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O futuro dos escritórios após a quarentena

em Mercado
quarta-feira, 27 de maio de 2020

Projetos de escritórios e espaços corporativos devem mudar. Foto: sopesp.com/reprodução

O home office era uma prática adotada por algumas empresas, às vezes de forma apenas experimental, e vista com cautela por outras. Porém, com a epidemia de coronavírus e a necessidade de quarentena, o trabalho remoto se transformou na única solução para a sobrevivência de muitos negócios, forçando quem não estava preparado a se adaptar.

Levantamento realizado pelo IBGE aponta que em 2018, 3,8 milhões de brasileiros trabalhavam dentro de casa, número que já era 21% maior que o registrado em 2017. Agora, de acordo com pesquisa da empresa de monitoramento de mercado Hibou, 6 em cada 10 brasileiros estão trabalhando em home office. E este número deve aumentar. A FGV projeta que o número de empresas que irá adotar o trabalho remoto após a pandemia deverá crescer 30%.

Para Douglas Enoki, gerente de arquitetura da IT’S Informov, esta é a hora de repensar o trabalho nas empresas. “A situação atual colocou a todos nós uma imposição de trabalho que antes era flexibilizado por determinação de cada empresa. Havia muita discussão sobre como o home office afetaria a produtividade das pessoas. De certa forma, o que temos observado é que a produtividade aumentou”. Diante do crescimento do trabalho remoto, os projetos de escritórios e espaços corporativos deve mudar.

“Áreas colaborativas podem ganhar mais espaço, possibilitando que as pessoas se reúnam no escritório esporadicamente. Como consequência, as áreas de staff, as mesas fixas, podem sofrer uma redução”, acredita Douglas. Neste cenário, apenas as pessoas cujo trabalho presencial seja imprescindível teriam mesas fixas no escritório. A maior parte do espaço seria ocupado por salas de reunião, áreas de descontração e descompressão, salas de leitura e descanso. Este formato se assemelha ao que já vem sendo feito há algum tempo por gigantes da tecnologia, como Google e Facebook.

Douglas alerta, porém, que estas mudanças dependem de cada empresa, do tipo de negócio e de sua política de trabalho. “Vale ressaltar que as empresas que investem em tecnologia focada neste tipo de colaboração remota são as que mais deverão alterar a forma de trabalho. Sem a tecnologia, a eficiência produtiva do colaborador em home office é muito baixa”, explica o arquiteto.

Nas casas, o impacto do home office também acontece. A tendência é que as pessoas passem a se preocupar cada vez mais com a criação de espaços adequados para o trabalho em suas residências. Isso inclui o estabelecimento de áreas dedicadas, com escrivaninhas, cadeiras e iluminação próprias, além de objetos decorativos e artigos que atendam os gostos de cada um.

“Trabalhar em condições precárias em casa pode resultar em perdas de atenção e foco na produtividade. Entendo que devemos investir cada vez mais nas casas no conforto do colaborador, com iluminação, acústica e isolamento bem pensados. Isso se assemelha ao que já está sendo aplicado nos escritórios, com conceitos como biofilia e neuroarquitetura, sempre pensando no bem-estar e na produtividade das pessoas”, resume Douglas.

Fonte e mais informações: (www.itsinformov.com.br).