Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Foto: Walterson Rosa/Folhapress |
Após tensão com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, será mantido no cargo, revelou na sexta-feira (15) o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A informação foi confirmada por fontes oficiais após encontro entre Bolsonaro e os ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional), Santos Cruz (Secretaria de Governo), além da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
A decisão vem à público após Bebianno garantir que não renunciaria ao cargo, embora estivesse sendo pressionado. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência é acusado de ter autorizado o repasse de R$250 mil do fundo eleitoral para a candidatura de uma ex-assessora, que teria justificado o uso de parte da verba com notas fiscais de uma empresa de fachada. A denúncia foi revelada pelo jornal “Folha de S. Paulo”. A polêmica envolve também o atual presidente do PSL, Luciano Bivar, recém-eleito segundo vice-presidente da Câmara.
O caso gerou tensão e preocupações entre membros do governo e a base no Congresso, já que a crise acontece no momento em que o Planalto tenta manter uma certa coesão para negociar a aprovação da reforma da Previdência. Uma possível saída de Bebianno do cargo dificultaria o diálogo entre o Executivo e o Legislativo, atrapalhando a tramitação da proposta no Congresso.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu a permanência de Bebianno no cargo e disse que tem a impressão de que o presidente utiliza o próprio filho para pedir a renúncia do ministro. Ele ainda ressaltou que o governo corre um “risco muito grande” de transformar essa polêmica em crise. Por sua vez, o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, tem garantido que a suspeita está sendo investigada e que “eventuais responsabilidades” serão definidas após a apuração (ANSA).