Senador Delcídio do Amaral. |
Brasília – O senador Delcídio Amaral (PT-MS) acusou, em delação premiada, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, de sinalizar “de uma forma muito sutil” a aprovação de financiamentos do banco de fomento obrigando grandes empresas a fazerem doações para campanhas eleitorais. Ele citou as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS – ao lado do grupo JBS – como algumas das principais doadoras de campanhas eleitorais no País e avaliou que “a República cai” se algum dos executivos das companhias vierem a colaborar nas investigações da Operação Lava Jato.
Segundo o delator, uma lista sigilosa da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado – que foi presidida por Delcídio – mostra os financiamentos concedidos pelo BNDES para as empreiteiras em obras no exterior.
O BNDES negou, em nota divulgada ontem (15), insinuações feitas pelo senador Delcídio, “de que tenha concedido vantagem ou sofrido influência indevida de quem quer que seja para conceder apoio financeiro a qualquer empresa”.
Após ressaltar que “qualquer processo de concessão de crédito por parte do banco é baseado exclusivamente nas boas práticas bancárias, com critérios impessoais e técnicos”, a nota do BNDES garante que “todas as ações, tanto do banco quanto de seu presidente (Luciano Coutinho), sempre foram pautadas pela lisura e pelo estrito cumprimento pleno das disposições legais e regras da própria instituição” (AE).