Adolescentes estão exagerando no consumo de bebidas esportivas
Estudo publicado recentemente no British Dental Journal revela que adolescentes com idade entre 12 e 14 anos têm consumido muitas bebidas esportivas socialmente, aumentando a ocorrência de obesidade e erosão dental. Sabor, preço, facilidade de aquisição e o fato de os pais não estarem a par dos riscos que essas bebidas representam para quem não é atleta se mostraram determinantes
“Crianças com uma dieta equilibrada jamais deveriam usar esse tipo de bebida” |
Quatro escolas participaram do estudo, com um total de 160 alunos nessa faixa etária. Metade deles confirmaram que consomem esse tipo de bebida regularmente. O principal problema é que as bebidas esportivas têm alta concentração de açúcar e níveis baixos de pH, favorecendo a formação de cárie, erosão do esmalte dos dentes e obesidade.
“Na última década, as bebidas esportivas – os isotônicos – se popularizaram bastante. Entretanto, não fazem bem aos dentes. Estudos indicam que os níveis de acidez dessas bebidas podem levar à erosão da superfície dental, comprometendo não só o esmalte e a aparência dos dentes, como também aumentando a sensibilidade e dor. É importante ressaltar, também, o consumo exagerado de sucos industrializados, que contribuem para o desenvolvimento da erosão”, diz Sandra Kalil, professora de Odontopediatria da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas.
De acordo com a especialista, as bebidas esportivas variam muito em sua composição de uma marca para outra. Mas todas têm algo em comum: devem ser consumidas preferencialmente por atletas. “Depois de treinos pesados, a hidratação com esse tipo de bebida alcança um resultado melhor do que a ingestão de água porque as substâncias presentes nas fórmulas repõem minerais e normalizam a quantidade de açúcar no sangue. Por outro lado, se ingeridas até mesmo por adultos que não estejam praticando exercícios, podem facilitar o sobrepeso e fragilizar os dentes, comprometendo a saúde bucal.
“Crianças com uma dieta equilibrada jamais deveriam usar esse tipo de bebida. Normalmente, elas o fazem sem saber das consequências. Até mesmo os atletas de alta performance, que estão sempre com uma garrafinha de isotônico nas mãos, deveriam se acostumar a fazer bochechos ou escovar os dentes após a ingestão dessas bebidas altamente açucaradas”.
A cirurgiã-dentista explica que não é bem o açúcar que estraga os dentes, mas o ácido produzido na sequência. “Esse ácido ataca sem piedade o esmalte dos dentes, podendo resultar em lesões de cárie e outros problemas orais mais graves. Além de estimular os adolescentes a reduzir a ingestão dessas bebidas, é importante estimular as crianças desde cedo a beber muita água – que tem, entre outras tantas virtudes, a capacidade de ‘lavar’ a boca, impedindo altas concentrações de bactérias que resultam em cárie e mau hálito.
Outra recomendação é preferir água filtrada à água engarrafada. Isso porque a água engarrafada não tem a mesma concentração de flúor que a água potável, tratada e distribuída nas residências brasileiras. E é graças ao flúor que a estrutura dos dentes se torna mais resistente a lesões de cárie. Sendo assim, o ideal é encher uma garrafinha com água várias vezes ao dia para se hidratar como se deve.”
Fonte: Prof. Dra. Sandra Kalil Bussadori, professora de Odontopediatria da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista
de Cirurgiões-Dentistas (www.apcd.org.br).
Aumento do consumo de ansiolíticos coloca em risco adolescentes e adultos
Cada vez mais consumidos no País, os medicamentos para tratamento da ansiedade vêm ganhando espaço entre adolescentes e adultos, que muitas vezes desconhecem os riscos aos quais serão expostos. Um erro que pode custar caro, de acordo com a psicóloga do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Marina Arnoni Balieiro.
“O que acontece hoje em dia é que as pessoas estão cada vez mais impacientes. Querem que tudo seja resolvido e feito imediatamente e, isso faz com que as pessoas tornem-se mais ansiosas. Ninguém mais tem paciência de esperar e de se frustrar”, frisa a psicóloga. A ansiedade é uma resposta fisiológica normal do organismo diante de algo novo, inesperado, desejado, temido, muito feliz e, portanto, normal.
Acontece que em alguns casos estes sintomas aparecem com mais frequência e com intensidades desproporcionais, passando para um transtorno e não mais algo esperado. A psicóloga esclarece que para cada caso há um tipo de tratamento indicado. Em alguns deles, a solução mais eficaz são as sessões de terapia, por exemplo.
“Na grande maioria das vezes, as pessoas se utilizam de remédios quando estão em crise, o que se torna um problema sério. Nessa hora, a automedicação é, sem dúvida, muito perigosa, podendo levar à intoxicação e colocar a vida desta pessoa em risco”, adverte a psicóloga ao ressaltar que o uso de remédios é recomendado quando a relação entre o risco e o benefício vale a pena e muitas vezes necessária.
“Os casos onde os sintomas deixam de ser pontuais e se estabelecem com maior frequência sugerem transtorno de ansiedade, porém, o diagnóstico correto cabe apenas a um médico”, completa. De acordo com dados do IMS Health, entidade privada especializada em informações da área da saúde, em 2015, foram comercializadas 23 milhões de caixas de um conhecido ansiolítico. Esta pesquisa coloca o Brasil no ranking dos maiores consumidores de medicamentos para essa finalidade.
Fonte e mais informações: (www.hpev.com.br).