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Economia 16/09/2016

em Economia
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
O emprego é a última variável a se recuperar da crise.

Indústria paulista fechou 11.000 vagas em agosto

O emprego é a última variável a se recuperar da crise.

A indústria de transformação paulista fechou 11.000 postos de trabalho no mês de agosto, recuo de 0,49% em relação ao mês anterior. Com ajuste sazonal, a retração foi de 0,27%. Os dados são da pesquisa de Nível de Emprego do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e Ciesp, divulgada ontem (15)

Para o diretor titular do Depecon, Paulo Francini, o resultado da pesquisa indica que não houve alteração no mercado em relação à oferta de empregos na indústria. “É uma continuidade, um sinal de que o emprego continuará caindo e, infelizmente, isto deve prosseguir até o final do ano”, explica. Reafirma a projeção do encerramento de 165.000 vagas de trabalho este ano, contra a perda de 235.500 postos no ano passado. “Este ano vamos perder três estádios de futebol, destes construídos para a Copa, cheios de trabalhadores da indústria.”
De acordo com Francini ainda não é possível enxergar nitidamente uma tendência de recuperação do cenário. Ele lembra que o emprego é sempre a última variável a sofrer e a se recuperar dos efeitos de uma crise econômica. “Nós ficamos ansiosos por querer enxergar a luz no final do túnel. Por enquanto estamos vendo apenas redução da taxa de queda”, conclui
A Fiesp revisou a previsão do PIB. A nova estimativa é de retração menor (-3%) do que a divulgada em junho (-3,2%). A projeção da entidade para o crescimento do país para 2017 continua sendo de alta, passando de 0,6% para 0,9%. Francini afirma que o anúncio de queda de 0,6% do PIB do segundo trimestre de 2016, em relação ao primeiro trimestre, divulgado pelo IBGE, foi pior do que o mercado esperava (AJI/Fiesp).

Renegociação de dívida impede aumento maior da inadimplência

O fluxo mensal de renegociação de dívidas vem crescendo.

Em cenário de queda da economia, do aumento do desemprego e da alta da inflação, as renegociações de dívidas têm ajudado a impedir um aumento maior da inadimplência. Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado ontem (15) pelo Banco Central (BC), houve um pico da chamada reestruturação de dívida em junho, o que contribuiu para reduzir a inadimplência no encerramento do semestre. Se não fossem as operações de reestruturação de dívidas, a inadimplência teria um aumento de 0,9 ponto percentual, encerrando o semestre em 4,4%.
O BC explica que as reestruturações de dívidas são um subconjunto das renegociações, em que o tomador enfrenta dificuldades financeiras para honrar seus compromissos, e a instituição financeira faz concessões, relativamente às condições de pagamento, que não faria em condições normais de mercado, com o objetivo de reduzir perdas. As reestruturações são estimadas pelo BC, que identifica as operações vencidas e convertidas em operações a vencer, sem pagamento integral dos valores em atraso.
De acordo com o relatório, o fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015 e estão sendo adotadas em todas as modalidades de crédito, mas com maior intensidade nas operações de financiamento imobiliário. O BC também destaca os financiamentos de veículos e cartão de crédito (ABr).

Economia abre o trimestre em queda

O terceiro trimestre do ano abriu com a economia em retração. Segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica houve queda de 0,1% em julho, na comparação com o mês de junho. Em comparação com o mesmo mês do ano passado (julho/15), houve retração de 3,2%. No acumulado do ano até julho, a atividade econômica brasileira exibiu contração de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, a queda da atividade econômica em julho é um sinal de que a recessão econômica pode se estender por mais um trimestre, antes de demonstrar qualquer sinal de estabilização. Desemprego em ascensão, inflação e juros ainda em patamares elevados continuam pesando negativamente sobre a atividade econômica (Serasa Experian).