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Dallagnol: As pessoas ‘não estão percebendo’ que não é só o caso Lula

em Manchete
terça-feira, 03 de abril de 2018
Estadão Conteúdo

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Procurador Deltan Dallagnol.

São Paulo – Em entrevista ao Jornal Eldorado na manhã desta terça-feira, 3, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que o julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula não diz respeito somente ao petista, mas a todo ‘poderoso que praticou crimes graves’.
“As pessoas não estão percebendo que não é só o caso Lula. É o caso Lula. É o caso Renan, o caso Aécio, se eles perderem o foro, é o caso do Eduardo Cunha, que está preso em primeiro instância. É o caso de todo poderoso que praticou crimes graves”, disse.
O procurador ainda afirma que a medida não diz respeito só aos crimes de corrupção, mas também outros casos, como homicídios. Caso o STF decida por impedir que Lula seja preso em segunda instância, a Lava Jato pode sofrer o ‘perigo de catástrofe’. “Nós estaremos fazendo teatro. As pessoas serão condenadas, mas as penas não serão executadas”. Para ele, com o impedimento da prisão após a condenação em segunda instância, o cumprimento da pena irá demorar mais tempo, o que pode gerar prescrição dos crimes e, por consequência, impunidade.
Sobre as apostas para o julgamento do STF hoje (4), Dallagnol afirmou que, embora o resultado seja imprevisível, a grande esperança é uma mudança no voto da ministra Rosa Weber. “Na sabatina de quando entrou para o Supremo, ela tinha sinalizado, claro que de modo não profundo, que era a favor da prisão após a segunda instância. Depois, ela mudou de posição. A gente tem esperança que ela possa voltar à posição original”, declarou.
O procurador também criticou a postura do ministro Gilmar Mendes que, segundo ele, “em 2016, fez uma defesa muito forte a favor da prisão em segunda instância e, agora, a meu ver de modo inexplicável, ele mudou para o contrário”. Deltan Dallagnol defende que a mudança em dois anos desgasta a credibilidade do Supremo e coloca em questão a sua imparcialidade (AE).