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Competitividade no mercado da educação

em Economia da Criatividade
sexta-feira, 16 de junho de 2023

Um dos mercados privados mais competitivos no Brasil é o mercado da educação.

Fatores como a estrutura de marketing do local em que a instituição está localizada (caso não estejamos falando do mercado digital de e-learning), reputação e rankings de resultado, disparidades regionais e acesso a estrutura tecnológica interferem diretamente na forma como cada instituição é vista, comparada e analisada por potenciais consumidores.

Esse grau de competitividade pode levar empresas a concorrer umas com as outras como se educação fosse uma commodity, um produto produzido em larga escala e com características físicas homogêneas, o que não é verdade. Muitas instituições, na ânsia de combater concorrentes acabaram por commoditizar seus produtos sem perceber, fatiando o serviço que oferecem e mostrando-o ao mercado de forma que ele seja facilmente comparável com o serviço de seus concorrentes. Desnecessário dizer que geralmente quem recorre a essa visão é quem procura estabelecer-se no mercado por mera comparação de preços, não de qualidade e tampouco de excelência.
Se a competitividade é agressiva ela também pode ser positiva e servir como fator de diferenciação para instituições que desenham seus serviços de forma exclusiva e abrem nichos de mercado em que são únicos. Instituições assim apostam na inovação constante, na construção de marcas fortes, na constante adaptação às necessidades do mercado em que estão inseridas, no desenho da experiência de jornada que querem oferecer a seus alunos e famílias, no componente humano e sua interface com o tecnológico. Empresas com a cultura da melhoria e da construção contínuas são as que ditam o caminho que o mercado segue, e acabam tornando-se o exemplo a ser seguido.

Para tais empresas não existe competitividade, porque quando uma instituição coloca no mercado um produto concorrente, instituições em constante melhoria já adaptaram seus produtos e esses já são, novamente, únicos e exclusivos.

Ter concorrentes demonstra a existência de um mercado, de demanda e de publico alvo. Concorrentes nos impulsionam a melhorar sempre. Já ter concorrentes diretos e batalhar unicamente pelo preço no mercado de educação, demonstra falta de compromisso com a própria marca, com aprimoramento contínuo e a transformação do que deveria ser uma experiência educacional em uma comoditização dos serviços de educação. De que lado está a sua instituição educacional?

(*) – Com graduação em Arquitetura e Urbanismo, pós graduação em Administração, MBA em Empreendedorismo e Inovação, e Master in Digital Marketing, Carol Olival tem um perfil multidisciplinar e transita com segurança pelos mercados de educação, marketing, vendas e treinamento. Carol operou escolas próprias de inglês por 10 anos, e hoje é Community Outreach Director da Full Sail University, responsável pela criação e manutenção de comunidades internacionais para a universidade através da divulgação das imensas possibilidades que as carreiras na economia criativa oferecem.