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Tecnologia 24 a 28/12/2015

em Tecnologia
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Liderando por texto: Digitando…

A primeira mensagem de texto, popularmente conhecida por SMS, foi enviada no dia 03 de dezembro de 1992: “Feliz Natal”. Vinte anos depois, os Estados Unidos registravam pela primeira vez na história queda do número de mensagens SMS enviadas. E o declínio nunca mais cessou. Era o surgimento dos aplicativos de mensagens instantâneas, sobretudo o WhatsApp

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Paulo Crepaldi (*)

Embora o número de mensagens enviadas cresça a cada ano, a preferência do usuário mudou. Em 2014, houve a maior ruptura de todas e o Whatsapp registrou 30 bilhões de mensagens, contra 20 bilhões via SMS. O que não passava de uma perspectiva se tornou uma realidade e, se o SMS ainda coexiste, é difícil não relacioná-lo a algo obsoleto.

São 23 anos de revolução na maneira pela qual nos comunicamos on-line, via mensagens. Aumentamos o ritmo da ponta dos nossos dedos e atrofiamos nossas línguas. Mas, qual o impacto dessas mudanças na gestão de pessoas?

Se não era tarefa fácil liderar alguém pessoalmente, cara a cara, com a funcionalidade proposta pelas mensagens instantâneas, o desafio ficou ainda maior. Que a tecnologia auxilia e pode aproximar líderes e liderados de uma maneira positiva, é inegável. Ela é capaz de diminuir a sensação de frustração quando se recebe a notícia de algo que não gostaria de ouvir ao vivo. Mas também pode mascarar a intensidade do que foi transmitido, caso a expressão textual não reflita com propriedade.

Você acredita que uma mensagem de texto pode evocar sentimentos? Receber parabéns, feliz ano novo ou congratulações por algum êxito tem o mesmo significado que escutar a mesma mensagem dessa pessoa frente a frente?

Toda vez que recebo uma mensagem tento adivinhar o tom de voz, o ritmo que aquela pessoa daria às frases, e então coloco tudo isso em poucos segundos na minha leitura, simulando o “estilo” de sua fala. As chances de a interpretação não estar totalmente alinhada ao que a outra pessoa tentou comunicar são grandes, mas é isto o que acontece – e muito – em nosso dia-a-dia.

Às vezes não seguimos simples regras como digitar com letras maiúsculas somente se o tom de voz for alto, ou pontuar com uma vírgula no momento certo para causar a sensação de pausa. Neste universo, as regras gramaticais se tornam livres e os sentimentos podem se simplificar em um emoticon.

Com a ausência de regras e o espaço para que você desenvolva o seu próprio estilo de linguagem on-line, a comunicação torna-se muito interpretativa, o que ocasiona possíveis falhas de comunicação entre o locutor e o receptor. A grande questão é: Como liderar alguém pormeio de mensagens de texto?

Para cada momento e necessidade que você tiver ao se comunicar com um liderado via mensagem, pense bem nas palavras iniciais que adotará.

Se o seu pensamento for “Quero ser mais assertivo”, inicie suas mensagens com “Eu gosto quando você”, “Eu necessito”, “Se você fizer isso, então eu”, “Eu não gosto quando você”, “Eu preciso” ou “Se você não fizer, eu”.

Quando sua necessidade apontar para algo mais persuasivo, talvez caiba utilizar as mensagens “Eu sugiro” ou “Eu recomendo”. Se a lógica for inversa e você estiver na condição de ouvinte, as mensagens “Então você quer dizer” e “Se eu entendi bem, você me disse que” funcionam. Por último, demonstrar passionalidade talvez requeira “Eu me sinto”, “Você já passou por..” ou “Eu nunca fiquei assim..”.

Seja atencioso ao iniciar uma conversa com seu liderado via mensagens, independente da plataforma, e você verá que uma boa gestão textual on-line pode se voltar a seu favor. A tecnologia está à sua disposição, então lidere com percepção.

(*) É especialista em Neurociência Aplicada, Situational Leadership e Poder e Influência. Atualmente é sócio e Diretor Executivo da ING Marketing & Training – empresa pioneira na implementação do conceito Behavior Designer no Brasil.


