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Tecnologia 10/05/2018

em Tecnologia
quarta-feira, 09 de maio de 2018
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Internet das Coisas traz riscos e oportunidades de expansão

Embora haja ameaças de segurança que devem ser enfrentadas, a Iot também abre grandes possibilidades de inovação e negócios, segundo a maior organização mundial técnico-profissional dedicada a avanços tecnológicos para benefício da humanidade

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Nos próximos dois anos, pesquisas preveem um crescimento exponencial da chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês): cerca de 50 bilhões de equipamentos e aparelhos conectarão boa parte das empresas e pessoas a seus carros, lares, comunidades, informações de saúde e trabalho, o que vai tornar disponível uma enorme quantidade de dados. Quais os riscos e as oportunidades potenciais que surgirão com esse fenômeno, de acordo com IEEE, maior organização mundial técnico-profissional dedicada a avanços tecnológicos para benefício da humanidade?
Artur Ziviani, membro sênior da IEEE e pesquisador do Laboratório Nacional de Computação Científica, aponta três grandes desafios imediatos relacionados à segurança e a potenciais vulnerabilidades de equipamentos da IoT. “Nesse contexto, encontrar o equilíbrio entre nível adequado de segurança e custo desses dispositivos, a fim de manter sua implementação acessível e viável em larga escala, é um desafio-chave”, afirma Ziviani. “Considerando a potencial implantação em grande escala de muitos dispositivos de IoT, torná-los suficientemente seguros é um desafio para evitar seu uso malicioso, bem como proteger informações geradas por esses dispositivos”. Nesse sentido, acrescenta o membro do IEEE, a preservação da privacidade também é um desafio para os dispositivos de IoT.
Raul Colcher, também membro sênior da IEEE e CEO da consultoria Questera, considera que o mais crítico desafio para a IoT se relaciona a aspectos de segurança e privacidade. “Com a crescente conscientização e maturidade de grandes redes de dispositivos para processos de automação cada vez mais críticos e sofisticados, torna-se crucial projetar uma proteção robusta contra possíveis ataques de hackers, terroristas e até mesmo da guerra cibernética por forças militares estrangeiras”, alerta Colcher.
Um segundo desafio derivaria do grande volume de normas necessárias, algumas delas relativamente complexas, refletidas nos programas de trabalho das organizações de normas nacionais e internacionais, consórcios e grupos de interesse. “Nem todos esses padrões estarão prontos no próximo ano, causando incerteza, diminuição da escala de mercado para fornecedores de dispositivos e software e perdas inevitáveis de investimentos por parte dos usuários finais”, observa Colcher.
“Uma terceira área desafiadora tem a ver com a necessidade de integração e colaboração. Com o surgimento de grandes aplicativos interorganizacionais de IoT, sistemas e redes terão de cooperar e ser integrados a outros processos internos e externos de organizações de usuários, o que exige modelos de referência, arquiteturas maduras, plataformas padrão, APIs, etc.”, acrescenta membro do IEEE.

