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Reino Unido testa arma anti-drones

em Tecnologia
terça-feira, 22 de abril de 2025

O Exército Britânico anunciou teve sucesso ao neutralizar enxames de drones usando o RapidDestroyer – um novo tipo de arma que usa micro-ondas de alta frequência para danificar componentes eletrônicos críticos desses veículos aéreos, que, atingidos, acabam perdendo o controle e caindo.

Vivaldo José Breternitz (*)

O fato ocorreu no País de Gales, onde os militares testaram a nova arma, que foi usada para “rastrear, engajar e destruir” mais de 100 drones. A arma é transportada por um caminhão e tem um alcance máximo de um quilometro.

O RapidDestroyer seria extremamente útil em conflitos como o que acontece na Ucrânia, onde, segundo os serviços de inteligência do Reino Unido, foram empregados pelos russos mais de 18 mil drones até o final do ano passado.

Os militares britânicos seguem trabalhando, visando dotar a arma de mais alcance e potência, o que a tornaria uma alternativa mais barata que os sistemas de defesa baseados em mísseis ou artilharia convencional para aplicações específicas, como a defesa contra enxames de drones – estima-se que cada disparo do sistema custe apenas cerca de doze centavos de euro, sendo um deles suficiente para eliminar vários drones de pequeno porte.

O RapidDestroyer não é a única arma desse tipo em que o Reino Unido está trabalhando. Está sendo testado o DragonFire, que dispara feixes de laser de alta potência contra alvos aéreos, inclusive mísseis. Em 2027, essa arma deverá equipar quatro navios da Royal Navy e a seguir blindados do exército e caças da RAF.

Esses desenvolvimentos ocorrem em um momento no qual a Europa aumenta seus investimentos em tecnologias de defesa, principalmente em função de tensões com a Rússia e Estados Unidos.

Em março de 2025, os líderes da União Europeia aprovaram o plano “ReArm Europe”, reservando cerca de € 800 bilhões para aprimorar as capacidades militares; esse valor será gasto nos próximos quatro anos. O governo do Reino Unido, por sua vez, se comprometeu a aumentar os gastos com defesa para 2,5% do PIB e quer investir pelo menos 10% de seu orçamento de defesa em “tecnologias inovadoras”.

Lembramos que, no caso do Brasil, os investimentos na área de defesa em 2024 estiveram ao redor de R$ 9,2 bilhões, algo como € 1,4 bilhão, um valor extremamente pequeno.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].