Estudo aponta setor financeiro como o mais maduro no uso de TI

O setor financeiro é a vertical que se considera mais madura no uso de TI no Brasil: 33% avaliam esse segmento como maduro e 11% acreditam que já atingiram o nível de excelência. Esta foi uma das descobertas do Brazil IT Snapshot, estudo de mercado realizado pela PromonLogicalis.
Em sua terceira edição, o estudo entrevistou 200 executivos do alto escalão de TIC (tecnologia da informação e comunicação) de grandes empresas para mapear os principais desafios e oportunidades do setor de acordo com os gestores de todas as regiões do Brasil (50% da região Sudeste, 27% do Sul, 13% do Nordeste, 6% do Centro-oeste e 4% Norte).
Entre todos os setores avaliados (manufatura, serviços, comércio, utilities, finanças, governo, óleo e gás e mineração), 57% consideram que as empresas estão num nível intermediário de maturidade, em uma auto avaliação entre as opções ‘excelência’, ‘maduro’, ‘baixo’ e ‘informal’. A visão é semelhante quando perguntados sobre os concorrentes: 44% enxergam as demais empresas do setor como moderadamente maduras.
A opinião também segue bastante homogênea em relação ao nível de maturidade ideal percebido pelos entrevistados. Nesse quesito, as respostas dividem-se entre os que acreditam que ser “maduro” é suficiente (52%) e os que buscam a excelência (41%). Para medir a maturidade do setor, foram avaliados quatro tecnologias com os quais as empresas mais se relacionam: mobilidade corporativa, cloud computing, segurança de informação e gestão de continuidade de negócios. O estudo completo do Brazil IT Snapshot 2015 pode ser acessado em http://www.br.promonlogicalis.com/globalassets/latin-america/advisors/snapshot-2015_websafe.pdf

Crise? Publicidade online é a resposta que você precisa

Num momento econômico adverso, as companhias e organizações começam a medir seus investimentos de uma forma mais precisa. Ao destinar verbas para a publicidade, ainda mais num período de retração econômica, é preciso que os anunciantes pensem racionalmente e a publicidade online é a melhor opção para conquistar resultados bem medidos e comprovados.
A publicidade em TV e mídia impressa não para de diminuir, enquanto na internet continua crescendo. Essa é uma tendência que se reflete nas grandes publicações: na Forbes, por exemplo, 65% da renda da publicidade vem atualmente dos anúncios digitais. Nas mídias tradicionais, provar ao anunciante que a campanha realizada teve os resultados esperados é bem mais difícil. Como a venda dos espaços publicitários é feita por contexto e não por pessoa, não há como ter certeza de que o consumidor que você procura terá acesso à sua propaganda.
Para as empresas que estão mais estruturadas, uma crise pode ser a chance para emplacar modelos de negócio inovadores, oferecer soluções criativas para o mercado e driblar o cenário negativo. Empresas que já não estavam bem estruturadas podem ter seus destinos apressados pela turbulência econômica. É por isso que essa hora não é necessariamente o momento de cortar investimentos, mas sim de avaliar o que pode trazer retorno mais otimizado e mensurável.
Investir em publicidade online – e em novos e poderosos recursos como a mídia programática – traz essa racionalidade e eficiência para atingir o consumidor que se deseja. Diferentes métricas permitem avaliar, em tempo real, se sua campanha está alcançando o objetivo e adaptá-la rapidamente caso não esteja. O meio online traz um grau de transparência e flexibilidade muito raro de se obter em outras mídias.
Principal impulsora da publicidade online, a mídia programática acompanha passo a passo o crescimento desse setor nos últimos anos. O International Data Corporation (IDC) projeta que até 2018, no Brasil, serão investidos mais de 55, 8 milhões de dólares nesse segmento. É um mercado de 9 bilhões de dólares, que cresce a quase 30% ao ano de acordo com dados do Boston Consulting Group – uma amostra de que a tecnologia está otimizando os investimentos de agências e anunciantes.
E por aqui, as estimativas mostram que os investimentos em publicidade digital em 2015 não refrearam. Pelo contrário, irão apresentar alta de 14% em relação ao último ano. A mensagem é clara: em tempos de crise, é hora de arregaçar as mangas e ir atrás do seu consumidor. A melhor maneira de fazer isso? Publicidade online.

(Fonte: Adriano Brandão é diretor comercial da Navegg).

