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Crédito bancário para empresas está mais difícil, revela CNI

em Manchete
quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Divulgação

Economista da CNI, Flávio Castelo Branco.

As dificuldades de acesso ao crédito bancário, por pessoas jurídicas, estão maiores do que no auge da crise financeira de 2008 e 2009, revela a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pesquisa feita na primeira metade de outubro com 2.468 empresas, revela que o indicador de facilidade de acesso ao crédito caiu pelo sétimo mês consecutivo e está em 29,9 pontos, em uma escala de zero a 100. Quanto menor o índice, maior a dificuldade.
A sondagem da CNI revela também que os empresários estavam insatisfeitos com o lucro e a situação financeira no terceiro trimestre (julho a setembro). O indicador de margem de lucro operacional ficou em 32,7 pontos, e o de satisfação financeira em 38,9 pontos. De acordo com os dados, os preços das matérias-primas também subiram no trimestre passado. Apesar disso e das incertezas econômicas, a CNI aponta sinais positivos no horizonte, como a redução do excesso de estoques, que caiu de 53 para 51,6 pontos.
De acordo com o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, “o início de um processo de ajuste dos estoques é muito positivo, porque, se consolidado, abre caminho para o aumento futuro da produção”. Outro ponto positivo é o aumento do otimismo dos empresários em relação às vendas externas, que passou de 50,2 pontos, em setembro, para 52,5 pontos. A disposição de investimento também melhorou um pouco, com elevação de 39,2 para 40,7 pontos, depois de nove quedas sucessivas.
Mas nem todas as perspectivas são positivas. A forte oscilação do dólar no ano fez com que a taxa de câmbio subisse do oitavo para o quarto lugar no ranking das principais preocupações do empresariado.
Avaliação da CNI diz que a volatilidade do câmbio dificulta qualquer análise das empresas para planejamento de exportação, formação de preços e investimento necessário para o esforço exportador. A maior preocupação do setor continua a ser, porém, a elevada carga tributária, de acordo com 44,9% das respostas, seguida pela demanda interna insuficiente (42,2%) e o alto custo da energia (29,4%) (ABr).