Claudia Bittencourt (*)
Muito já se falou do poder do franchising, um modelo de negócio que vem evoluindo há décadas e que quanto mais é utilizado mais reforça a sua força e a capacidade de acelerar o crescimento e a escalabilidade de negócios em todo o mundo.
Neste cenário, a evolução das aplicações do franchising em diferentes modelos e formatos tem permitido às empresas utilizarem o máximo do potencial existente em determinados mercados, fincando a bandeira da marca em locais não explorados, com a operação e investimento realizados pelo franqueado.
Franchising como um ecossistema – Porém, quero focar no outro lado do mercado, que complementa em muito o seu valor e poder de gerar e potencializar oportunidades: o franchising como um ecossistema. O franchising pode se tornar ainda mais relevante no mundo dos negócios, agregando valor não só ao processo de expansão em si, mas também na transformação, ampliação e inovação dos modelos de negócios em todos os segmentos e em qualquer parte do mundo.
Para isso ele deve atuar como um verdadeiro ecossistema, muito bem estruturado e com tecnologias para suportar todas as conexões e interações para fomento de novos negócios, além do conhecimento em profundidade do perfil e característica de consumo de seus clientes.
Nesse processo de estruturar o ecossistema do franchising e suas conexões, alguns podem precisar de ajuda externa de especialistas no tema, uma vez que essa mudança não é apenas de mindset, mas de ação e conhecimento em diferentes frentes como tecnologia, pessoas, negociações, organização e liderança.
Transformação digital – Importante frisar também que um ecossistema se tangibiliza por meio de uma plataforma digital, com uma proposta de valor central e clara para todos os participantes e, portanto, sem transformação digital não há ecossistema.
A proposta de valor central é atender de forma eficiente, no tempo certo e com qualidade uma necessidade real do cliente. É preciso conhecer desde seus hábitos de consumo, preferências, comportamentos, forma de pensar, concorrentes que pesquisou ou comprou, meios de pagamento, frequência de compra ou uso dos serviços, etc.
Informações que só serão possíveis de serem conhecidas se houver uma tecnologia geradora de dados utilizada de forma sistemática e contínua para acompanhar todas as variáveis dos consumidores ao longo de sua jornada.
A franqueadora deve funcionar como a orquestradora do Ecossistema criado para a entrega da oferta de valor de sua marca, mas ciente de que a função de um ecossistema é gerar valor para todos os integrantes e se conectar com todos eles. Como fazer isso?
Precisamos aplicar a premissa de que um ecossistema é uma plataforma digital. Sem tecnologia não tem ecossistema que funcione, não tem conexões, interações, colaborações e geração de novos negócios em conjunto. Além disso, é fundamental ter uma governança clara, leve e fluida que não bloqueia processos e nem pessoas e obtém o máximo de produtividade e de colaboração.
(*) – É fundadora e presidente do conselho consultivo do Grupo Bittencourt, especializada em desenvolvimento, expansão e gestão de redes de franquias e negócios (https://bittencourtconsultoria.com.br).