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Tecnologia 28/12/2016

em Tecnologia
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
Donald Trump discursa no encerramento da convenção do Partido Republicano em Cleveland.

Aumento do acesso via celular, games e “pós-verdade” marcaram a internet em 2016

Em um ano marcado pelas turbulências na política, pelas Olimpíadas no Rio de Janeiro e a tragédia com o avião da Chapecoense, a internet foi, mais do que nunca, espaço para repercussão dos principais acontecimentos. No mundo da web, os destaques ficaram por conta da consolidação do telefone celular como principal plataforma de acesso, do jogo Pokémon Go e da “pós-verdade”, termo que foi escolhido como “palavra do ano”

Donald Trump discursa no encerramento da convenção do Partido Republicano em Cleveland.

Jean Christian Mies (*)

Edgard Matsuki/ABr

Telefone celular se consolida como principal meio de acesso à internet

Os brasileiros estão cada vez mais conectados. Dados divulgados em setembro pela pesquisa TIC Domicílios apontaram que cerca de 58% da população têm acesso regular à internet. Pela primeira vez, o número de internautas bateu a casa dos 100 milhões.

Um dos maiores responsáveis por esse crescimento são os telefones celulares. Pesquisas do IBGE apontaram que o número de acessos à web por dispositivos móveis ultrapassou o de usuários de computador. Cerca de 89% dos usuários usam telefones para navegar na web.

O crescimento da internet via celular acarretou na queda do uso do computador como meio de acesso. Além de o número de internautas que acessam via computador ter caído para 40%, o número de máquinas nas casas também caiu. Apenas 40% dos usuários de internet têm computadores.

Pós-verdade é a palavra do ano

Depois de selfie (2013) e emoji (2015), a palavra do ano, segundo o dicionário Oxford, foi “pós-verdade”. O termo, que “denota circunstâncias em que fatos objetivos têm menos peso do que crenças pessoais” esteve presente no debate político na internet e na divulgação de notícias falsas. A palavra ganhou peso após o resultado das eleições norte-americanas e o referendo que culminou na saída do Reino Unido da União Europeia.

Alguns analistas políticos atribuíram a vitória de Trump e o resultado do Brexit a boatos que circularam na internet. Após escolha da pós-verdade como palavra do ano, gigantes da tecnologia como o Facebook e o Google declararam “guerra aos boatos”. Na prática, nada foi feito ainda, mas a promessa é desenvolver ferramentas de checagem que possam diminuir disseminação de notícias falsas na web.

No Brasil, também foi possível perceber o impacto dos boatos. Na semana em que o impeachment de Dilma foi votado no Congresso, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) apontou que três das cinco notícias mais compartilhadas na internet eram falsas.

Pokemón Go e realidade aumentada
Quem também deu o que falar em 2016 foi o jogo Pokemón Go. O termo “Pokemón Go” foi o mais buscada no Google por brasileiros neste ano, o que reflete a popularidade do aplicativo. Lançado em julho, o game inovou ao misturar os personagens japonês com a chamada realidade aumentada, em que o jogador interage com o ambiente ao seu redor. Apesar do sucesso entre os usuários, o jogo também foi alvo de muitas críticas.

De um lado, defensores do jogo apontaram que o Pokemón Go seria um estímulo para pessoas se exercitarem e sairem de casa, já que é preciso andar para “caçar” os monstros virtuais. Por outro lado, entidades alertaram para dois riscos: o uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes e a exposição das pessoas que participam do game a diversos riscos. Alguns casos de assaltos de jogadores de Pokemón Go chegaram a ser relatados.

Passados quase seis meses do lançamento do game, o interesse diminuiu muito. Gráficos do buscador Google mostram que as pesquisas pelo termo Pokemón Go caíram 98% de julho a dezembro.

