Empresas tem clientes, artistas tem fãs. Sabe o que faz a diferença entre um fã e um cliente? O cliente realiza a troca de seu poder de compra (dinheiro) por um produto ou serviço. Um fã é um apaixonado, alguém que se relaciona com o artista de uma forma muito profunda, com grande senso de pertencimento, amor e dedicação. Um cliente compara, faz pesquisa de preço, não se apega a marca, produto ou serviço. Um fã dorme na frente do estádio por dias antes do show começar, feliz porque vai ver seu ídolo numa apresentação que, diga-se de passagem, geralmente não tem ingressos muitos baratos.
Todas as empresas deveriam almejar ter fãs ao invés de clientes. Algumas, poucas, já o fazem. É o caso da Apple, da Nike, Heineken, RedBull. Pense nessas empresas, o que elas tem de especial? Tanto Nike quando Heineken são marcas que investem fortemente em experiências de entretenimento para seus clientes. Uma breve pesquisa no google vai mostrar as diversas ativações essas marcas já fizeram em eventos musicais e esportivos, e o tipo de engajamento que essas ações geram nos indivíduos que participam. A Apple a gente nem precisa comentar, a marca é o próprio entretenimento ela mesma, dada a quantidade de aplicativos que oferecem experiências de entretenimento a todos nós, todos os dias.
Essa é a mágica do entretenimento: transformar interações e experiências em memorias inesquecíveis, e o que as marcas fazem é transferir um pouquinho dessas memórias para o seu próprio capital social. Quem de nós não tem uma música inesquecível, um show memorável, um filme ou peça de teatro favorito? É por conta dessa magia da experiência do entretenimento que tantas marcas investem em ações de marketing que possibilitam a associação da marca com a diversão, com experiências únicas que serão lembradas por um bom tempo, senão para sempre.
Agora, e a sua empresa, como poderia aproveitar essa onda? É preciso investir fortunas em grandes eventos de entretenimento? Não necessariamente: o que é preciso é ter criatividade para inovar e oferecer experiências aos seus clientes. Desde que elas sejam verdadeiras e despertem emoções, elas funcionarão como eventos de entretenimento, afinal o que é o entretenimento senão tudo o que resolvemos fazer, em nosso tempo livre, por vontade própria buscando a diversão, alegria e felicidade?
São inúmeros os exemplos de pequenas empresas que conseguiram inovar e investir na relação com seus clientes (ou fãs). Restaurantes que inovaram com projeção mapeada na mesa, fabricantes de camiseta que criaram aplicativos de realidade aumentada para provocar interação entre os usuários das camisetas, cafés que criaram encontros em formato de saraus. As soluções podem ser pequenas, do tamanho da sua empresa, o que vale é a marca que elas deixarão em seus clientes.
É assim que uma empresa transforma um cliente em um fã: criando um relacionamento real com quem se relaciona com sua marca. Entendendo o que tem valor para sua comunidade e oferecendo experiências que marcam, para sempre. Será que sua empresa está pronta para subir o próximo degrau e transformar clientes em fãs?
Com graduação em Arquitetura e Urbanismo, pós graduação em Administração, MBA em Empreendedorismo e Inovação, e Master in Digital Marketing, Carol Olival tem um perfil multidisciplinar e transita com segurança pelos mercados de educação, marketing, vendas e treinamento. Carol operou escolas próprias de inglês por 10 anos, e hoje é Community Outreach Director da Full Sail University, responsável pela criação e manutenção de comunidades internacionais para a universidade através da divulgação das imensas possibilidades que as carreiras na economia criativa oferecem.