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Quem se importa com o futuro?

em Artigos
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

O que querem os planejadores da economia 4.0, ou da Quarta Revolução Industrial como também é denominada?

Fala-se em globalizar as questões como a do aquecimento e alteração do clima. A chave está no equilíbrio. As ações humanas não podem se contrapor às leis naturais que regulam a física, a química, a biologia, etc. Emprego, ocupação remunerada, educação, sobrevivência condigna, dar ênfase ao aspecto espiritual da vida, seriam as condicionantes para qualquer planejamento global, sem o que, mais e mais, o ser humano tenderá a ser uma peça sem alma e sem conteúdo, mas isso não tem recebido a necessária consideração, permitindo-se a ocorrência de crescentes desequilíbrios sócio-econômicos-ambientais.

O controle monetário e o combate à inflação se sobrepõem a tudo porque há algo errado no sistema, provocando distorções. O Brasil surfou na liquidez global que foi entrando pelas portas abertas, mas onde foi parar todo o dinheiro que entrou para aquisições ou especulação?

Se esses montantes tivessem permanecido, pelo menos em parte recirculando, teriam evitado a pesada recessão que estamos vivendo, mas essa possibilidade é reduzida dada a estrutura de país exportador de commodities e importador de industrializados. Por isso, as atividades colaterais vão sendo desativadas com o encolhimento da indústria.

O sistema global está destruindo empregos nos países que ficaram para trás. A explicação mais utilizada para o nervosismo que atingiu os mercados globais tem como pano de fundo a expectativa de que as principais economias do mundo comecem a aumentar as taxas de juros, o que deve enxugar a liquidez global e tornará as economias emergentes menos atraentes para os investidores. Isso tem ocorrido com frequência.

Qual é a lógica disso? O sistema tem permitido abusos e operações especulativas sem seriedade que promovem os desequilíbrios geradores de crises.

Qual será o efeito para o Brasil quando o mundo inteiro começar a fugir do risco e saltar para as aplicações de segurança? E para o resto do mundo? Quais as causas do desequilíbrio nas contas públicas? Em geral, fala-se dos salários e aposentadorias como se isso fosse um acidente esquecendo-se que se trata de um processo cumulativo empurrado com a barriga enquanto havia crédito farto. O que efetivamente está errado e o que temos feito para corrigir as falhas?

Como disse o presidente Trump: “Não podemos esperar por outra pessoa, por países distantes ou burocratas distantes. Devemos resolver nossos problemas, construir nossa prosperidade, garantir nosso futuro, ou seremos vulneráveis. Ainda somos patriotas?”.

Por mais de um século os Estados Unidos tiveram trânsito livre no Brasil, nos negócios e nos recursos naturais. Poderiam ter contribuído mais para o fortalecimento da nação. Com sua atitude, possibilitaram o avanço da China na esfera econômica, e quiçá na política. Enquanto a China não descuida da boa formação de suas lideranças e do bom aproveitamento das oportunidades econômicas, o Brasil afundou na corrupção, dívidas e despreparo da população.

Quem se importa com o futuro do Brasil que ainda não saiu da condição de país inexpressivo sem propósitos próprios de melhora? Muitas transformações estão ocorrendo no mundo afetando profundamente a vida. A inquietação e a ansiedade adentram na mente, enquanto a intuição permanece frágil para atuar e auxiliar. Sem teimosia, de forma flexível, o ser humano tem de buscar com naturalidade o equilíbrio-físico-emocional-espiritual para ser feliz.

Os desequilíbrios sempre surgem quando se desconhece o funcionamento das leis naturais que regem a Criação. O homem realizou várias descobertas, mas parou de olhar para o conjunto ao se deixar seduzir pelo ganho imediato.

Para tudo existe a solução correta, mas deveria ter pesquisado seriamente, tendo sempre como meta a melhora geral e o beneficiamento do planeta com equilíbrio entre os povos.

(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]). Twitter: @bidutra7.