Televisão, tragédias e Olimpíadas movimentaram as redes sociais

A tragédia da Chapecoense comoveu o mundo e várias homenagens foram feitas via redes sociaisDaniel Isaia/Agência Brasil
Nas redes sociais, os tópicos mais discutidos por usuários foram os mesmos de anos anteriores. No Twitter, o destaque ficou para programas televisivos e acontecimentos como o impeachment de Dilma, o acidente com o avião da Chapecoense e as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Hashtags como #forçachape e #chapecoense estiveram entre as mais usadas no ano.

Além de “Pokemón Go”, os termos mais buscados por brasileiros no Google foram relacionados às Olimpíadas, programas televisivos e ao acidente da Chapecoense. Dois mil e dezesseis também foi um ano em que internautas brasileiros se destacaram. No Youtube, o piauiense Whindersson Nunes se tornou o dono do canal com maior número de seguidores no mundo. Com vídeos de humor, ele fechou o ano com quase 10 milhões de inscritos. No Snapchat, a maranhense Thaynara OG se tornou a primeira “estrela” brasileira do da rede social. O “Snap”, por sinal, foi a rede social que mais cresceu em 2016. Porém, ainda está longe de destronar o Facebook em número absoluto de usuários. Enquanto o Snapchat tem cerca de 150 milhões de usuários ativos, o Facebook tem 1,6 bilhão de internautas que acessam a rede diariamente.

Novos tempos, novos hábitos

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Muitas empresas que já foram consideradas potências na economia global, décadas atrás, assim como seus produtos, de extrema necessidade, acabaram se tornando obsoletos, com a modernização, com a globalização e até por mudanças nos hábitos de consumo da sociedade moderna.
Envio de fax, filmes de 24 ou 36 fotos e aparelhos de videocassete são exemplos de produtos quase extintos. As crianças de hoje nem sabem o que são eles e para que serviam. Isso porque, com um único aparelho celular, consegue-se receber e enviar qualquer tipo de documento, pode-se tirar quantas fotos desejar e assistir uma gama enorme de filmes, ouvir músicas, etc.
Essas empresas como Fujifilm, BlockBuster, Panasonic e tantas outras nem imaginavam que o mercado que tinham na década de 80 e início de 90, praticamente desapareceria num piscar de olhos.
A sociedade é diferente, os hábitos de consumo também, as crianças não conseguem entender o descuido com a natureza, o corte de árvores, a poluição dos rios, o maltrato animal, o porque do cigarro. Falar de homossexualidade faz parte do dia a dia delas, assim como conhecem alguns idosos chegando nos 100 anos de vida.
Muitas empresas ainda não perceberam mas, em pouco tempo, os seus produtos também não responderão mais aos desejos de um novo público. Os seus velhos argumentos não mais convencerão.
Inove e busque se adaptar. Esteja muito próximo das novas tecnologias e ainda mais próximo de seus clientes e dos novos desejos.
Mude a rota enquanto ainda estiver ganhando dinheiro. Depois, será tarde demais.

(Fonte: Márcio Iavelberg é sócio fundador da Blue Numbers e autor do livro: “Como administrar seu consultório e suas finanças pessoais”)

Já fez o check-up anual das suas soluções corporativas?

Lisandro Sciutto (*)

Identificar os sinais de software e sistemas ultrapassados logo no começo pode ser a oportunidade perfeita para fazer um upgrade e se manter competitivo

