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Economia 25/08/2017

em Economia
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
O atacado paulista cria mais empregos.

Setor atacadista paulista tem saldo positivo no mercado de trabalho

O atacado paulista cria mais empregos.

O mercado de trabalho do setor atacadista no Estado de São Paulo parece estar se recuperando de maneira mais consolidada após longo período de recessão e fechamento de vagas

Em junho, foram criados 114 empregos formais, resultado de 14.418 admissões contra 14.304 desligamentos. Foi o terceiro saldo mensal de empregos formais positivo – e considerando apenas os meses de junho, é a primeira vez desde 2013 que o setor registra mais admissões do que desligamentos, quando 1.460 postos de trabalho foram abertos.
O atacado paulista encerrou o mês com 491.968 trabalhadores ativos, leve alta de 0,1% na comparação com o mesmo mês de 2016. No acumulado dos últimos 12 meses, houve a criação de 355 empregos, ante os 18.634 perdidos no mesmo período de 2016 – primeira alta no período desde 2014. Os dados são da pesquisa realizada mensalmente pela FecomercioSP, com base nos dados do Ministério do Trabalho. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em 16 regiões e dez ramos de atividade.
Das dez atividades pesquisadas em junho, cinco apresentaram crescimento no estoque de emprego na comparação com o mesmo mês de 2016, com destaque para produtos farmacêuticos e higiene pessoal (2,3%); alimentos e bebidas (1%); e energia e combustíveis (0,7%). Os setores que sofreram as maiores retrações foram os de materiais de construção, madeira e ferramentas (-2,6%); eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-1,8%); e máquinas de uso comercial e industrial (-1,3%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, está cada vez mais claro que o mercado de trabalho formal do comércio atacadista mostra estabilidade. Se no acumulado do primeiro semestre o cenário é estável (0%) ao comparar com a perda de quase 25 mil vínculos no acumulado de 2015 e 2016, a Entidade pondera que o saldo do período atual é uma boa notícia (AI/FecomercioSP).

Nova meta fiscal mostra necessidade de controlar gastos

Vice-presidente técnico do CFC, Zulmir Breda.

Não atingir a meta fiscal planejada anteriormente sinaliza que o governo não tem conseguido fazer os ajustes nas contas públicas para promover o crescimento da economia. A afirmação é do vice-presidente técnico do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Breda. Para ele, ainda falta o governo implementar medidas de controle de gastos para garantir melhora na qualidade das despesas públicas.
“É necessário um sistema de custos na área pública para que haja melhor controle e eficiência do gasto público. Sem esse sistema é difícil saber quais áreas gastam eficazmente”, aponta. Como a meta fixada é deficitária, o resultado para a economia do País é negativo. O efeito é indireto para os cidadãos brasileiros, mas, ao atingir em cheio a economia, também gera reflexos para a população. “O governo terá de buscar mais recursos para cobrir o déficit, e, como foi dito que não haverá aumento de impostos, a solução seria a captação de recursos via ampliação do endividamento.”
Entre os principais pontos que contribuíram para o déficit, Breda enumera as receitas extraordinárias das concessões que ainda não se concretizaram, a falta de crescimento da economia no patamar esperado e as medidas de reformas legais que não foram aprovadas no Congresso. A meta fiscal anunciada pelo governo na última semana foi de R$ 159 bilhões. O rombo é maior do que o previsto anteriormente, de R$ 139 bilhões para 2017 e R$ 129 bilhões em 2018.
A meta fiscal é uma estimativa feita pelo governo a partir da diferença entre a expectativa de receitas e de gastos (excluídos os juros da dívida), em um ano. Se a diferença for positiva (receitas maiores que gastos), a meta será positiva, significando um superávit primário. Se for negativa, como é o caso, implica gastos maiores que receitas, significando um déficit primário (CFC).

Produção de cana-de-açúcar pode chegar a 646 milhões de toneladas

A safra 2017/2018 de cana-de-açúcar está estimada em 646,34 milhões de toneladas, com uma queda de 1,7% quando comparada às 657,18 milhões da última temporada. Os números são do 2º levantamento da atual safra, divulgado ontem (24) pela Conab. A área colhida sofreu uma redução de 3,1%, passando de 9,05 milhões para 8,77 milhões de hectares. A menor disponibilidade tem relação com a desistência e devolução de áreas de fornecedores distantes das unidades de produção, principalmente aquelas em que há dificuldade de mecanização.
O recuo na produção só não é maior graças ao aumento de 1,5% na produtividade, que deve passar dos 72,62 toneladas por hectare da safra anterior para 73,73 toneladas por hectare. A prioridade continua sendo a produção de açúcar, que deve atingir 39,39 milhões de toneladas – um aumento de 1,8% em relação à safra anterior, de 38,69 milhões de toneladas. Com esta tendência, a produção de etanol registra redução de 6,1%, passando de 27,81 para 26,12 milhões de toneladas.
Mas a queda ocorre apenas no etanol hidratado, aquele que vai direto para as bombas de combustível. O anidro tem mercado garantido na mistura com a gasolina e não apresenta variações na produção. Enquanto o hidratado cai 10,2% e sai de 16,73 para 15,02 bilhões de litros, o anidro sobe de 11,07 para 11,09 bilhões de litros, com aumento de 0,2%. Neste levantamento, a Conab divulgou também o percentual de colheita mecanizada no país. A estimativa desta safra é de que 90,2% da área de colheita adote a tecnologia. (Conab).

Caem juros do rotativo para pagamento mínimo

Dados divulgados ontem (24), pelo Banco Central, mostram que a taxa de juros do rotativo regular, aquele que é cobrado de quem paga ao menos o valor mínimo da fatura, voltou a cair no último mês, passando de 230,2% para 223,8% entre junho e julho. No trimestre, as reduções são ainda maiores, de 104,2 pontos percentuais e 241,8 pp, respectivamente. Por outro lado, a taxa cobrada de quem paga a fatura atrasada ou não paga nem o mínimo, subiu 39,3 pp na passagem de junho para julho, saltando de 464,7% para 504,0%. No trimestre, essa taxa também apresentou alta – nesse caso, de 8,0 pp.
Na avaliação do presidente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roque Pellizzaro Junior, a queda na taxa do rotativo regular é um sinal de que o consumidor já começa a sentir os efeitos práticos da aproximação do fim da crise econômica, o que diminui o risco de inadimplência, em especial daqueles que já mostram disposição a pagar acertando o valor mínimo.
A isso se soma a queda da taxa Selic e as novas regras do cartão de crédito, que passaram a vigorar em abril. “Dadas as diferenças entre as taxas de juros, o consumidor que não tem o valor total para pagar a fatura integralmente deve se esforçar para ao menos pagar o valor mínimo. As taxas de juros ainda são muito elevadas, mas correspondem a menos da metade das taxas de quem atrasa toda a fatura”, orienta Pellizzaro Junior (SPC Brasil).