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Inteligência Artificial na educação: como melhorar a qualidade do ensino brasileiro

em Mercado
terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Para especialista, é necessário investir em ferramentas para aumentar a qualidade do ensino, em vez de focar somente em estrutura

2024 será o ano em que a Inteligência Artificial se firmará como uma importante ferramenta de trabalho em diversas áreas, especialmente na educação. Entre as tendências para o setor estão a personalização do aprendizado, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a avaliação de desempenho e principalmente a integração com professores, resultando em uma educação aprimorada.

De acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey & Company em parceria com a Microsoft, os professores trabalham em média 50 horas por semana, sendo que até 40% desse tempo são dedicados a processos burocráticos, que poderiam ser automatizados com o uso da tecnologia, permitindo que o educador se dedique ao que a Inteligência Artificial não consegue substituir: a capacidade humana de inspirar os alunos, resolver conflitos, construir um ambiente escolar positivo.

“É muito importante que o professor entenda que estamos vivendo uma nova revolução. Assim como foi com os celulares e a internet, essa nova revolução impacta diretamente a educação, pois a nova geração de estudantes já nasce com acesso às novas tecnologias. Por isso, é muito importante que o professor tenha a tecnologia como aliada e entenda que o fator humano é crucial”, explica Henrique de Castro, CEO da New Rizon.

O cenário atual revela uma corrida contra o relógio, pois, apesar de termos à tecnologia à disposição, é necessário investir em capacitação dos profissionais da educação e em políticas educacionais. O último levantamento apresentado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) mostra um cenário preocupante: 73% dos alunos brasileiros de 15 anos não conseguem resolver problemas matemáticos simples e 50% dos alunos não conseguem interpretar um texto.

Para Henrique de Castro, é fundamental melhorar a qualidade da educação para que o país se torne competitivo. A Inteligência Artificial pode ser uma ferramenta crucial nesse processo, amplificando a capacidade dos professores, além de auxiliar esses profissionais na preparação de atividades e avaliações personalizadas aos alunos, identificando deficiências no aprendizado, entre outras atividades. “Não basta dotarmos as salas de aula com hardware (computadores e tablets) e softwares (aplicativos e programas). É preciso que o professor saiba como explorar as ferramentas de IA da melhor forma”, orienta o CEO da New Rizon.

Para ele, é preciso entender melhor o real cenário da educação brasileira e analisar a qualidade da educação. “A inteligência artificial pode ajudar exatamente aí: como melhorar a qualidade do ensino para que, consequentemente, tenhamos bons profissionais. Esse tem que ser o foco: olhar para os índices de qualidade de ensino e não só estrutura educacional – se vai ter computador ou não. É muito mais sobre ferramentas para que a qualidade do ensino seja realmente alta”, observa.