Inovações na IoT
Nem só alertas e cenários incertos envolvem o futuro da IoT, mas também possíveis inovações que terão impacto na vida de todos nós. Para Ziviani, “inovações na análise de big data, incluindo pesquisa de dados e aprendizado de máquina, devem aprimorar os recursos para processamento e integração de dados de fontes heterogêneas da IoT. Estes também devem incluir pessoas que atuam como sensores participativos por meio de seu papel em redes sociais on-line, por exemplo”. Nesse sentido, Ziviani destaca a tendência de atrair as pessoas à IoT, considerando o comportamento humano no desenvolvimento de serviços mais centrados no usuário, adaptados a usuários individualizados. “Naturalmente, o desafio aqui é fornecer serviços individualizados que os usuários considerem úteis e benéficos, preservando a privacidade de cada um. Essa integração de dados de muitas fontes heterogêneas e análises em tempo real em escala são fundamentais para cenários previstos de IoT, como cidades inteligentes”.
Já na opinião de Colcher, embora um grande número de inovações vá impactar o desenvolvimento e o uso da IoT, “se estreitarmos nosso foco nos avanços realmente necessários para fazê-la funcionar de maneira adequada e permitir a difusão da tecnologia, o destaque principal são as plataformas de telecomunicações e, em especial, as funcionalidades 5G adequadas para apropriações na rede da IoT”, afirma o engenheiro.
Uma segunda área de inovação importante é a de energia: “Devemos esperar coisas como dispositivos de ponta de IoT mais eficientes, melhores maneiras de fornecer energia para dispositivos relacionados à IoT e novas tecnologias relacionadas à computação para aumentar a eficiência de energia de wearables e outros dispositivos de IoT com computação intensa”, prevê Colcher.
Uma terceira área de impacto será a de ciência de dados (data science) e Inteligência Artificial, acrescenta o engenheiro, “para as quais os sistemas de IoT certamente serão uma fonte importante de dados, exigindo sistemas mais complexos de ferramentas e algoritmos, sobretudo em contextos de segurança e análise preditiva”.

Benefícios à economia
E quais seriam os setores da economia que mais se beneficiarão com a avanço da IoT? Para Artur Ziviani, a área de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC, na sigla em inglês) será beneficiada tanto como fornecedora de equipamentos de IoT quanto como desenvolvedora de soluções integradas para análise de dados em larga escala. Embora a IoT vá exercer grande impacto em muitas áreas, como saúde, automação, mobilidade e segurança, entre outras, seu avanço em diferentes setores depende de muitos aspectos econômicos, políticos e sociais de cada país, ressalva o engenheiro do IEEE. “No Brasil, considerando o potencial de investimentos em soluções inovadoras, o agronegócio será impactado com diretamente pelos equipamentos de IoT e análise de dados para otmizar cada área de produção”, prevê Ziviani.
Raul Colcher também aponta a TIC como área a ser beneficiada. “Em particular, é provável que a evolução de redes de Internet e telecomunicações se relacione diretamente à evolução da tecnologia da IoT”, acrescenta Colcher. No caso de usuários dessa tecnologia, previsões destacam saúde, automação industrial, mobilidade urbana e cidades inteligentes como os setores que mais se utilizarão da IoT para avançar suas atividades. Também ratificando as previsões de Ziviani, Raul Colcher ressalva que esses avanços dependem de condições econômicas, tecnológicas, regulatórias e até culturais de cada país, o que implicará em diferentes cenários e ritmos. E igualmente prevê que, no Brasil, o setor de agronegócio desempenhará um importante papel nos rumos do mercado.

Marketplace: Entenda por que você deve ficar de olho nesse modelo de negócios

Ano após ano a internet apresenta mais potencial para alavancar os diversos setores da economia mundial. No varejo eletrônico, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a estimativa é de um crescimento de 15% em 2018, atingindo R$ 69 bilhões de faturamento em seus mais de 220 milhões de pedidos distribuídos entre as lojas virtuais e marketplaces. Esse cenário favorável e de números voluptuosos, em que não existe mais o tabu de realizar uma compra on-line, faz com que os empreendedores vejam esse mercado com bons olhos. Com isso, é natural que existam mais sellers presentes em um ambiente que fornece toda a comodidade para os consumidores que querem adquirir qualquer produto em poucos cliques e de onde estiverem.
Para auxiliar os novos vendedores, os grandes portais do varejo eletrônico brasileiro fazem uso do conceito de marketplace, ou seja, abrem espaços em suas lojas virtuais para que outros vendedores realizem a venda de seus produtos. Assim, o público se sente seguro por estar comprando em um site de uma grande rede. Por consequência, a empresa ganha em acessos e novos clientes para sua base de dados, e os players conseguem alcançar mais pessoas, fazendo seu negócio crescer. Apenas no segundo trimestre de 2017 foi registrado um aumento de 32,1% no número de lojistas oferecendo seus produtos por meio de marketplaces, segundo o estudo Panorama dos Marketplaces no Brasil, da Precifica em parceria com a ABComm. Essa alta indica que o modelo é visto como promissor entre os vendedores e já não é mais uma tendência, mas sim realidade para os varejistas que buscam uma oportunidade de divulgar seus produtos com uma redução no investimento em mídia.
Ao ganhar robustez, é possível encontrar atualmente marketplaces segmentados, que reúnem diversos produtos para um determinado nicho de mercado, dando ao consumidor maior poder de escolha, já que ele pode realizar todos os comparativos – inclusive de preços – dentro de uma só plataforma. Assim como em 2017, quando os marketplaces ganharam novos sellers e os já antigos aumentaram sua atuação para outros shopping centers virtuais, a tendência é que para 2018 essa prática ganhe ainda mais força e espaço dentro das lojas de variados tamanhos e segmentos. Isso vai colocar o consumidor ao centro de toda a operação, já que ele não mais precisa demandar de seu tempo para realizar as comparações as quais julgar necessárias entre as lojas e produtos.

