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Tecnologia 20/07/2016

em Tecnologia
terça-feira, 19 de julho de 2016

Permutas comerciais ganham força através de tecnologias

Em alta, negócios via permuta são fechados online, por computadores, smartphones ou Whatsapp

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Alessandro Candiani (*)

É muito simples! Quem conhece do negócio e utiliza sempre, não gosta de perder tempo! No dicionário o termo pode até ganhar vários nomes como escambo, troca ou permuta – algo muito antigo na história da humanidade -, mas, na atualidade a prática ganhou modernidade e agora tem até banco – uma rede que intermedia os créditos e as trocas – e virou estratégia de negócios para empresas de diferentes tamanhos, segmentos e mercados.

Para fechar negócios através de escambo, muitas companhias se associam a uma rede de permutas, onde disponibilizam serviços ou produtos ociosos de determinado valor para troca, podendo então usufruir deste crédito – Unidades de Permuta (UPs) – com o que estiver disponibilizado na loja online. Para que essas companhias não percam negócios eles também são avisados via e-mail e whatsapp dos novos associados e novas possibilidades de compras disponíveis para permuta.

A grande vantagem do negócio é a facilidade de adquirir o que necessita sem precisar gastar dinheiro ou mexer no caixa da empresa. Os clientes aparecem, porque na troca existe a oportunidade de experimentar e conhecer os novos produtos ou serviços e, desta forma, contratarem também fora da permuta ou indicarem para outros interessados. Em época de crise também é uma ótima maneira de evitar desperdícios, reduzir a capacidade iociosa e estoques parados, além de ser uma vantagem competitiva aos concorrentes que não trabalham com tal modalidade de pagamento.

Com o negócio feito através de canais apropriados e que se encaixem à nova realidade do administrador brasileiro, tudo pode ser fechado virtualmente e, se necessário por telefone e depois formalizado via portador, entrega ou retirada direta. Mesmo assim, ainda tem aqueles que no caso de produtos, preferem ir ao ponto de vendas e escolher pessoalmente o que será adquirido. Em alguns casos, como hotelaria, restaurantes, lazer e salões de beleza basta à emissão de vouchers descriminados e nominais.

Para quem ainda não fez negócios via permuta uma pergunta a ser feita é se a empresa prefere pagar em dinheiro os produtos ou serviços a serem adquiridos, ou pagar com os seus próprios serviços ou produtos. Quando o empresário entende que pode adquirir com a troca serviços que precisam na companhia, como segurança, limpeza, entregador, logística, publicidade, impressão, entre outros; e produtos como papelaria, produtos de higiene, brindes etc.; a resposta se torna óbvia: se vou adquirir o que preciso, pagando com o que tenho – vale a pena, sim, pagar em permuta.

Porém, é claro que são necessários alguns cuidados. Deve-se entrar numa rede de permuta séria, que faça uma intermediação no negócio e ultrapasse o comércio de troca bilateral mais antigo, e transformando-se em um inovador conceito multilateral, onde cada cliente opte pela quantidade e pela qualidade do produto ou serviço que “adquire”. Outro cuidado a ser tomado, é que a permuta deve ser previamente avaliada, contendo preços, prazos e condições de venda. Lembrando que, pela legislação brasileira, os impostos e os tributos para vendas em permuta não são diferentes das vendas em dinheiro, sendo obrigatória a emissão de nota fiscal entre as partes.

(*) É Presidente da Permute (http://www.permute.com.br).

SP: Cooperativa segue com estoques abaixo do limite no estado campeão de lixo eletrônico

