Apesar da normalização do fluxo de consumidores, o volume de vendas no Natal deverá sofrer o segundo recuo consecutivo. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a expectativa é que a principal data comemorativa do varejo brasileiro, que tem representado 22% do total das vendas de dezembro nos últimos dez anos, movimente R$ 57,48 bilhões em faturamento, apresentando um crescimento de 9,8% em relação a 2020. No entanto, o desconto da inflação leva a um ajuste na comparação que indica queda de 2,6%.
O estudo aponta a situação econômica do País como o empecilho para a construção de um cenário mais otimista mesmo com o aumento de pessoas nas ruas. De acordo com monitoramento realizado pelo Google, ao fim da primeira semana de dezembro, a circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais superou a quantidade registrada no fim de fevereiro de 2020 (+1,9%), algo inédito desde o início da pandemia. No mesmo período do ano passado, o fluxo de pessoas se encontrava 13,4% abaixo do observado antes da crise sanitária.
Diante do contexto, a entidade projeta que o ramo de hiper e supermercados será o destaque em movimentação financeira no período, representando 38,5% (R$22,11 bilhões) do volume total de vendas. Em seguida, devem aparecer estabelecimentos especializados na comercialização de roupas, calçados e acessórios (35,3% do total ou R$ 20,28 bilhões) e as lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (13,2% ou R$ 7,60 bilhões).
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que a expectativa se justifica pela relevância do comércio de alimentos no faturamento anual do varejo brasileiro. “Historicamente, é o principal responsável pela geração de receitas do segmento. O ramo do vestuário aparece em seguida por ser o mais impactado pela data, apresentando, em média, crescimento de 89% nas vendas, na passagem de novembro para dezembro” (Gecom/CNC).