Livro e exposição resgatam chegada do zepelim ao Brasil
Há exatamente 85 anos – 22 de maio de 1930 – o dirigível LZ -127 Graf Zeppelin iniciava sua primeira viagem pelo Brasil visitando várias capitais brasileiras, a começar por Recife

Foi o primeiro modelo aéreo a cruzar o Oceano Atlântico, vindo da Europa rumo à América do Sul e em comemoração à data, acontece na capital de Pernambuco a exposição, “O Zeppelin no Recife” reunindo imagens sobre a passagem do dirigível pela cidade.
A exposição acontece até 26 de junho, no Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas, bairro de São José e junto ao evento se pode adquirir o livro “O Zeppelin no Recife”, contendo imagens selecionadas pelo historiador Dirceu Marroquim e fotos do artista plástico Jobson Figueiredo. Essas imagens fazem parte do acervo do Museu da Cidade e da coleção particular do próprio Jobson que, apaixonado pela história dos dirigíveis, restaurou por conta própria uma torre de atracação dos zepelins, no Parque do Jiquiá, na zona Oeste do Recife, a mesma utilizada na época.
De acordo com a Prefeitura da cidade, a torre de Jiquiá é o único equipamento de atracação para esse tipo de aeronave que restou no mundo. A mostra contará também com projeções, fotografias e músicas da década de 1930, recriando o clima do Recife quando da chegada do zepelim à cidade. Na época foram meses se preparando para o grande dia, o então prefeito Francisco da Costa Maia chegou a decretar feriado municipal. Cerca de 15 mil pessoas se dirigiram até o Jiquiá acompanhar a chegada do dirigível, de acordo com registros de jornais da época.

Em 27 de maio de 1930, uma terça – feira, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma ampla reportagem sobre o dirigível Graf Zeppellin no Brasil, que depois de adentrar ao país pelo Recife, seguiu ao Rio de Janeiro e passou por São Paulo “O Conde Zeppellin deve partir hoje para Nova York”, dizia a manchete do Estadão, acompanhada de foto do dirigível fazendo evoluções no Campo dos Afonsos.
O LZ – 127 Graf Zeppelin tinha 230 metros de comprimento e cerca de 30 metros de diâmetro. “O LZ – 129 Hindenburg era ainda maior, 245 metros de comprimento e 41, 2 metros de diâmetro”, informa Jobson Figueiredo curador da exposição, acrescentando que os zepelins se tornaram marca registrada da propaganda nazista e a suástica começou a ser aplicada na fuselagem das aeronaves. Nem todos os comandantes, entretanto, concordavam em divulgar o nazismo, especialmente os de fora da Alemanha.

Hoje, os técnicos têm quase certeza de que a causa está nas leis da física. O gás hidrogênio, que fazia o balão flutuar, vazou devido a uma trágica cadeia de circunstâncias e explodiu em contato com o ar, por causa da eletricidade estática acumulada na atmosfera com o temporal. O fogo espalhou-se rapidamente pela parede externa do dirigível, feita de algodão e linho e revestida por uma fina camada de alumínio.

(*) Geraldo Nunes, jornalista e memorialista, integra a Academia Paulista de História. ([email protected]” data-mce-href=”mailto:[email protected]“>[email protected]).