WhatsApp: a prova de que os consumidores agora são todos digitais

Laércio Albuquerque (*)

Imagine o desespero de ter de contatar com urgência um médico e não conseguir

Uma tarefa antes feita de forma direta e em poucos segundos, via WhatsApp, vira de repente uma maratona, por telefone fixo e com a intermediação de uma secretária. Assim vivi minhas 12 horas sem WhatsApp, suspenso no Brasil na última quinta-feira (17/12) por ordem da Justiça. Acostumado a falar com a obstetra de minha esposa, que está prestes a dar à luz, por mensagens instantâneas, na manhã de quinta, precisei mudar totalmente os meios para contatá-la.
O mesmo percebi nos corredores do hospital: médicos, enfermeiros e pacientes que não falavam de outra coisa – “Como vou viver sem o WhatsApp?”. Parecia que todos os 100 milhões de usuários brasileiros haviam perdido um braço. Impressionante como a experiência do usuário fala muito mais alto no mundo digital, pois, mesmo havendo várias alternativas para suprir a falta do aplicativo, os usuários estavam perdidos sem ele. Uma forte fidelização.
A ordem judicial era tirar o aplicativo do ar por 48 horas, uma punição ao Facebook, dono do WhatsApp, por ele não colaborar em uma investigação. Uma liminar, no entanto, antecipou o fim do sofrimento dos usuários do serviço. Apesar de ser uma decisão da Justiça de São Paulo, o bloqueio teve abrangência nacional e acabou atingindo usuários na Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela. No mundo, o WhatsApp conta com 900 milhões de usuários.
Fato é que essa tecnologia mudou a forma como nos relacionamos. Minha esposa e eu não estamos sozinhos ao fazer contato com nossa querida doutora via aplicativos. Uma pesquisa da consultoria britânica Cello Health Insight mostra que 87% dos brasileiros se comunicam com seus médicos via WhatsApp. Para se ter uma ideia, esse índice é de apenas 4% nos Estados Unidos e de 2% no Reino Unido.
A comunicação está na alma do brasileiro e essa avidez pelo meio digital é prova irrefutável de um fenômeno global: a adesão à Economia dos Aplicativos. Ninguém obrigou as pessoas a instalarem o WhatsApp, elas o fizeram porque encontraram nele uma forma fácil e efetiva de comunicação multimeios que antes não existia nas funções ofertadas em seus celulares. Tentar tirar esses serviços do mercado agora é uma luta ingrata, pois a digitalização é um movimento sem volta.
A incapacidade das instituições em entender e se adaptar a esse novo consumidor com a rapidez necessária não conseguirá represar a demanda dos usuários, que vem forte e impiedosa. E aqui podemos citar os casos recentes envolvendo empresas como Uber e Airbnb, outras marcas queridas por esse consumidor digital, um indivíduo com algumas particularidades. Uma delas: o imediatismo. Estudo da CA Technologies atesta, com precisão, a veracidade daquela frase que todo mundo deve ter ouvido dos pais: “Paciência tem limite, meu filho”. Exatamente seis segundos, no mundo, e três segundos no Brasil. É o tempo máximo que o consumidor suporta antes de abandonar um aplicativo que não funciona.
Os apps mudam costumes, rotinas e culturas. O comportamento desse consumidor, sedento por desempenho e simplicidade, atinge em cheio o coração das corporações em todos os segmentos de mercado, até mesmo das mais tradicionais. Elas passam a ter uma necessidade urgente de atender esse usuário. Não é só uma questão de encontrar melhores maneiras de se comunicar, caso do WhatsApp, mas de conseguir entregar serviços inteligentes, eficientes, customizados e certeiros.
As companhias, acostumadas a ditar tendências e historicamente com poder de alterar a maneira de como o consumidor levava a sua vida, agora precisam conviver com a corrente inversa, a de serem transformadas pelo estilo de vida de alguém prático, que preza muito pelo seu tempo e não gosta de perdê-lo em filas de bancos, check-ins de aeroportos, hotéis, em caixas de lojas de departamento e nem aguardando resultados de exames chegarem em papel em sua casa. Esse novo consumidor quer todos esses serviços e muitos outros na palma de sua mão, a apenas alguns cliques de distância.
Por trás dessa necessária simplificação do dia-a-dia através dos aplicativos, está uma complexa estrutura de desenvolvimento, gestão e segurança, que tem como interface aplicativos para dispositivos móveis altamente eficientes. A tecnologia cria modelos de negócios. Ela permite, por meio de APIs, que os negócios cresçam a partir da comunicação entre aplicativos de diferentes empresas, promovendo a junção inteligente de uma série de serviços comuns já disponíveis.
A transformação digital exige essa arquitetura multicanal, em que os sistemas estejam conectados e funcionando concomitantemente. Para levar esse nível de praticidade aos clientes, é preciso inovação, tanto na oferta de produtos e serviços quanto por trás dos aplicativos, por trás de cada clique do usuário. Assim, o software deixa de ser um satélite para ser definitivamente o coração do negócio. Quem não entender a mensagem dos usuários pode estar fadado ao esquecimento.

(*) É presidente da CA Technologies na América Latina.