(Fonte: Carlos Alves Diretor de Marketplace da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e Head de E-Commerce na Riachuelo, Carlos Alves é um dos precursores dos shoppings virtuais no país, sendo o primeiro lojista a integrar em uma mesma plataforma todos grandes players nacionais).

Tecnologia de Marca D’Água

Para enfrentar os desafios da pirataria, a Irdeto, líder mundial em segurança para plataformas digitais, lança conjunto de novos recursos de em sua solução de marca d’água com formato escalável. A marca d’água Irdeto TraceMark ™ agora fornece aos proprietários de conteúdo suporte para JPEG 2000 (J2K) nos formatos de troca do IMF para ajudar a evitar o roubo de conteúdo Premium de 4K e HDR.
Com o Irdeto TraceMark compatível com J2K em IMF, os proprietários de conteúdo podem manter uma versão master do conteúdo e enviar versões com marca d’água individuais do conteúdo on-the-fly, sem atrasos para os distribuidores. Como resultado, os proprietários de conteúdo não precisam mais transcodificar cópias individuais, reduzindo o uso do espaço de armazenamento e o tempo de preparação antes de distribuir o conteúdo. TraceMark também é a primeira solução a integrar totalmente a marca d’água do distribuidor com a tecnologia de transferência FASP® da Aspera (www.irdeto.com).

Inteligência Artificial ou Estratégica?

José Paulo Graciotti (*)

Estamos vivendo uma verdadeira febre (“hype” para os mais chics) de publicações, discussões e prognósticos sobre os efeitos da aplicação da Inteligência Artificial nos serviços Jurídicos e na profissão do Direito

