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Desafios das políticas de diversidade e equidade de gênero

em Denise Debiasi
segunda-feira, 22 de abril de 2024

O crescimento do número de mulheres nas empresas indica que estamos caminhando para uma maior representatividade de gênero e equidade nas corporações. Você já notou essa diferença no lugar em que trabalha? É provável que não, pois ainda há muito a se fazer. Mas, se você vive isso na prática, considere-se alguém de sorte! Ao que tudo indica, as companhias que investem em diversidade e igualdade de gênero melhoram sua cultura organizacional, a transparência e a ética.

Quanto mais mulheres no mercado de trabalho, melhor para o país. O Banco Mundial divulgou há alguns meses que o PIB poderia aumentar em 20% se os governos diminuíssem leis e práticas discriminatórias que impedem as mulheres de trabalhar ou de abrir suas empresas. Isso significa que a sociedade tem muito trabalho pela frente. Agora, falar é mais fácil do que ver as mudanças na prática, né?

De acordo com o levantamento da PwC, de 1º de maio até 1º de novembro de 2023, o número de mulheres em Conselhos Administrativos foi de 16,9% para 20,2%. Em um país em que 51,48% da população são mulheres, ainda temos muito o que avançar. Apesar de a representação quantitativa estar melhorando, ainda é insuficiente. Não vamos nos esquecer de que as barreiras que as mulheres encontram em cargos de liderança são diferentes das dos homens. Mesmo qualificadas e preparadas, elas encontram mais dificuldades para exercer influência e ganhar respeito dos colegas.

Há quem questione lideranças femininas por, supostamente, serem menos competitivas e demasiadamente sensíveis. Entretanto, isso é uma visão negativa de características positivas. Como provocação, vamos experimentar dizer que mulheres têm mais facilidade em promover ambientes de cooperação e falar abertamente de emoções. O que você acha? Na prática, são habilidades capazes de fortalecer os valores da empresa.

Um exemplo de empresa que investiu em diversidade e inclusão é o Mercado Livre. Dos seus funcionários, 50% são mulheres. E dos cargos de liderança, 40% são do sexo feminino. Isso só foi possível graças ao investimento em políticas de diversidade e equidade de gênero. Segundo a Harvard Business Review, o aumento de mulheres em cargos estratégicos melhora a pluralidade de ideias, impulsiona a inovação e aumenta os ganhos financeiros das companhias.

Em resumo, só temos a ganhar com mais presença feminina em cargos de liderança. Esse é um caminho em direção à equidade de gênero e à diversidade de pensamentos na empresa, um movimento capaz de fortalecer os valores institucionais, o respeito, a valorização, a representatividade, a colaboração, a transparência e a inovação. Afinal, a pluralidade de ideias beneficia nossas empresas e torna os ambientes corporativos mais saudáveis e sustentáveis em longo prazo. 

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Denise Debiasi é CEO da Bi2 Partners, reconhecida pela expertise e reputação de seus profissionais nas áreas de investigações globais e inteligência estratégica, governança e finanças corporativas, conformidade com leis nacionais e internacionais de combate à corrupção, antissuborno e antilavagem de dinheiro, arbitragem e suporte a litígios, entre outros serviços de primeira importância em mercados emergentes.