Vivaldo José Breternitz (*)
Pode parecer estranho nestes tempos em que o comércio eletrônico cresce muito rapidamente, mas o Google acaba de abrir sua primeira loja de varejo, com cerca de 500 metros quadrados, em Chelsea, um bairro de Nova York. A loja fica no andar térreo da sede da empresa na cidade e venderá hardware do Google, desde telefones Pixel a alto-falantes e monitores Nest.
Também será um showroom de serviços, como o Google Assistant e o Stadia, seu serviço de streaming de jogos eletrônicos. Além de comprar, será possível explorar os produtos Google; o local possui elementos interativos, onde clientes podem, por exemplo, dizer uma frase e vê-la traduzida para 24 idiomas em tempo real, com o uso do Google Translate. Também será possível entrar em uma sala escura para experimentar o modo Nightsight dos telefones Pixel.
A loja é evidentemente inspirada pelo sucesso de varejo que a Apple teve com suas lojas ao redor do mundo, algumas das quais, como a da 5ª Avenida em Nova York, são consideradas destinos turísticos que atraem multidões de turistas. Há registro inclusive de lojas Apple “fakes”. O Google disse que está atento à pandemia: um número limitado de pessoas será permitido na loja, os funcionários usarão máscaras e desinfetante para as mãos estará disponível.
Esse não é o primeiro esforço do Google no varejo. A empresa montou lojas temporárias em 2016, quando lançou seu telefone Pixel, sua primeira investida mais séria na área de hardware de consumo. Mas suas aspirações em termos de varejo são ainda mais antigas.
Em 2013, a empresa construiu uma frota de barcaças que deveriam servir como showrooms flutuantes para seus óculos Google Glass e outros dispositivos de consumo, atendendo apenas a clientes VIP. Houve muita expectativa na época, mas o projeto foi abandonado antes que os showrooms fossem abertos.
(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.