Não estou alheio às evoluções tecnológicas; não sou cético nem refratário a elas, muito ao contrário, sempre fui e serei amante e muito curioso com tudo que a tecnologia nos reserva para o futuro. Também não tenho a visão “dark” sobre o futuro como alguns autores e cineastas pregam, mas por outro lado, não vejo um “caminho de rosas”. A minha visão é mais pragmática e enxergo a tecnologia, no caso da profissão do Direito, como uma ferramenta de extrema utilidade, mas sempre uma ferramenta! 
Não vamos nos iludir. O efeito que a tecnologia e especificamente a IA irá causar nos serviços será sem precedentes e não me atrevo a prever como será o futuro próximo. Porém, uma coisa é certa: essas mudanças exigirão uma adaptação enorme de todos os profissionais envolvidos nesse mercado!
Faço uma analogia com o que ocorreu com a profissão dos torneiros mecânicos na indústria. Nas décadas de 70 e 80 essa profissão era a mais bem cotada e bem remunerada, pois apenas uns poucos bons sabiam manejar os tornos e conseguiam criar as peças contidas nos projetos precisamente (com tolerâncias mínimas dimensionais) por conta de suas habilidades manuais para manejar aquela máquina complicada. Com o advento dos tornos computadorizados, a profissão de torneiro mecânico não foi extinta, mas todos aqueles profissionais tiveram que se adaptar e desenvolver outros atributos e hoje esses profissionais tem que ter habilidades para operar computadores e não “colocam mão na máquina” mais. 
Outro ponto a ser considerado é que a Inteligência Artificial ainda engatinha no campo de sua utilização nos textos, palavras e linguagem oral e escrita. Lembremos que as tecnologias de busca de palavras (Google) deslanchou no final dos anos 90 e aquelas envolvidas em tratamento de números (bancos de dados relacionais) datam do início dos anos 60, ou seja, um gap de 40 anos, pelo menos. Na atualidade a grande maioria dos sistemas mais recentes desenvolvidos utilizam uma serie de algoritmos matemáticos / estatísticos, de cognição semântica, de “machine Learning” e tudo isso associado a um aumento exponencial na capacidade de processamento doa computadores atuais.
Tudo isso contribui de maneira decisiva para o aumento da produtividade dos advogados, permitindo que diminuam em mais de dez vezes os tempos necessários para a produção de documentos, mas não interferem na capacidade e nas escolhas das decisões gerenciais e estratégicas que devem ser tomadas por seus gestores.
Como tenho reiterado, o grande desafio dos gestores jurídicos (sejam proprietários de escritórios ou diretores de departamentos jurídicos) é a mudança do mercado, que cada vez mais espera e exige empresas mais ágeis, com soluções inovadoras e menos custosas.
Nesse ponto é que entra a Inteligência Estratégica!
O conjunto de pensamentos de como enfrentar e vencer nesse mercado cada vez mais competitivo é o que na língua inglesa, sempre muito mais concisa, se define o como o “mindset”.
Esse mindset deve ser mais abrangente que a simples busca do aumento de produtividade (que também deve ser perseguida), mas deve também comtemplar:
• A análise de todas as estatísticas internas financeiras, de dedicação dos profissionais (timesheets), de eficiência nas cobranças, na acuidade orçamentaria, na qualidade na precificação de propostas, etc., ou seja, ser uma gestão “data centric”.
• A análise dos mercados e dos players (concorrentes e consumidores) por meio de uso da chamada “big data”, identificando tendências, a competição e as mudanças de comportamento.
• A mudança da visão de toda a organização para enxergar os compradores de seus serviços como consumidores e não como clientes.
• A mudança na postura de fornecedor de serviços para efetivo parceiro, entendendo profundamente do negócio de seu cliente/consumidor auxiliando-o juridicamente e participando ativamente nas suas decisões estratégicas.
• A constante busca pela inovação nos seus serviços tentando sempre surpreender os clientes e não simplesmente satisfazê-los. Contradizendo a matemática, criar uma condição onde o necessário NÃO é o suficiente.
• A busca da efetiva solução para o negócio de seu cliente, agregando o máximo valor possível (mesmo que seja propor um acordo). Lembrando sempre que a melhor solução para o negócio do cliente pode não ser obrigatoriamente a melhor solução jurídica.
• A mudança da própria auto visão: os escritórios de advocacia, a mudança para “empresa prestadora de serviços intelectuais jurídicos” e os departamentos jurídicos a mudança para “parceiro estratégico legal do CFO”.
• A gestão profissional de sua empresa, principalmente na avaliação correta de seus sócios e sua relativização racional.

A Inteligência Artificial veio para somar e não para substituir. A melhor empresa será aquela que utilizar a Inteligência Artificial para maximizar a sua Inteligência Estratégica!

(*) É consultor, autor do livro “Governança Estratégica para escritórios de Advocacia”, sócio da GRACIOTTI Assessoria Empresarial, membro da ILTA– International Legal Technology Association e da ALA – Association of Legal Administrators. Há mais de 28 anos implanta e gerencia escritórios de advocacia – www.graciotti.com.br.