Rodrigo Bertozzi (*)
Quer queira, quer não, o advogado que hoje abre um escritório ou trabalha de forma autônoma é um empreendedor.
E esse processo é desafiador quando ele vê à frente de questões administrativas, gestão, tecnologia, entre outras expertises que ele não domina. Cada vez mais, ser um empresário da advocacia não é fácil no começo, mas as áreas administrativa e de recursos humanos devem fazer parte das estratégias traçadas no planejamento de seus objetivos.
Os novos advogados têm o perfil dos novos empreendedores, com menos medo de arriscar e de investir, além de dominarem a informação e a tecnologia, o que contribui para minimizar as chances de erros e fracassos. Mas muitos ainda resistem. Então precisam arregaçar as mangas e se interessar em melhorar o seu negócio.
Tem sido comum ver novas sociedades nascendo com advogados que começaram juntos em um grande escritório. Esse fator contribui substancialmente para o aumento no número de escritórios de advocacia no país, o que também gera oportunidades para os jovens que estão se formando. Mas para que o escritório sobreviva em um mercado inchado, é preciso que esses novos empresários da advocacia encarem o empreendimento como um negócio, desde o início.
Para tanto, é preciso um planejamento bem estruturado, com objetivos claros, metas e um mapa de ações predefinidas. O ideal é que se escolha algumas áreas do direito para se especializar, ou até mesmo alguns segmentos para atender e, desse modo, conseguir ser referência no mercado. O conceito de advogado generalista caiu por terra há alguns anos. O mito de que o generalista teria acesso a mais clientes não se sustenta em um mercado tão segmentado quanto o atual.
Outra área crescente para advogados é o mercado corporativo. Vê-se uma forte movimentação de advogados que deixam os escritórios de advocacia para trabalhar em empresas e bancos. Cargos como Diretor e Gerente Jurídico estão em alta, inclusive com valorização salarial. Mas para aproveitar tais oportunidades é preciso estar preparado para atuar também nas áreas administrativa e de gestão.
A tecnologia tem sido cada vez mais uma grande aliada dos advogados que buscam fontes de informações para além dos livros acadêmicos. O canal ‘Mundo Jurídico do Futuro’, ancorado no YouTube, por exemplo, é um veiculo que traz orientações importantes. Com compartilhamento em outras mídias sociais, traz uma série de vídeos que mostram o que há de mais novo para as organizações jurídicas, como se adaptar às constantes mudanças do mercado jurídico e de que forma elas estão impactando as diversas áreas da Advocacia. Cada vez mais, os advogados precisam não somente conhecer as leis, mas também ser empreendedores.
É urgente que o advogado esteja atualizado, a fim de se adaptar às transformações que o mercado jurídico vem sofrendo. O costume de investir em conhecimento apenas na área jurídica é algo que impede que se alcance resultados que farão a diferença na carreira.
O Brasil é o país com maior número de faculdades de direito no mundo e forma milhares de novos advogados todos os anos. Estima-se que até 2019 serão 1,250 milhão de profissionais no mercado. Mas a possibilidade de fracasso em seu próprio negócio faz com que muitos ainda prefiram trabalhar para escritórios de terceiros ou abandonem a advocacia. Há erros comuns que prejudicam o sucesso do advogado no mercado. Um dos maiores é não sair da zona de conforto, uma vez que já se está acostumado à função.
É preciso ampliar a mente e acreditar que há algo a mais a ser feito!
(*) – É sócio da Selem Bertozzi Consultoria; administrador e consultor especialista em Estratégia de Mercado, Comunicação e Marketing Jurídico ([email protected]).