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Gilmar Mendes critica o que chamou de “abusos” em investigações

em Manchete
segunda-feira, 19 de junho de 2017
J. F. Diorio/Estadão Conteúdo

J. F. Diorio/Estadão Conteúdo

Ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar Mendes.

São Paulo – O ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar Mendes, criticou ontem (19), o que chamou de “abusos” em investigações. “Investigação sim, abuso não”, defendeu o ministro, durante seminário do Grupo de Líderes Empresariais em Pernambuco. Embora tenha falado de uma “importante conquista” da Lava Jato, Gilmar levantou duras críticas a juízes e procuradores e chegou a ser aplaudido pela plateia em alguns momentos.
“Abriu-se inquérito para investigar o que já estava explicado de plano. Qual é o objetivo? É colocar medo nas pessoas. É desacreditá-las. Aí as investigações devem ser questionadas”, disse na palestra, que foi transmitida ao vivo pelo Youtube. Ele voltou a criticar a investigação aberta contra os ministros do STJ, Francisco Falcão e Marcelo Navarro, para apurar se os ministros foram nomeados em troca de uma atuação que pudesse obstruir o avanço da Lava Jato.
Para ele, nenhum país deve se organizar, em termos institucionais e econômicos, com o propósito principal de combater a corrupção. “Em algum momento, parece que o País se voltou para isso: ‘não posso fazer a reforma da Previdência por que tenho que combater a corrupção’. Gilmar afirmou que entende que combater a corrupção tenha se tornado “programa monotemático” para procuradores e promotores, que foram “colocados no centro do debate nacional”. Mas, para ele, as investigações começaram a abordar até situações de “mera irregularidade”.
“Consciente ou inconscientemente, o que se passou a querer era mostrar que não havia salvação no sistema político”. Como exemplo, o presidente do TSE citou as doações por caixa 2, uma prática que ele já havia dito que não necessariamente pressupõe corrupção. Defendendo a reforma política em seu discurso, Gilmar disse que não se faz democracia sem política e sem políticos. “Quem quiser fazer política, que vá aos partidos políticos e faça política lá. Não na promotoria, não nos tribunais”, disse Gilmar, que ouviu aplausos em seguida (AE).