Rio – A inflação de serviços acelerou na passagem de janeiro para fevereiro, de 0,67% para 1,05%. O resultado do último mês voltou a ultrapassar a taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 0,90 no período. No entanto, a aceleração foi mais impactada pelo aumento pontual nos preços das mensalidades escolares do que por reajustes generalizados, explicou Eulina Nunes dos Santos, Coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
“Os serviços foram puxados por educação, que pressionou essa taxa. Se tem educação pesando forte, tem a passagem aérea pesando para baixo e vários itens que não cresceram tanto e até caíram no mês”, afirmou Eulina. Em fevereiro, os cursos regulares subiram 7,43%. As passagens aéreas recuaram 15,83%. Alguns itens que aumentaram menos em relação a janeiro foram alimentação fora do domicílio (0,64%), conserto de automóvel (0,24%), pintura de veículo (0,23%), médico (0,66%), dentista (0,90%), cinema (0,68%) e excursão (0,84%).
“O conserto de automóvel vinha aumentando porque as pessoas não estão comprando automóvel novo, elas estão consertando o usado. Mas, neste mês, o conserto já diminuiu a alta para 0,24% (em janeiro, a variação foi de 1,77%)”, exemplificou Eulina. Alguns serviços que tiveram até queda de preços em fevereiro foram motel (-0,38%), hotel (-1,28%), aluguel de veículo (-0,15%) e mudança (-1,17%), entre outros. Em 12 meses, os serviços acumulam alta de 7,86%, enquanto IPCA está em 10,36%.
A inflação de bens e serviços monitorados pisou no freio na passagem de janeiro para fevereiro, saindo de 1,75% para 0,39%. O resultado do último mês ficou abaixo da taxa do IPCA, de 0,90% no período. A desaceleração foi provocada pela absorção de boa parte dos reajustes de transportes praticados no início do ano, mas também pela queda de 2,16% na tarifa de energia elétrica residencial, como resultado da redução no valor da bandeira tarifária vermelha, que passou de R$ 4,50 para R$ 3,00 por cada 100 quilowatts-hora consumidos, a partir de 1º de fevereiro.
“Neste ano, com a normalização (dos custos de geração elétrica), esses preços desse pedacinho da conta vêm sendo reduzidos. Mas isso não significa que a conta de energia elétrica teve redução significativa. Os preços aumentaram bastante e tiveram influência forte no IPCA em 2015”, afirmou Eulina. “Além dos reajustes anuais contratuais, também tivemos reajustes extras. Os preços estão no mesmo nível de 2015. A energia elétrica é formada por diversos fatores, as bandeiras tarifárias são só um pedacinho do cálculo”, complementou (AE).
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