 foram vendidos 2,9 milhões de livros e, em 2019, 3 milhões entre o início de setembro e o início de outubro de cada ano. Em valores, o aumento foi de 3,74%, passando de R$ 112,7 milhões para R$ 116,9 milhões.

“[A pesquisa] este ano mostrou, pela primeira vez, um crescimento, pequeno, mas a curva para cima. A gente está feliz com isso”, diz Fernanda. “Embora não seja uma recuperação, demonstra um cenário, uma curva de crescimento”. Apesar do crescimento no mês, no acumulado do ano, de janeiro a outubro, 2019 ainda está abaixo de 2018. O volume de livros vendidos acumula até agora queda de 10,26% e o valor das vendas, queda de 9,53%.

Fernanda cita várias mudanças no consumo de obras literárias, como o surgimento de diversos clubes de leitura, o fortalecimento dos audiolivros e livros digitais, o avanço de livrarias independentes e de nicho, ao mesmo tempo que o enfraquecimento de grandes redes. “Paralelamente a isso, há uma geração que vem fazendo livro de forma diferente, mais conectada a um tipo específico de público”, diz. Ela defende que para que o hábito da leitura se perpetue e para que o mercado de livros se sustente, é preciso um trabalho, principalmente do Poder Público, na formação de leitores.

Para isso, a CBL defende a regulamentação da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), sancionada em lei no ano passado. Entre outros pontos, a política visa à universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas e, para isso, prevê a formação de pessoal e o fortalecimento dos acervos. “A gente acredita muito no livro como elemento transformador da sociedade, da educação, do país”, defende.

Dublin: a capital dos estudantes brasileiros na Europa

A localização no coração da Europa é apenas um dos muitos atrativos desse destino.
A cidade é a favorita para aqueles que buscam aprimorar o inglês “britânico”,
e oferece facilidade com documentação. Foto: Euro Dicas

Helicon Alvares (*)

Fazer um intercâmbio sempre foi o sonho de muitos brasileiros.
A experiência de aprender uma nova língua de forma mais natural, em contato com uma cultura nativa, além de acrescentar novas experiências profissionais ao currículo enquanto se viaja e se vive novos horizontes culturais, sempre pareceu a perfeita união entre aprendizado e lazer.
Hoje em dia, realizar esse sonho é muito mais fácil. Diversos países facilitam processos de visto, a escolha da escola e da moradia. Há agências de confiança que ajudam a planejar a viagem, tornando o sonho muito mais possível e simplificado. Tanto é que já se formaram polos de destinos favoritos em diversos países.
Um deles é Dublin, capital da Irlanda. A localização no coração da Europa é apenas um dos muitos atrativos desse destino. A cidade é a favorita para aqueles que buscam aprimorar o inglês “britânico”, e oferece facilidade com documentação. O visto pode ser renovado, o que permite que o aluno possa ficar até dois anos no país.
Além disso, a Irlanda é um dos poucos países que permitem que o estudante trabalhe meio período durante as aulas, e até em período integral nas férias. Sem contar que a região tem o maior salário mínimo da zona do Euro (9,55/hora Euros). Essa possibilidade faz com que muitos estudantes consigam até recuperar o valor investido nessa experiência.
Só pelos aspectos “técnicos”, esse já seria um destino muito interessante para aqueles que estão de olho na parte prática.
Há boas escolas, com destaque para a Seda College, que é reconhecida pelo Departamento de Educação e Capacitação da Irlanda, e possui a certificação Acels – a maior certificação de qualidade para escolas de ensino de inglês na Irlanda, além da Eaquals (Avaliação e Acreditação de Qualidade das Escolas de Línguas), outra certificação de prestígio dentro do campo de ensino de inglês. Essa escola foi eleita como a melhor do país por três anos consecutivos.
Só por esses motivos, a Irlanda já figuraria no topo da lista de desejos de muitos estudantes. Mas, além de tudo isso, o país ainda oferece muitas outras vantagens no quesito cultura e lazer. A Irlanda é um dos países mais ricos culturalmente da Europa. Há inúmeros museus, castelos medievais, bibliotecas históricas, além de festas típicas, como St. Patrick’s Day, e um povo hospitaleiro, o que garante a oportunidade de se divertir muito enquanto aprende.
Por ser um polo mundial de intercâmbio, o estudante tem ainda a oportunidade de se relacionar com pessoas de muitos outros países, ampliando a experiência e a troca cultural. Isso sem falar no clima ameno e na oportunidade ímpar de conhecer vários países europeus.
É por esses e tantos outros motivos que Dublin vem se tornando um dos destinos favoritos dos intercambistas brasileiros.
A cidade respira cultura e o aprendizado vai muito além da sala de aula. Um destino imperdível para quem procura educação de primeira linha somada a uma experiência intensa de lazer.

(*) – É CEO da Seda Intercâmbios, única agência de intercâmbio do Brasil com uma escola própria em Dublin (www.sedaintercambios.com.br).