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Equipamentos eletrônicos sem uso ou quebrados acabam acumulando poeira em algum lugar da casa ou são jogados no lixo comum – a falta de uma cultura que incentive a logística reversa, resulta em mais de 500 milhões de equipamentos eletrônicos sem uso nas residências brasileiras, segundo levantamento recente da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre).
Em São Paulo, estado campeão em geração de resíduos eletrônicos, com cerca de 448 mil toneladas ao ano, os estoques da Coopermiti seguem abaixo da capacidade total de reciclagem. Estes eletrônicos, sem o descarte correto, acabam em aterros não licenciados e controlados, onde podem contaminar o solo e atingir lençóis freáticos.
Além do grande impacto à natureza, alguns componentes de valor e que poderiam ser reaproveitados pela indústria acabam indo parar no lixo – matérias-primas preciosas, como ouro, prata, paládio, além de cobre e alumínio. Apenas 15% do ouro e da prata nesses equipamentos são reciclados no mundo, segundo artigo da Global e-Sustainability Initiative (GeSI). Ressalte-se a necessidade de grande volume de equipamentos para que o processo seja sustentável.
Estima-se que as minas urbanas de lixo eletrônico contêm uma quantidade de metais preciosos 50 vezes maior do que as minas encontradas sob o solo – o que poderia diminuir a extração de recursos naturais e investir no reuso destes materiais. No Brasil, a Coopermiti segue em busca de popularizar a cultura do descarte regular de eletrônicos por empresas e pessoas físicas.
A cooperativa realiza trabalho conjunto com empresas que possuem equipamentos sem uso ou quebrados. É possível agendar a retirada destes lotes corporativos e a Coopermiti oferece laudo de destruição para as companhias que precisam comprovar o destino destes resíduos eletrônicos, também é possível rastreá-los, se necessário.
Com sede localizada no bairro da Casa Verde, também recebe o lixo eletrônico diretamente no local ou nos postos de coleta espalhados pela cidade. O serviço é gratuito, no entanto, alguns materiais como televisores de tubo, possuem partes tóxicas e, por isso, precisam de destinação especial. Nestes casos, a Coopermiti cobra uma taxa de R$ 5.

Especialista dá dicas de como fazer uma campanha de crowdfunding bem sucedida

Vinicius Maximiliano Carneiro (*)

Criatividade, simplicidade e transparência são as grandes aliadas desta iniciativa

