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China é líder em patentes, já o Brasil…

em Tecnologia
quarta-feira, 20 de março de 2024

Apesar de as pesadas sanções americanas terem afetado gravemente a sua capacidade de funcionar nos mercados globais, a chinesa Huawei foi a empresa que liderou o ranking de solicitações de patentes internacionais em 2023.

Vivaldo José Breternitz (*)

Segundo a WIPO – World Intellectual Property Organization, que controla as solicitações de desse tipo de patente, a empresa chinesa ficou bem à frente de Samsung, Qualcomm e Mitsubishi, suas rivais da Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão, respectivamente e que ocupam as posições seguintes no ranking.

Em 2023, as organizações sediadas na China fizeram com que esse país liderasse em termos do número total de patentes – foram 69.610 contra 55.678 dos Estados Unidos, 48.879 do Japão e 22.288 da Coréia do Sul. O número total foi 272.600, uma queda de 1,8% em relação a 2022.

As patentes internacionais são solicitadas por organizações que desejam proteger as suas invenções em vários países com um único pedido de patente. Algumas organizações não fazem esse pedido, preferindo registrar patentes apenas em um ou em alguns países, razão pela qual os números da WIPO, apesar de importantes, podem não refletir com exatidão todos os pedidos de patente depositados no mundo.

As 50 maiores solicitantes de patentes são principalmente empresas que atuam nas áreas de software, hardware e telecomunicações. Curiosamente, empresas como Apple, Google, Microsoft e Meta não estão entre as maiores, tendo sido superadas por empresas como Oppo e Vivo. É também interessante notar que AMD e Nvidia não estão na lista, talvez por preferirem outras formas de proteção de propriedade intelectual.

“Altas taxas de juro e as incertezas no campo econômico prejudicaram a atividade de inovação em 2023”, afirmou Daren Tang, diretor-geral da WIPO, que complementou dizendo que “o declínio das taxas de inflação previsto para 2024 e atividades desenvolvidas em locais como Índia, Sudeste Asiático e outros, podem trazer mais confiança e investimentos em inovação, preparando o terreno para mais pedidos de patentes internacionais”.

Como 2024 é um ano importante em termos de eleições em muitas grandes economias e também há diversos conflitos em andamento, é lícito esperar-se alguma turbulência nesse cenário.

Quanto ao Brasil, os números de 2023 foram pífios: 517 – o que nos deixou na 26ª colocação.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].