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Deepfake pode tornar reconhecimento facial obsoleto

em Tecnologia
quinta-feira, 07 de março de 2024

De maneira bastante simples podemos dizer que deepfake é uma técnica de desinformação que usa inteligência artificial (IA) para criar vídeos falsos, que mostram fatos que não aconteceram.

Vivaldo José Breternitz (*)

A expressão é produto da síntese das expressões “deep learning” e “fake” e dentre seus objetivos, quase sempre criminosos, estão influenciar campanhas eleitorais, prejudicar a reputação de pessoas públicas e extorquir pessoas com a ameaça de divulgação de vídeos nos quais essas pessoas aparecem dizendo ou fazendo coisas que as comprometem.

Segundo a Gartner, empresa voltada às pesquisas na área de tecnologia da informação, até 2026 o deepfake vai fazer com que cerca de 30% das empresas deixem de confiar na eficácia de ferramentas de reconhecimento facial para verificação e autenticação de identidade, pelo uso cada vez maior de IA para criar imagens falsas de rostos de pessoas.

É lícito acreditar que esse número cresça tanto que as aplicações de reconhecimento facial acabem sendo abandonadas. Além disso, é cada vez maior o número daqueles que se opõem ao uso dessas ferramentas, que muitas vezes apresentam falhas em situações críticas, já havendo registro de casos de pessoas condenadas por crimes que não cometeram, por terem sido erradamente “reconhecidas” por essas aplicações.

Outras alternativas, seriam o aperfeiçoamento dessas ferramentas de forma a que se tornem à prova de falhas, ou ainda, o uso de outras técnicas de reconhecimento biométrico, como por exemplo, o uso da íris.

Na atualidade, boa parte do uso de deepfake está voltada à produção de vídeos de natureza pornográfica – recentemente uma das maiores estrelas pop da atualidade, Taylor Swift, foi vítima de um ataque do tipo.

E como quase sempre acontece quando uma tecnologia chega ao mercado de forma impactante, determinadas profissões são muito atingidas, e isso parece que está acontecendo com as atrizes de filmes pornográficos, com deepfake sendo utilizado para gerar as cenas de que elas participariam.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].