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Desinformação gerada por inteligência artificial é um risco muito grande

em Tecnologia
terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Prestes a iniciar sua reunião anual em Davos, o Fórum Econômico Mundial (WEF) publicou seu relatório anual de riscos.

Vivaldo José Breternitz (*)

Segundo o documento, uma onda de desinformação e informações falsas impulsionada pela inteligência artificial, é a maior ameaça de curto prazo para a economia global, pela sua capacidade de gerar tumultos, greves e desestabilização de governos.

O relatório, que condensa as opiniões de 1.400 especialistas, diz que 30% dos entrevistados acreditam em um alto risco de uma catástrofe global nos próximos dois anos, com dois terços temendo um evento desastroso na próxima década.

Esses riscos são potencializados pelo fato de estarem previstas para 2024 eleições em países que representam 60% do PIB global, incluindo Grã-Bretanha, Estados Unidos, União Europeia e Índia. Nas campanhas que antecedem essas informações, a inteligência artificial pode ser usada para semear medo e suspeitas, levando à agitação social.

Considerando um horizonte de dez anos, a esses problemas podem juntar-se outros, como eventos climáticos extremos, insegurança cibernética, polarização social e incerteza econômica, gerando uma tempestade perfeita, de consequências imprevisíveis.

Segundo a paquistanesa Saadia Zahidi, diretora executiva do WEF, é preciso que os líderes mundiais se unam para lidar com as crises de curto prazo, e lancem as bases para um futuro mais resiliente, sustentável e inclusivo.

Infelizmente, com os líderes que temos visto em ação recentemente, as palavras de Zahidi podem ser entendidas apenas como “wishful thinking”.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.