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Inteligência artificial: aplicações, inovações e questões éticas

em Tecnologia
quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A história da inteligência artificial (IA) começou no século XX, com marcos importantes como o perceptron, de Frank Rosenblatt, em 1958, base para as redes neurais usadas hoje. Após um longo período de estagnação, a tecnologia teve grande aceleração a partir de 2015, impulsionada pelo avanço do Big Data, Machine Learning e Deep Learning, com GPUs acelerando seu progresso. Em 2022, a IA Generativa, popularizada pelo ChatGPT, transformou rapidamente vários setores. Atualmente, ele está promovendo uma disrupção em escala global, impactando áreas como saúde, justiça e educação, enquanto são levantadas questões éticas essenciais sobre seu uso e consequências.

Uma pesquisa recente da Microsoft e da Edelman Comunicação revelou que 74% das micro, pequenas e médias empresas no Brasil já utilizam inteligência artificial, embora 20% delas ainda enfrentem desafios na adoção da inovação. O estudo apontou que 46% dessas empresas investiram em IA no ano anterior e pretendem continuar investindo. De 2022 para 2023, os investimentos cresceram de 27% para 47%, o que a tornou a segunda tecnologia mais adotada, ficando atrás apenas do armazenamento em nuvem, que subiu de 45% para 56%.
 
Uso em diversos setores
Na saúde, a IA é usada para desenvolver sistemas automatizados que facilitam teleconsultas e aceleram diagnósticos. No campo da justiça, algoritmos são capazes de sintetizar processos jurídicos e fornecer pareceres para auxiliar a análise dos magistrados. Na educação, a IA tem sido empregada para prever casos de evasão e reprovação, ajudando a reduzir a desistência dos alunos. Além disso, a inteligência artificial do tipo generativa potencializa a criação de conteúdos pelos professores e facilita o acesso a materiais pelos alunos.
 
Desafios e considerações éticas associadas às aplicações de IA
A aplicação da inteligência artificial enfrenta diversos desafios e levanta considerações éticas importantes. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ideia revelou que mais de 70% dos brasileiros acreditam na necessidade de regulamentações para IA, com a população dividida entre otimismo e preocupação sobre o tema, sendo os golpes o risco mais citado. A privacidade é um dos pontos mais críticos, especialmente no uso de IA generativa, que depende de prompts detalhados para gerar boas respostas. Esses comandos, muitas vezes, contêm informações confidenciais ou privadas das organizações, o que levou várias companhias a proibir o uso dessas tecnologias devido ao risco de exposição de dados confidenciais.
 
Implicações sociais da proliferação da IA – Como será o futuro?
As implicações sociais da proliferação da IA geram um debate fervoroso. De um lado, os otimistas afirmam que ela impulsionará a criação de novas profissões e mercados de alto nível; de outro, os pessimistas temem que essa tecnologia elimine empregos, exigindo soluções como a renda universal. Embora o impacto futuro seja incerto, o que é claro é que, assim como em outros momentos da História, novas ocupações surgirão enquanto outras desaparecerão. O grande diferencial agora é a velocidade com que essas mudanças estão ocorrendo, tornando o desafio mais complexo. Outro aspecto importante é a questão dos direitos autorais, que permanece indefinida, especialmente em relação às criações geradas por IA e à autoria dos prompts, um debate que ainda está apenas começando.
 

(*) Sócio e membro do Conselho de Administração da Dome Ventures, e CEO da ESIG Group; Diogo Catão é o CEO da Dome Ventures, uma venture builder GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil – [email protected].