O mercado de GPUs (Graphics Processing Units), um dos mais importantes componentes dos computadores que processam aplicações de inteligência artificial, está se normalizando.
Vivaldo José Breternitz (*)
Superado esse problema, a carência de energia deve ser o próximo gargalo a ser enfrentado para a difusão dessas aplicações, avalia o cofundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg.
Em uma entrevista recente, ele disse ao jornalista Dwarkesh Patel que, superado o problema de falta de GPUs, as empresas ficarão tentadas a investir muito dinheiro na construção de novos data centers para inteligência artificial, agravando os já existentes problemas de carência de energia.
Zuckerberg disse que muitos dos novos data centers estão consumindo entre 50 e 100 megawatts, com alguns particularmente grandes podendo chegar a 150 megawatts. E em não muito tempo poderão surgir instalações que exijam até 500 megawatts, ou talvez um gigawatt.
Esses números não são compatíveis com os atuais volumes de produção de energia, em função do que Zuckerberg afirmou que provavelmente vale a pena investir nessa área, sendo oportuno lembrar que a construção de novas usinas não é uma tarefa trivial, levando-se em consideração questões ambientais, regulamentações (especialmente no caso de energia nuclear), construção de linhas de transmissão etc., tudo isso exigindo muito tempo e dinheiro.
A questão é muito delicada e complexa, tendo em artigo de 12 de maio passado o Wall Street Journal dado manchete afirmando que “There’s Not Enough Power for America’s High-Tech Ambitions”, algo como “não há energia suficiente para as ambições americanas na área de alta tecnologia”.
Em algum tempo, problemas como esses podem chegar ao Brasil, cabendo aos nossos governos planejar com antecedência, o que é muito pouco provável que aconteça.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].