Presidente do BC, Ilan Goldfajn. |
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse ontem (19) que a incerteza aumentou nas últimas semanas, mas as reformas podem continuar avançando. “A política econômica doméstica mudou de direção há um ano e as reformas implementadas neste curto período mostraram resultados positivos, por isso a importância de se continuar no caminho correto”. Ele foi o convidado do encontro com investidores institucionais do Bradesco, em São Paulo, e comentou o atual cenário internacional e doméstico, contextualizando com os desafios da política monetária atual.
Para Goldfajn, o cenário externo tem se mostrado favorável, embora as políticas econômicas dos Estados Unidos e da China ainda geram dúvidas. “Persistem as incertezas quanto à implementação e a possíveis repercussões externas da política econômica do novo governo dos Estados Unidos na área do comércio internacional, de estímulos fiscais e desregulamentação financeira”, disse. Quanto à China, o que preocupa é a evolução dos preços das commodities (mercadorias), “e o apetite ao risco por ativos de economias emergentes”.
Goldfajn destacou que o Brasil está menos vulnerável a choques externos. “A economia brasileira apresenta hoje uma maior capacidade de absorver eventual revés, por conta da situação mais robusta de seu balanço de pagamentos e ao progresso no processo desinflacionário e na ancoragem das expectativas”, explicou. Quanto à redução de inflação, ele avaliou que o comportamento da inflação permanece favorável. “A desinflação dos preços de alimentos constitui choque de oferta favorável”. A inflação acumulada em 12 meses caiu de 10,7% em dezembro de 2015 para 3,6% em maio.
Em relação ao cenário econômico doméstico, ele destacou que os vários ajustes e reformas aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco. “A continuidade nessa direção, em especialmente com a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas que visam aumentar a produtividade, será importante para a sustentabilidade da inflação e da queda da taxa de juros”, finalizou (ABr).