As tendências de digitalização estão chegando com força no setor corporativo, tanto que, de acordo com um levantamento feito em 2015 pela Siemens, em parceria com a Fundação Dom Cabral, cerca de 85% dos CEOs, CIOs e especialistas em tecnologia acreditam que a digitalização aplicada à indústria, energia e infraestrutura pode aumentar a competitividade do Brasil. Para se preparar para isso, as empresas devem olhar para os seus softwares e identificar se, de fato, eles acompanham as necessidades operacionais.
Parece simples identificar problemas em sistemas legados que potencialmente geram uma bola de neve de erros, resultando em pedidos atrasados, inventário incompleto, cotações de back-up, pilhas de papelada e uma equipe frustrada e confusa. No entanto, esses sinais podem ser sutis e correm o risco de ser confundidos com falhas pontuais e isoladas.
Abaixo, veja alguns sinais de alerta iniciais que podem indicar que suas operações já superaram seus sistemas:
Aumento de erros: erros podem variar de falhas no faturamento à comunicação sobre mudanças de design de última hora, por exemplo. Eles geralmente se manifestam em inventário incompleto ou estoques cheios de matéria prima. Erros de envio também parecem escalar quando os sistemas estão sobrecarregados. Como consequência, a entrega pode chegar ao consumidor final com pedidos incompletos ou itens errados.
Inatividade frequente e inesperada: quando trabalhadores são pressionados e lidam com alto volume de trabalho no chão de fábrica, os primeiros cortes são em manutenção preventiva. Afinal, quem tem tempo para pegar uma máquina off-line e fazer uma verificação de calibragem, reposição de peças gastas e cuidados preventivos recomendados? No entanto, equipamentos que não estão operando com desempenho máximo se misturam a problemas de produção já existentes.
Não atender aos padrões da indústria: quando clientes, fornecedores, colegas de indústria geram expectativas sobre o trabalho da sua empresa, eles esperam recursos modernos, como portais online para pedidos, ferramentas de cotação e configuração, visibilidade do status da ordem de serviço, ferramentas de colaboração em tempo real e projeções precisas de capacidade. Você está cumprindo com suas tarefas e tornando mais fácil fazer negócios com você? Ou está ouvindo reclamações sobre seus sistemas e quão pesado eles são?
Falta de visibilidade da cadeia de valor: a falta ou atraso na chegada de materiais pode gerar atrasos nos pedidos do consumidor final – e essa falta de visibilidade não permite enxergar alguns processos, como: saber o status da ordem de serviço dos pedidos enviados, rastrear a localização, principalmente quando a empresa lida com diversos fornecedores. Ao perder essa visibilidade e não ter controle o risco de atrasos podem gerar prejuízos
Incerteza em relação aos limites: para indústrias que lidam com uma grande demanda de pedidos make-to-order (MTO) e engineer-to-order (ETO), é fácil perder de vista o custo total de um projeto para que você possa licitar e faturar com precisão. As causas são, muitas vezes, as mudanças de emergência e de pedidos de última hora. A equipe torna-se tão focada em atender a solicitação do cliente que negligencia o registro de novos materiais, peças ou mão-de-obra alocada para o trabalho. Analise se um cliente altamente exigente é mesmo rentável.
Sobrecarga de dados sem insights: com o crescente uso de sensores inteligentes, os dados gerados a partir de produtos, veículos e máquinas se multiplicam exponencialmente. Por isso, transformar as informações vindas de máquinas, clientes e parceiros da supply chain em insights valiosos é desafiador. Porém, soluções com capacidades de ciência de dados podem ajudar a contornar essa dificuldade, pois fornecem um local para armazená-los e ferramentas para análise.
Incapacidade de se conectar a redes: um sistema rígido que requer contato com o provedor em caso de necessidade de expansão ou comunicação com parceiros, a falta de capacidade de adaptação e adição de aplicações de forma simples e ignorar uma atualização de sistema para evitar a revisão de cada alteração (para se certificar de que está tudo funcionando com os novos recursos do update) levam à desaceleração da eficiência da empresa. A companhia precisa contornar esses problemas de arquitetura para garantir bom funcionamento das operações.
A organização que sofre de um ou mais desses sintomas precisa considerar investir em uma nova solução, ou fazer o upgrade da atual tecnologia, para se manter competitivo. Se a companhia não está operando com 100% de desempenho, as pressões do mercado enfatizam ainda mais os gargalos de sistemas desatualizados, fazendo com que a empresa fique para trás e incapaz de competir num cenário em rápida mudança. Estes sinais de alerta em fase inicial precisam ser abordados o quanto antes.

(*) É Diretor de Produtos da Infor LATAM,provedora de aplicações empresariais específicas por mercado e desenvolvidas para a nuvem.