O crowdfunding (que em tradução livre seria “fomento da multidão), transformou-se em um movimento com dimensões exponenciais. No Brasil, o sucesso se refletiu nos sites de compras coletivas, os quais, ultrapassaram a casa dos milhares em menos de seis meses de existência.
Com isso, o crowdfunding se tornou atrativo e uma chance para realizar um sonho, ajudar as pessoas, concretizar projetos ou lançar produtos. Pessoas ou empresas podem obter o sucesso esperado através desta alternativa, cada vez mais viável e aceita. Entretanto, há uma pergunta que muitos ainda fazem. Por onde começar? Como organizar uma campanha?
Vinicius Maximiliano, autor do livro “Dinheiro na Multidão” – Oportunidades x Burocracia no Crowdfunding Nacional explica que uma característica comum a projetos bem sucedidos é a simplicidade com que a ideia do projeto é transmitida. Contudo, simplicidade não se confunde com amadorismo. “Ser simples, significa dizer claramente o que se pretende, quem vai fazer, como e quando. Por isso abuse da criatividade, pois as pessoas quando analisam um projeto, buscam aquilo que elas gostariam de fazer por si mesmas, mas o farão através da janela do seu projeto. Então seja simples, porém ousado”, aconselha.
O autor explica que não se pode esquecer que o financiamento coletivo de um projeto é um negócio! Mesmo quando se trata de questões filantrópicas, o que se propõe a ser feito é uma gestão profissional de fundos para uma causa em si. “Portanto, é fundamental incluir no orçamento assessoria especializada para essa estruturação. Em um projeto de tudo ou nada, economizar nisso pode ser definitivamente negativo. Inclua esses custos no projeto e estruture-o de forma profissional. Afinal, você está fazendo uma “oferta” que outros validarão e colocarão algum dinheiro nela.
Vinicius aconselha que quanto mais transparente o idealizador da campanha for, mais confiança terão no projeto. “Muitos sites já oferecem essa assessoria de lançamento e criação. Além disso, procure um advogado e um contador. Números e leis (mesmo as que ainda não existem!) fazem a diferença em um pais como o Brasil. Pode ser que você nem saiba, mas que exista algum benefício fiscal para quem doar fundos a um tipo específico de projeto, o que aumenta as chances de sucesso”, afirma o especialista.
As pessoas estão cansadas de conviverem com “inatingíveis”. Financiadores de projetos coletivos buscam proximidade, facilidade de contato e possibilidade de opiniões. Ninguém quer um cara ou uma moça que sequer conseguem identificar ou que nunca responde e-mails de elogio ou crítica. “O conceito de coletivo, ainda mais no Brasil, onde somos naturalmente mais sociáveis, assume contornos quase que pessoais. Portanto, esteja preparado para interagir, e muito com seus financiadores”, aponta Vinicius.
Credibilidade é tudo no mundo virtual. Em financiamento coletivo então, é 100% essencial escolher bem. “Diga-me sua plataforma e lhe darei ou não um like!”. Bem por ai. Afinal, sites ou plataformas que não possuem o público alvo ideal para o seu projeto, simplesmente poderão frustrar suas expectativas”, destaca o autor do livro. Para isso é necessária pesquisar, conversar com os sites, com as plataformas, fazer levantamentos, verificar a credibilidade social da plataforma. “Se o site é um veículo praticamente obrigatório, então tem que sempre buscar o melhor modelo e o mais atualizado! ”, defende.
Algumas campanhas são bem longas, chegam a durar 60 dias. Haja material e motivação para todo esse tempo. Imagine o financiador que fez a doação no primeiro dia, todo empolgado com seu projeto. Ao final de 55 dias, por exemplo, ele muitas vezes nem vai lembrar que ajudou. A fatura do cartão de credito já vai ter sido paga 30 dias antes. Assim, é preciso usar a criatividade e manter seu público ativo, envolvido. As pessoas querem saber o que está acontecendo, a evolução, números alcançados. Se a campanha não estiver indo tão bem, o ideal é pedir ajuda. “Conclame as pessoas a se movimentarem para alcançar o objetivo. Faça novos vídeos, mostre números, resultados, produtos em andamento. Enfim, apareça, mesmo durante a campanha! Quem só dá as caras no lançamento, dificilmente vai terminar com o total financiado”, alerta.
Ter um cronograma claro, estruturado e organizado de todo o desenvolvimento do projeto é importante. Afinal, quem financia, quer acreditar que tudo será feito da forma como foi proposto. Uma dica é aplicar algumas regras e conceitos e Project Manager (voltamos a figura da assessoria) para mostrar ao público que existe uma linha de ação para cada passo do projeto. E isso nada tem a ver com o tamanho da arrecadação. Tem relação direta com profissionalismo no trato com o dinheiro de terceiros e que confiam em você.
Caso o projeto tenha como foco um novo produto, maravilha! Mas é preciso ter algo para mostrar. “Quem vem para a rede buscando vender somente uma ideia, pode se queimar no mercado brasileiro. Nossa cultura é bem diferente da norte americana ou inglesa, onde as pessoas são educadas desde cedo para um conceito de “risco de investimento” em ideias. Aqui, somos naturalmente conservadores, desconfiados e céticos. Existe todo um pano de fundo econômico por trás disso, mas o importante é perceber que, se o seu financiador não perceber algo “palpável” ele vai pensar muito mais para financiar seu projeto do que se você tivesse pelo menos um protótipo, por mais amador que seja”, aponta.
Querendo ou não, crowdfunding e financiamento coletivo é um novo e bonito nome para falarmos de investimento. Afinal, as pessoas se identificam com a causa ou projeto, e entregam o dinheiro para que o idealizador possa utilizá-lo. “ Agradeça, se possível diretamente, a cada doador. Não estou falando do e-mail automático dos sites. Estou falando de algo pessoal, único, diferente. As pessoas estão cofiando em você, não interessa quanto doaram ou qual o tamanho do seu projeto. E confiança não se compra, se adquire e se agradece! ”, destaca Vinicius.
Um erro comum é vermos projetos desenhados e estruturados para os “conhecidos” – amigos, familiares, parentes, colegas de trabalho – ou seja, aquelas pessoas que tendem a nos apoiar independente da solidez da ideia. É natural. “Por isso, os projetos têm de ser sempre desenhados “para fora”, ou seja, para pessoas que nunca viram você na vida, não sabem nada sobre você e que terão que acreditar e confiar no que está falando em um vídeo de três minutos. Portanto, crie projetos para fora, nunca para dentro. Salvo se sua família e amigos, sozinhos, conseguirem financiar tudo… ai é bem diferente! ”, orienta o especialista.
Vinicius acredita que toda forma de ganhar dinheiro e atuar na sociedade é válida. Porém, há algumas pessoas com muita gana nos valores a serem arrecadados. “O projeto e a arrecadação têm que ser suficientes para sua realização, não para tornar seu criador rico ou pagar as contas atrasadas dele. O cuidado precisa ser ainda maior quando falamos de campanhas parciais, ou seja, aquelas em que o idealizador, mesmo que não atinja o total pleiteado, ele vai levar as doações com ele. Se for esse o seu caso, não esqueça que um projeto com custos mal equacionados pode simplesmente ser inviável se não atingir a meta de financiamento… e todos os que apostaram na ideia podem ficar muito decepcionados com sua postura caso não entregue o prometido, com muito menos dinheiro”, conclui.

(*) É advogado e escritor. Com MBA em Direito Empresarial pela FGV, é Especialista em Direito Eletrônico pela PUC/MG, atuou como advogado de Propriedade Intelectual no Brasil para a Motion Picture Association (MPA), Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (ADEPI) e também para a União Brasileira de Vídeo (UBV).